segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Tenha em vista os interesses dos outros


Filipenses 2,4 - Cada qual tenha em vista não os seus próprios interesses, e sim os dos outros.

Olá pessoal, caros leitores, mais uma vez coloco aqui outro versículo muito importante aos cristãos, fortemente ensinado por Jesus e reafirmado pelos seus discípulos, os apóstolos. Primeiramente pode nos parecer um tanto contraditório termos em conta que primeiro devemos nos preocupar com o próximo, deixando de lado nossos próprios interesses.

Tratando-se da questão da nossa salvação parece ainda mais perturbador o fato de primeiro nos preocuparmos com os interesses dos outros deixando para segundo plano nossa salvação? Será que é isso mesmo? Bom, a frase é bem direta porém, vamos jogar um pouco de luz nesse ensinamento para que a confusão não paire sobre nossas mentes.

“Não existe amor maior do que aquele que dá a vida pelo seu irmão”. Podemos começar por aqui. Quem nos disse isso foi ninguém menos do que Jesus. E Ele não só disse como também fez. O Deus Uno e Trino, puro amor, através da segunda pessoa da Santíssima Trindade, assumiu nossa condição miserável humana e permitiu-se na cruz encerrar a dívida infinita que havíamos adquirido através da desobediência de Adão e Eva.

Porém, como a infinita sabedoria divina é imutável e perfeitíssima até em sua justiça, se pela desobediência de um homem e mulher (Adão e Eva) perdemos a graça e a amizade de Deus, pela obediência de um homem e mulher (Jesus e Maria) recebemos a redenção abrindo-se para nós as portas do paraíso.

Opa! – Alguns podem pensar que existe erro nessa comparação, pois Jesus é filho de Deus, não é homem. Errado, basta conferirmos no Evangelho de João 1,1-16. “O Verbo, que era Deus, se fez carne e habitou entre nós”. Quando Jesus confere em suas narrativas sua condição humana, refere-se como “O Filho do Homem”. Tendo feito este pequeno parêntese vamos continuar com o teor do artigo.

Estávamos a desvendar nas sagradas escrituras a aparente contradição que envolve a questão da nossa salvação. Devemos buscar nossa salvação, mas não devemos ter isto como primeiro plano? Primeiro devemos nos preocupar com os interesses dos outros? Vamos cuidar para que o tema não fique polêmico. Só que tem mais. Jesus disse “buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça e tudo o mais vos será acrescentado”.

E agora? Jesus mesmo nos ensina para buscarmos primeiro o reino de Deus e também nos ensina que não existe amor maior do que aquele que dá a vida pelo irmão. Ele também ensina em outra passagem que quem quer ser o primeiro que seja o último. Como diria Madre Tereza de Calcutá: “é simples assim”.

Mais uma vez é preciso recorrer a um ensinamento dado pela Mãe de Deus. Em suas aparições ela insiste em dizer que “aprendamos com a vida e o exemplo dos santos”. E por quê? Nossa Senhora se refere a seguinte passagem da carta aos Hebreus: “sejais imitadores daqueles que pela fé e paciência se tornam herdeiros das promessas”. Seguindo este ensinamento, quanto mais nos aprofundamos nesses estudos, mais vamos aprendendo e compreendendo que estes heróis da fé, viviam por amor a Deus, amando ao próximo, mas amando primeiro a si mesmos em agradecimento a Deus.

Um grande exemplo deste tipo de amor aqui na terra é o amor de mãe, que através do dom da sabedoria faz aquilo que é melhor para o outro (seu filho) ao invés do que é melhor para si. Eis a diferença entre gostar e amar. Gostar é se preocupar com aquilo que é bom para si e amar é se preocupar com aquilo que é bom para o outro. Aos poucos quanto mais mergulhamos no mistério vamos compreendendo que sempre é necessário fazermos a coisa certa e agradarmos a Deus. É preciso ficar bem claro que não se trata de não desejarmos nossa salvação. Não é nada disso. Aprendemos que fé, esperança e caridade são necessárias em nossa caminhada rumo ao céu. Fé inabalável na providência Divina, esperança de que alcançaremos a glória eterna, caridade para com o próximo por amor a Deus.

Podemos concluir tirando para nós a seguinte verdade, como nos disse Jesus: “tudo brota do coração”. Assim como a nossa salvação brotou do coração ferido de Jesus, ferido pela lança ao jorrar sangue e água no alto do Calvário, para nós, como homens novos, deve brotar em nossos corações esse mesmo desejo que Jesus teve de nos salvar pagando alto preço por nossas almas. O que devemos desejar deve estar livre de qualquer egoísmo. Inclusive nossa salvação. Não podemos desejar sermos salvos sem desejarmos o mesmo para o próximo. Não posso querer ir ao céu e o próximo que se dane, nada disso. Eis o que nos ensina Jesus na oração do Pai Nosso.


fonte: Jefferson Roger

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