Mateus 10,33-38 - "Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus. Não julgueis que vim trazer a paz à terra. Vim trazer não a paz, mas a espada. Eu vim trazer a divisão entre o filho e o pai, entre a filha e a mãe, entre a nora e a sogra, e os inimigos do homem serão as pessoas de sua própria casa. Quem ama seu pai ou sua mãe mais que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho mais que a mim, não é digno de mim. Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim". Olá caros leitores, a reflexão deste artigo, com certeza já deve ter sido vivida por muitos de nós. Convenhamos, quanto mais nos aproximarmos de Deus e do Evangelho mais sentimos “na carne, no coração e na mente” os seus efeitos. Para início de conversa Jesus vai logo tratando de simplificar as coisas e deixar de lado os rodeios. Ele nos ensina que se passarmos a vida, períodos ou apenas momentos insistindo em abraçar a catequese do mundo ao invés de acolhe-lo em nossas vidas e fazendo dessa realidade uma obstinação ao pecado e uma impenitência final, duas formas de pecar contra o Espírito Santo como nos ensina São Tomás de Aquino na Suma Teológica, não devemos esperar do nosso salvador a sua misericórdia pois dele escolhemos receber apenas a justiça. Lembra do ditado popular do leite derramado? Pois é, aí já foi, o arrependimento é uma graça concedida para esta parte de nossa vida. Com a morte essa realidade dá lugar a prestação de contas. Depois, nos próximos versículos, é preciso bastante atenção e preciso também não tirar do contexto o versículo 34 pois do contrário uma grande confusão se fará em nossas mentes. Quando Jesus afirma que não veio trazer a paz para a terra, mas sim a espada, muitos assim como eu também já o fiz, irão lembrar de algumas orações ou especificamente da seguinte oração: “Jesus, príncipe e senhor da paz, tende piedade de nós e do mundo inteiro”. E agora? Na oração Jesus é dito como senhor da paz, mas Ele mesmo diz que não veio trazer a paz. Como ficam as coisas? Vamos lá então. A explicação é bem simples e vem nos versículos seguintes. Jesus nos ensina que quando abraçamos seus ensinamentos por meio do seu Evangelho, abrimos nosso coração ao Espírito Santo e acolhemos todo o amor de Deus em nossas vidas o resultado de tudo isso é muito simples e direto. Acontece conosco como nas parábolas que Jesus nos conta sobre o reino dos céus. Queremos vender tudo para ficar com aquela pedra preciosa que encontramos. Somos atingidos em cheio pelas graças do céu e a consequência disso não poderia ser outra: queremos que as pessoas vivam o que estamos vivendo. Quando esta experiência de Deus acontece em nossas vidas e perdura, compreendemos o que Jesus quis dizer pois já dentro de casa e no convívio com os familiares e parentes mais próximos começam as diferenças de comportamento e atitudes, a se esbarrarem em conflitos e discussões de várias dimensões. Você que engrenou pelo caminho da porta estreita quer levar consigo o maior número de pessoas. Afinal, como cristão confirmado através do sacramento da crisma, e agora como soldado de Cristo, precisa trabalhar ajudando a igreja na salvação dos irmãos. Lembremos: no batismo recebemos a graça para nos salvarmos, na crisma recebemos a graça para ajudar a igreja a salvar os outros. Qualquer bate boca, que na verdade nem deveria acontecer, será sempre uma ocasião de apontarem o dedo em nossas caras. “Agora quer ser santo. Aprontou a vida inteira e agora quer pregar bíblia. Você não tem moral nenhuma para chamar minha atenção. Santinho, quem é você para me chamar a atenção. Agora pensa que está grudado em Jesus. Só fala de igreja agora. Você se tornou muito chato”. E podemos parar por aqui porque a lista é muito extensa, qualquer um que chegou neste ponto do artigo e se identificou com o que lê, poderia facilmente acrescentar mais algumas frases... que dureza hein, vida de cristão! Comecemos com os consolos então. Jesus disse que se perseguiram Ele, perseguiriam também a nós. Também disse que o servo não é maior que o seu senhor. E Ele conclui nos lembrando que tudo isso faz parte da primeira realidade que o católico tem que enfrentar: a cruz. E podemos concluir este artigo lembrando de um pequeno trecho do sermão da montanha que encontramos em Mateus 5,11-12: "Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós". Portanto, como se diz por aí, a barra está pesada? O desânimo parece nos acompanhar porque parece que estamos a dar murro em ponta de faca? Remamos contra a correnteza? Nadamos, nadamos e parece que iremos morrer na praia? Nada disso, o Cristo já nos anunciou que isso tudo é motivo de alegria pois tudo isso nos trará uma GRANDE recompensa no céu. E finalizemos lembrando também que existe, como nos ensina nosso mestre e redentor, uma virtude que será recompensada com a maior das recompensas: a virtude da perseverança.
Mateus 10,22 - "Sereis odiados de todos por causa de meu nome, mas aquele que “PERSEVERAR” até o fim será salvo". fonte: Jefferson Roger
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