sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Pornografia em 2015


4.392.486.580 é o número de horas que foram gastas com pornografia no ano de 2015. Isto significa que em um ano, internautas do mundo todo passaram 501.425 anos assistindo pornografia em algum site pornô. Em apenas um site, os acessos chegaram a escandalosos 87.849.731.608 — ou seja, para cada uma pessoa no planeta, 12 vídeos pornôs foram vistos. Os dados são do LifeSiteNews.com.

O fascínio pelo sexo explícito é antigo. Mesmo para algumas religiões de rígida moral, o paraíso é descrito como um lugar de sortilégio. Os muçulmanos, por exemplo, creem em um Céu cheio de virgens para eles. Na antiga Grécia, o sexo era venerado como um deus: estátuas fálicas decoravam as casas e partes da grande Atenas, onde surgiu a palavra "pornografia" para definir os escritos sobre prostitutas da época. Com o tempo, o termo passou a designar "tudo o que descrevia as relações sexuais sem amor", como explica o historiador francês Sarane Alexandrian.

Na Idade Média, a influência do cristianismo ordenou a sexualidade para a vida conjugal, sacralizando-a no matrimônio. Isto desenvolveu uma nova visão acerca do corpo humano. Ele deixou de ser idolatrado como um objeto de prazer para converter-se no Templo do Espírito Santo. Com a purificação da sexualidade, não mais governada pela concupiscência, homem e mulher passaram a tratar-se como uma só carne, dois indivíduos unidos definitivamente pelos laços matrimoniais. Foi apenas com o Renascimento que a sexualidade voltou a ser banalizada como nos tempos da Grécia e de Roma.

A nossa era assiste a uma onda pornográfica inigualável. O que antes estava restrito às salas discretas das locadoras e das bancas de jornais, tornou-se agora acessível a todos os públicos pela democratização da internet. Desde a mais tenra idade, os jovens já são expostos à pornografia. Embora haja quem considere isso um progresso, inúmeros estudos têm classificado a pornografia como uma nova espécie de droga, tendo como um de seus efeitos mais malignos o aumento da agressividade. Eis o que nos diz este estudo publicado no Journal of Communication:

[...] 22 estudos de sete diferentes países foram analisados. O consumo (de pornografia) foi associado com agressão sexual nos Estados Unidos e internacionalmente, entre homens e mulheres [...] Associações foram mais fortes para agressões sexuais verbais do que para físicas, apesar de ambas serem significantes.

Sejamos francos: esses resultados não são nenhuma novidade. Quando se cresce em uma cultura que não valoriza a sexualidade em todas as suas dimensões, mas, ao contrário, defende a ideia de que o corpo humano seja apenas um instrumento do qual se pode obter prazer incontrolável, não deveríamos nos assustar com o aumento de estupros, gravidezes indesejadas, violência doméstica etc. Na verdade, essas coisas nada mais são do que a consequência mais grave de uma mentalidade que, como dizia Bento XVI na encíclica Deus Caritas Est, ensina o homem a considerar "o corpo e a sexualidade como a parte meramente material de si mesmo a usar e explorar com proveito". O ser humano se torna uma mercadoria, "uma 'coisa' que se pode comprar e vender" (n. 5).

A crítica que geralmente fazemos aos movimentos feministas deve-se justamente ao que expusemos acima. A "cultura do estupro", como dizem, não é gerada pelo patriarcalismo cristão e europeu. Sociólogos não religiosos admitem a contribuição imprescindível do cristianismo, em especial, da Igreja Católica, para a emancipação feminina. A "cultura do estupro" tem a ver como uma noção deturpada a respeito do homem e da mulher, que encontrou eco na chamada Revolução Sexual e se propaga por meio da pornografia. Trata-se de uma noção que reduz a intimidade do casal a apenas uma noite de prazer e nada mais. E as feministas que defendem esse tipo de mentalidade alimentam o monstro que pretendem combater.

O machismo nunca será vencido com "Marchas de Vadias". Embora não queiram aceitar, a melhor maneira de domar a fera dentro do homem é ensinando-o a viver a continência pré-matrimonial. A castidade não é simplesmente não fazer sexo, como pensam as mentes vulgares desta época, mas enxergar a pessoa humana como uma criatura amada por Deus. Os pais têm o dever de inculcar isso na mente dos filhos para que a sedução do sexo fácil não os escravize. Os pais precisam tornar-se amigos de seus filhos, companheiros de jornada, agindo com paciência, compreensão, sem medo de perguntas embaraçosas, para que os jovens não busquem na pornografia aquilo que eles poderiam aprender corretamente em casa. Este é o caminho: educar para o Céu.


fonte: padrepauloricardo.org/blog

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