A balbúrdia que se seguiu na classe falante brasileira após a renúncia do Papa Bento XVI é o bastante para percebermos que as opiniões emitidas nessas tribunas não passam de tagarelices e de conversa de aloprados. "Que o próximo Papa seja mais aberto", dizem uns, "que a Igreja acorde para os problemas sociais", dizem outros, como se a doutrina católica fosse definida pelo consenso de um coletivo, bem ao estilo de um grêmio estudantil. Mas no reino da insensatez, infelizmente, qualquer um está apto a opinar sobre assuntos que não lhes dizem respeito. Quem explica muito bem isso é o filósofo Olavo de Carvalho: "O idiota presunçoso, isto é, o tipo mais representativo de qualquer profissão hoje em dia, incluindo as letras, o ensino e o jornalismo, forma opinião de maneira imediata e espontânea, com base numa quantidade ínfima ou nula de conhecimentos, e se apega a seu julgamento com a tenacidade de quem defende um tesouro maior que a vida. A rigor, não tem propriamente opiniões. Tem apenas impressões difusas que não podendo, é claro, encontrar expressão adequada, se acomodam mecanicamente a qualquer fórmula de sentido análogo, colhida do ambiente, e então lhe parecem opiniões pessoais, como se a conquista de uma autêntica opinião pessoal prescindisse de esforço". Um claro exemplo do que estamos falando é a deputa Marisa Formolo (PT), que do alto de sua "grande sabedoria teológica", proferiu um discurso totalmente descabido a respeito da renúncia do Papa Bento XVI, durante o Grande Expediente da Assembleia Legislativa de Porto Alegre - RS: "Acompanhei a conduta de Dom Ratzinger quando impediu que a América Latina avançasse na teologia da libertação, quando impediu o nosso grande amigo Leonardo Boff, com quem trabalhei nas questões de direitos humanos, de se pronunciar novamente em algum lugar do mundo, quando impediu que as comunidades eclesiais de base tivessem a força de organização do povo para construir o reino de Deus. Esse mesmo papa está saindo, e penso que em boa hora”. O discurso, que ganhou um merecido repúdio da Arquidiocese de Porto Alegre, foi feito na última quarta-feira, 13/02/2013, numa reunião em que se discutia o tema da Campanha da Fraternidade 2013, cujo o lema é "Fraternidade e juventude". Presente na Assembleia, o arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, disse ter se surpreendido com a fala da deputada e criticou: "Foi realmente muito triste. Todo mundo ficou pasmo. Ela vive em um mundo à parte, o da ideologia". Marisa Formolo é seguidora de uma ideologia, não de uma religião. Seu conceito de Igreja Católica é uma ONG a serviço de um partido, que gera um bem estar social e econômico. Ensinamento muito distante daquele dito por Cristo de que "não só de pão vive o homem, mas de toda a Palavra de Deus". Ao se aliar às fileiras dos teólogos da libertação, a nobre deputada revira o cristianismo e com ele, a própria fé. A teologia da libertação não defende os pobres, ela o instrumentaliza e engana. Os frutos amargos do comunismo soviético e cubano são a maior prova disso. Como ensina Bento XVI no seu livro "Jesus de Nazaré", Jesus não veio trazer um mundo melhor, veio trazer Deus. Se a senhora Marisa Formolo não é capaz de entender isso, seria muito melhor que ela se limitasse a comentar o escândalo do mensalão, do qual o partido que ela pertence foi protagonista, que aventurar-se a comentar o que é bom ou ruim para a Igreja Católica. Até porque, uma pessoa que considera Leonardo Boff - aquele que chama o ser humano de "câncer que deve ser extirpado da Terra" - um baluarte dos direitos humanos, não tem a mínima condição de emitir qualquer juízo a respeito de Igreja e papado. Infelizmente, casos como o da senhora Marisa Formolo não são os únicos nos últimos dias. Poderíamos elencar no mesmo rol dos nobilíssimos novos teólogos e vaticanistas uma série de outras personalidades e articulistas de grandes jornais. Todos elevados a esse patamar pelos grandes meios de comunicação, aqueles devidamente comprometidos com a completa desinformação. Mas não cabe a nós listá-los aqui. A propaganda que esses senhores têm da imprensa já é o suficiente. O que cabe a nós é ficarmos atentos às palavras claras do Santo Padre e ignorarmos por completo a opinião desses pseudos gurus. Afinal de contas, o que sai da boca deles não passa disso: opiniões! fonte: padrepauloricardo.org
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