O papa Bento XVI e João Paulo II, já canonizado advertiram várias vezes em documentos, exortações e homilias os sacerdotes do mundo inteiro sobre seus comportamentos instigando-os a seguirem o exemplo de Padre Pio e São João Maria Vianney. Triste realidade constatada pelos pontífices que percebem, no comando da igreja, que seus pastores, estão deixando de lado a autenticidade e suas obrigações de estado para inovarem em tempos modernos.
Em Fátima, Portugal, Nossa Senhora alertou para as modas que viriam ao mundo e que muito ofenderiam seu filho Jesus. Também no mesmo século o próprio Jesus apareceu à Irmã Amália falando sobre as modas e disse que o mundo as tem e não Ele.
Criticou seriamente a humanidade por seguir as modas e não seguirem aquele que oferece a vida eterna e tantos fazem pouco caso de suas promessas.
É de se indignar junto com Jesus. Como podem as pessoas não aceitarem que foram feitas por Deus, para servi-Lo, amá-Lo e amar ao próximo fazendo o que é de Sua vontade? Éramos um "nada" e agora viveremos para sempre, nos bastando apenas escolher se viveremos com Deus ou sem Ele. Muitos podem dizer que não é simples assim ou que não é tão fácil assim.
Na verdade depende do "olhar" que lançamos sobre a questão. É preciso sempre refletir sobre tudo com um olhar cristão, verdadeiramente voltado para o céu. Santo Antonio Maria Claret dizia: Quem quer se salvar precisa ter o paraíso na mente, Deus no coração e o mundo debaixo dos seus pés. Afinal nossa alma, vamos recordar, tem três inimigos. Isso mesmo, três. E este detalhe é muito importante pois se não ficarmos atentos a esta realidade não faremos um bom combate rumo à nossa salvação.
O demônio, a carne e o mundo
Pode parecer novidade mas não é. Quando somos batizados fazemos o voto de renúncia à estas três realidades que nos acompanham neste vale de lágrimas. No sacramento da crisma, confirmamos nossa fé professada e assumida neste batismo e assim também se faz nos atos de consagrações. As consagrações nada mais são que viver as promessas do batismo de forma ainda mais intensa e comprometida.
Cito aqui a Consagração feita através do Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem. Uma das muitas formas de consagração a Jesus por meio de Maria. Lembremos caro leitor que o objetivo de toda a consagração sempre é Jesus pois Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por Ele. Então nós que somos vasos de barro podemos buscar a Jesus por forças próprias ou buscá-lo por meio de Maria, no caso dessa consagração.
O que muda em uma consagração é o meio e não a finalidade. Isso sempre precisa ficar bem claro para que não se caia no erro das religiões da reforma de deixarem tudo de lado e "buscarem" a Deus direto, sem auxílio nenhum confiando apenas em sua natureza pecadora e na graça que vem direto de Deus.
Vejamos a condição de uma criança. Nessa analogia com nossa caminhada para a salvação podemos enxergar claramente o quanto um filho depende dos pais. Na medida em que cresce vai sendo auxiliado, amparado, ajudado, ensinado, corrigido, repreendido, castigado enfim, vai sendo amado. Por quê? Ora, os pais sabem que "amar" é se importar com aquilo que é importante para o outro e aqui, são os filhos.
Por isso nessa batalha constante contra nossos inimigos, nós frágeis vasos de barro, podemos e devemos sim, contar sempre com a ajuda celeste, de nossa igreja triunfante, já junto do Altíssimo. Pois os santos nos recordam que tantos esforços nossos podem facilmente serem roubados por aquele que como um leão anda a espreita esperando para devorar sua presa.
Então para a afirmação de que não é simples assim podemos nos fazer das palavras da Madre Teresa de Calcutá: "Quando acontece algo é porque Deus quer e quando não acontece é porque Ele não quer, simples assim."
Simples mesmo, o que é simples constatação dessa missionária católica albanesa é o fato de que precisamos aderir ao segmento de Jesus e pronto. Sem ficarmos em cima do muro tentando servir a dois senhores. Ou Deus ou o mundo, isso é ensinamento Dele.
Portanto não compliquemos o que é simples assim. Percebamos aqui que as complicações da vida não estão em debate neste artigo. O que se comenta aqui é nossa adesão fiel e sem ressalvas ao catolicismo autêntico.
E para a outra afirmação de que não é tão fácil assim podemos recorrer a Santa Tereza de Ávila, Santa Tereza de Lisieux e Santa Gema Galgani entre tantos exemplos dos santos e santas de Deus. O que eles faziam em sua jornada rumo aos céus?
Santa Tereza de Ávila colocava-se em estreitíssima comunhão constante com Deus através da oração e constante persistência.
Santa Tereza de Lisieux mantinha-se em estado de pequinês constante para depender de Deus para tudo e em tudo.
Santa Gema Galgani unia-se a Jesus amando-o tanto e entregando-se sem reservas à Ele e ao seu evangelho sem nenhuma exceção.
E o comum entre elas era a entrega total à Santíssima Trindade, a Virgem Maria e a comunhão dos anjos e santos de Deus.
Ora a vida é difícil? Está difícil viver nossa religião católica nos tempos de hoje?
Santa Catarina de Sena nos diz que: "quando abraçamos nossa cruz paramos de padecer". É justo e digno querermos a alegria em nossas vidas e ausências de sofrimentos, mas Jesus nos ensina a sermos pacientes pois o amor brota da sua cruz e o caminho da salvação que nos leva para a porta estreita é subida. Aqui nesta terra não vivemos num parque de diversões, este episódio passageiro serve para nos preparamos através de nossas obras para a vida eterna onde receberemos o prêmio eterno ou o castigo eterno.
Ora a vida é difícil? Está difícil aguentar a enxurrada de coisas que nossos inimigos nos apresentam? Padre Pio nos relembra nessa belíssima frase: "Quanto maior a tentação, mais perto a alma está de Deus".
Memorizar essa verdade é de grande valia para nós cristãos pois Jesus nos recorda: "Se perseguiram a mim, perseguirão a vocês". Basta olharmos para os Evangelhos. Jesus mexeu nas estruturas mundanas do povo e causou rebeldia e revolta para aqueles que não aceitaram que o Reino de Deus é para todos, que crerem e forem batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, viverem a penitência e seu evangelho. Não se vai ao céu vivendo no conforto e comodidade, assim falava São João Maria Vianney em seus sermões. Ele também dizia que agora temos muito que fazer pela nossa salvação e a salvação dos outros, pois teremos a eternidade para descansarmos.
Não desanimemos, essa é uma tentação frequente em nossas vidas. Não vamos ser católicos mais ou menos, ou católicos dentro da igreja, naquela hora em que estamos na missa. Jesus nos quer na sua messe 24 horas por dia. Que o auxilio de Maria Santíssima nos mantenha com o olhar focado em seu filho.
Que a ajuda dos santos nos mantenha fiéis no cumprimento de nossos deveres como povo e filhos de Deus. Que o Espírito Santo nos assista nos oriente e nos ensine todas as verdades necessárias para bem vivermos o amor de Deus em nossas vidas e na vida dos irmãos.
Não abandonemos a causa. Não abandonemos o Rosário, não abandonemos os sacramentos, não abandonemos o evangelho, não abandonemos nossa igreja, não abandonemos nossas famílias, não deixemos nunca de vigiar e orar sem cessar. Não abandonemos a Jesus por conta de nossos interesses mundanos.
Ele que sempre está conosco e nunca nos abandona, sofre por virarmos as costas ao seu amor. Nosso amor deve ser uma resposta porque Ele nos amou primeiro.
Vamos mergulhar definitivamente, tomarmos nossa cruz e segui-lo dia após dia, não quando nos convém.
Pois quando precisamos de Deus, sabemos recorrer a Ele prontamente, mas quando Ele nos envia em missão, nos corrige, nos ensina e nos cobra a postura que temos que ter como seus filhos, estamos muitas vezes a resistir prontamente.
Saibamos pois, que esse Deus de amor e misericórdia, que nos permite escolher o que fazer com nossa alma na eternidade, não se cansa de nos chamar e de nos mostrar que nos quer com Ele para todo o sempre. Purifiquemos nossos sentidos e nossas mentes e abramos nossos corações cada vez mais para enxergarmos com o olhar do coração o que Deus tem reservado para nós e nem podemos imaginar.
Para isso Ele nos deu a FÉ como dom. Sejamos católicos, tenhamos fé em Deus e sejamos sempre humildes para reconhecermos que sem Ele nada somos e como ensina Jesus, nem podemos nos salvar.
Lembremos a cada momento quando formos pegos pelas adversidades que sozinho não conseguimos, não somos ninguém e não somos nada. Peçamos humildemente a graça de contar com as bênçãos tão necessárias para vivermos o evangelho e um dia podermos morar por todo o sempre nas moradas que para nós foram preparadas. Que essa realidade brote nos corações de todos os pecadores.
Fonte: Jefferson Roger
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