Mateus 16,24-27 24 ...Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. 25 Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa, recobrá-la-á. 26 Que servirá a um homem ganhar o mundo inteiro, se vem a prejudicar a sua vida? Ou que dará um homem em troca de sua vida?... 27 Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai com seus anjos, e então recompensará a cada um segundo suas obras. Olá caro leitores, neste artigo iremos refletir um pouco sobre a necessidade que o ser humano tem de levar as coisas a sério. Facilmente podemos perceber, que esta necessidade, que deveria estar impregnada na natureza, no coração e na mente humana é muito facilmente deixada de lado. Vejamos o exemplo dos animais. Um filhote de leão ou qualquer outra espécie de felino, ao chegar em certa idade, começa a brincar com seus irmãos e essas brincadeiras visam entre outras coisas uma finalidade: desenvolver suas habilidades para a caça, condição principal para sua sobrevivência. Se os animais levam em conta esta condição até mesmo cuidando deste fato em suas atividades recreativas, porque será que o ser humano age tão diferente? Vejamos. A natureza humana é um composto alma e corpo e como tal ambos possuem suas necessidades. No entanto precisa ficar bem claro o seguinte: felicidade é uma realidade do espírito e prazer é uma realidade do corpo. Então quando as pessoas buscam sua felicidade nos prazeres erram o alvo pecando. Suas atitudes desviadas do seu fim último, da sua finalidade tornam o amor próprio, resposta ao amor de Deus, doentio. O homem não é doente mas está doente. Neste trecho do Evangelho de São Mateus, vemos claramente o ensinamento que Jesus nos dá nesse sentido. Jesus não nos dá uma opção. Não é possível escolher alguma maneira de irmos ao céu. Muito pelo contrário, vemos que é uma condição. Se queremos devemos. Muitas pessoas argumentam que Deus não obriga ninguém, interpretam a bíblia como lhes convém e de que terão que prestarem contas de suas atitudes. Verdade; Deus não obriga ninguém pois sempre o que ocorre é um convite. Verdade, cada um precisará prestar contas de suas obras. Mas, não é verdade que se lê a bíblia e se interpreta como convém, pois na segunda carta de Pedro, capítulo um , versículo vinte, está escrito que nenhuma profecia da sagrada escritura é de interpretação pessoal pois os homens santos de Deus, falaram inspirados pelo Espírito Santo. Então nada disso de querermos ajeitar as coisas, adaptando tudo à nossa realidade ou conveniências. Aqui reside um dos motivos pelos quais as pessoas praticam uma religião de supermercado ou de self-service. A radicalidade que Jesus nos pede vai contra muitos de nossos desejos e então ficamos a procurar um meio termo. Passamos a vida tentando agradar a dois senhores: Deus e o mundo, pois não queremos “renunciar” a nós mesmos e com isso colocamos nossa rebeldia e desobediência em prática. Por isso que Jesus disse que muitos tentariam mas poucos conseguiriam. Não existe facilidade nenhuma, atalho nenhum para a porta estreita. Não foi à toa que nosso salvador falou que sem Ele nada podemos fazer. Como estamos notando caro leitor, a coisa é séria, séria mesmo. Vamos lembrar do ditado popular que diz que não adianta tampar o sol com a peneira? Quantos fazem isso, fazem de conta que a parte dos mandamentos, da lei, das observâncias e dos deveres não são para eles. Somente a parte das graças, bênçãos, consolações e salvação. Outrossim, muito recorrente é a inconstância nas atitudes das pessoas. Carregar nossa cruz em meio as alegrias e felicidades é bem mais fácil do que carregá-la quando o fardo das provações mostra a sua cara. Não podemos escolher quando levarmos a cruz. “Ahh, hoje não estou bem então não farei isso ou não farei aquilo”, traduzindo: “Hoje não vou levar a minha cruz”. E assim segue a vida de tantas pessoas que transformam suas orações em lista de pedidos, quase que obrigando e impondo a Deus que para serem religiosos agirão assim como resposta às suas preces atendidas. Triste realidade, querer negociar com o “dono” da “empresa”. Chantagem pura! Somos servos inúteis, nos lembra a bíblia, nada de ficarmos nos achando pois Deus não irá nos “mimar” para que nos percamos no inferno. Levar a sério, levar a sério. É preciso levar a sério. Se não levarmos a sério essa nossa passagem pelo vale de lágrimas o que nos restará após a morte? Será que vale a pena viver uma vida sem levarmos a sério tudo o que somos e fazemos e vivermos estes anos aqui na terra colocando em risco nossa vida eterna? Parece loucura não é mesmo, viver uma vida de sei lá, setenta, oitenta, quarenta ou quantos anos forem, em meio aos prazeres desordenados do mundo para abrir mão da felicidade eterna com nossos familiares, a comunhão dos santos, Nossa Senhora e a Santíssima Trindade, tudo por causa de alguns caprichos que concedemos aqui nesta etapa de nossa vida? Quando refletimos percebemos bem a loucura de nossas atitudes. Mas porque fazemos o mal que não aprovamos se queremos o bem? Já dizia o apóstolo São Paulo. Resposta! Ficamos com os sentidos, o coração e a mente embotados quando nos distraímos e por causa disso pecamos. No livro do Eclesiástico 7,40 está escrito que devemos pensar constantemente nos novíssimos para não pecarmos e São Pedro nos recorda essa realidade em suas cartas quando diz para cuidarmos de nossa vocação à santidade, procedendo como nos convém. E como nos convém? Levando a sério tudo que convém! Existe uma prática católica muito antiga que nos ensina a fazermos três exames de consciência por dia. Uma pela manhã quando acordamos, refletindo sobre o dia que passou e fazendo os propósitos para o novo dia. Uma na hora do meio dia, para refletirmos como estamos até este ponto e a última ao final do dia, quando estamos a ir deitar, refletindo em como nossas atitudes do dia se encaixaram nos propósitos que fizemos no início do dia. Quão salutar é para nossa salvação seguirmos o que nos diz Santo Antônio Maria Claret: “Quem quer se salvar, tenha Deus no coração, o paraíso na mente e o mundo debaixo dos seus pés.” fonte: Jefferson Roger
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