Este é, sem dúvida, um fato assustador, mas, de todas as cartilhas e livros produzidos para a instrução infanto-juvenil, praticamente nenhum material é capaz de tratar o tema "sexo" sem ofender o pudor das crianças ou desvirtuar a conduta moral dos jovens. As apostilas distribuídas nas escolas e colégios do século XXI têm praticamente de tudo. Falam de como evitar uma DST ou uma gravidez – o que, na concepção antinatalista moderna, é quase a mesma coisa; ensinam a usar toda sorte de anticonceptivos; incentivam abertamente a prática da "masturbação"; e algumas chegam mesmo a ilustrar o ato sexual – isso quando não se recorre diretamente a materiais pornográficos para uma "aula experimental". Criminosamente, porém, no meio de tudo isso, não se pronuncia uma palavra sequer a respeito da família. No sexo, vale tudo – exceto ter filhos. Ter sexo, de qualquer jeito – menos dentro da família. Parecem ser os lemas dos manuais produzidos pelos pedagogos e educadores contemporâneos. Diferentemente do que muitos supõem, entretanto, nada disso é por acaso ou parte normal do "progresso" e "evolução" da sociedade. Métodos para alterar a moral sexual e remodelar o conceito de família fazem parte de uma estratégia meticulosamente traçada para manipular as consciências, reduzir o índice populacional e instaurar um governo totalitário no mundo inteiro. Para atingir tal objetivo, nada melhor do que começar com a infância: assim como a cera mole pode ganhar qualquer forma que se queira imprimir-lhe, quanto mais cedo as mentes humanas recebem as ideias, tanto mais elas se arraigam e mais difícil se torna tirá-las. É isso o que explica, por exemplo, os pedidos frenéticos de "especialistas" por uma "escola em tempo integral". A meta é tirar as crianças do seio familiar e transferir ao Estado a responsabilidade de educá-las – algo que o governo brasileiro cunhou sob a expressão sintomática de "Pátria Educadora". Esse projeto corresponde perfeitamente aos anseios do filósofo alemão Friedrich Engels, o qual pedia, ainda no século XIX, que a educação das crianças se tornasse "um assunto público". O comentário da feminista Kate Millett a esse respeito é revelador: "A partir do momento em que se manifestam os primeiros poderes cognitivos da criança, seria preferível confiá-la a profissionais de ambos os sexos, que se dedicam a essa tarefa por vocação, do que deixá-la ao cuidado de pessoas preocupadas e por vezes infelizes, com pouco tempo e gosto para lhe educar o espírito. A tese radical da análise de Engels é a de que a família, tal como é hoje encarada, deve desaparecer." Neste ponto, mais do que acusar os engenheiros sociais de sequestrar as futuras gerações e torná-las reféns de um projeto educacional absolutamente arbitrário, também seria necessário fazer um alerta aos pais. Quando muitos deles têm "pouco tempo ou gosto" para educar as crianças que eles mesmos trouxeram ao mundo – sendo, na maioria das vezes, os primeiros a engrossar os pedidos por "escolas integrais" –, o que se pode dizer, senão que eles estão deliberadamente vendendo os próprios filhos ao Estado? Sem corrigir as coisas dentro de casa – devolvendo às famílias a sua "vocação natural" de "educar os filhos" –, dificilmente se pode mudar o atual estado das coisas. Outro exemplo de como a infância é o alvo principal dos gurus da "nova era" são os recentes debates sobre a teoria de gênero, que as prefeituras municipais têm conseguido barrar com sucesso de seus planos de educação. Apesar da aparente vitória da família brasileira nessa matéria, os ideólogos estão dispostos a tudo para levar a cabo os seus planos sórdidos – ainda que isso signifique derrubar a própria base democrática das instituições brasileiras. Os pais não querem o "gênero" nas escolas? Não faz mal, diz a filósofa e psicanalista Viviane Mosé. "Quem dá aula é o professor", ela afirma. "Nós não precisamos de que os vereadores decidam isso, nem nos intimidar com o que os vereadores decidem, nem esperar que os vereadores decidam, (...) eles não dizem respeito a nós. (...) Questão de gênero não precisa ter este nome em nenhum lugar para que seja discutida." As famílias são contra doutrinação ideológica nos colégios? Não faz mal, disse o sociólogo Richard Miskolci, durante o I Seminário Queer, realizado recentemente em São Paulo. Segundo ele, a exclusão do termo "gênero" dos PMEs não impedirá que os professores abordem o tema. "A forma geral de condução da educação exige o respeito aos direitos humanos. Isso não foi tirado dos planos e, portanto, essas discussões ocorrerão na sala de aula". Em resumo, os chamados "especialistas" já se sentem os responsáveis pela educação das crianças. Pouco importa que os pais sejam a favor ou contra a ideologia de gênero; que eles tenham lotado as câmaras legislativas do Brasil para protestar contra essa teoria perversa. Os "especialistas" acham que sabem o que é melhor para os nossos filhos e vão colocar a matéria dentro das salas de aula, queiram ou não as famílias. Se isso já não é uma espécie de totalitarismo, estamos bem próximos de chegar lá. fonte: padrepauloricardo.org
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