segunda-feira, 11 de julho de 2016

Quem educa quem?


É inicio de semana, saio para ir ao trabalho. Uma caminhada voluntária de quase 20 minutos de casa ao terminal de ônibus. Em frente de onde moro vejo pais deixando seus filhos em uma creche. Numa das mãos ou no colo, a criança. Na outra, o "outro" membro da família, eterno companheiro da atualidade: o celular.

Um olho na criança e outro nas mensagens online, afinal, não se pode perder tempo, deixar de comentar e seguir com aquela conversa que parece nunca poder ficar para depois. A tecnologia existe para ser usada, pensam eles. E este pensamento está certo! Mas, muitos não percebem que esta tecnologia "escraviza" e se coloca muitas vezes num patamar quase de idolatria. Todo mundo usa! Pensam eles. Mas não é assim, nem tudo que é comum é certo!

Assim quer o mundo que pensemos! Assim nos alertou Jesus no Evangelho de São João: "O príncipe do mundo, satanás, está vindo e ele não tem parte comigo". E adiante em sua oração Jesus confirma ao Pai. "Eles estão no mundo mas não são deste mundo".

Como é bela esta realidade muito bem alertada por Nosso Salvador! Tão bela que até satanás percebeu, e move seus esforços para "embotar" nossa mente. O pai da mentira, sempre a misturar verdades com mentiras, trabalha incansavelmente na tentativa, muitas vezes bem sucedida, de fazer os Filhos de Deus, não observarem o primeiro mandamento, assim como tudo que Dele deriva.

Mas, continuemos meu pequeno trajeto de casa ao terminal. Algumas quadras são percorridas e cruzo com uma mãe, "arrastando" seu filho pequeno pela mão, provavelmente para ir à creche. Mas na outra mão, o celular está a atrair a atenção. Deve ser algo tão importante e mais importante do que dar atenção para a criança que ela só irá ver ao fim do dia, se for da vontade de Deus.

Desço pela rua mais algumas quadras, chego num cruzamento. A espera pela minha vez de atravessar a rua é um verdadeiro festival! Nem procuro contar quantas pessoas estão dirigindo com o celular, quantos passageiros dos ônibus e dos carros, quantas pessoas a pé.

Fico a pensar! "Puxa vida, Deus fala ao coração, Deus fala à alma" Porque se ocupam com suas redes sociais tanto assim, seus amigos virtuais, suas conversas online? Ahhh, já sei! Dessa forma não precisam "arrumar" tempo para visitarem as pessoas. No aniversário eu mando uma mensagem pronta. "Olha quantas pessoas eu sigo em minhas redes, olha quantas coisas eu curto". Puxa!!! - Penso eu! Esse aparelhinho é tão importante para muitas pessoas, que até na santa missa, não conseguem por 1 hora sequer deixá-lo desligado. Não conseguem se entregar por 1 hora na presença de Deus, onde Ele se entrega pela palavra e pela comunhão. O aviso na porta da igreja para desligar o aparelho, nos murais ou mesmo quando alguém da celebração avisa não surtem efeito nenhum!! Ora, "estou esperando uma ligação importante". É o que dizem. Quantas vezes o aparelho toca nas diversas horas da celebração? E tem gente que está ajoelhado na hora da consagração, levanta-se e sai da missa para atender e conforme for nem volta mais! Meu Deus, como disse Jesus: "Perdoa-lhes porque não sabem o que fazem".

Enfim é preciso o homem saber usar a tecnologia a seu favor e não ser utilizado por ela. Pois como Jesus nos ensinou, não podemos servir a dois senhores. Deus nos ensina, os céus nos ensinam, a Santíssima Trindade nos ensina, Maria nos ensina, a comunhão dos santos nos ensinam, o coro dos anjos nos ensinam. A reta ortodoxia doutrinal de nossa religião, fundada por Jesus Cristo nos ensina!

O mundo nos ensina? Quem educa quem?

Quem é cristão, católico apostólico romano não é ensinado pelo mundo. No sacramento do batismo nós renunciamos ao mundo, satanás e suas pompas e ao pecado através de nossos pais e padrinhos. Depois no sacramento da Crisma, nossa maturidade na fé nos permite renovarmos esse compromisso assumido no batismo para abraçarmos as coisas que não passam em detrimento daquelas que passam.

Como nos relembra São João Maria Vianney, "não gasteis seu tempo com coisas que não acrescentam nada para sua salvação"!.

fonte: Jefferson Roger

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