Jesus Cristo é o fim último da devoção à Santíssima Virgem. Esta é uma das afirmações que encabeçam as explicações que São Luis Maria Grignion de Monfort, sacerdote francês, que viveu entre os anos 1673 e 1716, faz a respeito da prática de viver plenamente e mais profundamente as promessas do batismo: negar o diabo, o mundo e a carne, abraçando o evangelho de Cristo em sua totalidade por amor a Deus e ao próximo. Assim como fizeram tantas pessoas antes de mim e você caro leitor, os escritos contidos no Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem explica, de forma simples e conclusiva o que é e no que consiste uma devoção que busca a Jesus, caminho, verdade e vida, por meio de Maria. Recordemos, que a mãe de nosso salvador é uma poderosíssima intercessora. Porém, como ela é toda submissa, dócil, humilde e plenamente em sintonia com a vontade de Deus Pai sendo despojada de tudo que pudesse desagradar ao criador, Maria não fica com nada para si. Se nos aproximarmos dela, por amor a ela, não existe sombra de dúvidas que não iremos amar menos ao seu filho. Ninguém deixa Jesus de lado porque se aproxima de Maria porque mãe e filho estão em comunhão. Ela que gerou em seu ventre o redentor, por desejo de Deus, se entregou tanto, como escrava do Pai, que nunca lhe foi possível se desfigurar em relação ao Cristo. E na cruz este foi o desejo de Jesus, que Maria se tornasse responsável por nós como uma mãe, sendo assim constituída na ordem da graça. E mais, acompanhem o mistério da coisa. Jesus foi gerado no ventre de Maria pela ação do Espírito Santo. Jesus se fez homem assumindo a condição humana e recebendo o sangue e a carne de sua mãe. Isto é impossível de ser refutado para aqueles que tem fé. Agora a firmeza da coisa. Jesus na última ceia, na quinta-feira santa no cenáculo disse que o vinho era o seu sangue, e o pão era a sua carne. “Quem beber do meu sangue e comer da minha carne viverá em mim e eu nele e terá a vida eterna”. Eis aí. Não se trata mais de pão ou de vinho. Pelo milagre da transubstanciação ao comungarmos estamos recebendo o corpo, sangue, alma e divindade de Jesus e por conseguinte, de Maria. Não se pode negar essa realidade a menos que se queira chamar Jesus de mentiroso e negar o que a ciência já comprovou quanto a herança de DNA que uma criança recebe no ventre da mãe. E vamos repetir, para negar, é preciso não ter fé. A fé confirma o que a história nos conta. Tentar com um esforço teológico explicar ou compreender os porquês de Deus não nos cabe. No céu compreenderemos as coisas e tudo nos será revelado, mas por hora temos a fé, dom de Deus e comprovada pelos seus milagres ordinários e extraordinários. Pois bem, feito esta pequena introdução encerro o artigo colocando um pequeno trecho do referido tratado que São Luis escreveu, para ilustrar quão sério e verdadeiro é ser um devoto de Maria, numa devoção que por ser verdadeira é: interior, terna, santa, constante e desinteressada. Vejamos: “Jesus Cristo, nosso Salvador, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, deve ser o fim último de todas as nossas devoções; de outro modo, elas serão falsas e enganosas. Jesus Cristo é o alfa e o ômega, o princípio e o fim de todas as coisas. Nós só trabalhamos, como diz o apóstolo, para tornar todo homem perfeito em Jesus Cristo, pois é em Jesus Cristo que habita toda a plenitude da Divindade e todas as outras plenitudes de graças, de virtudes, de perfeições; porque nele somente fomos abençoados de toda a bênção espiritual; porque é nosso único mestre que deve ensinar-nos, nosso único Senhor de quem devemos depender, nosso único chefe ao qual devemos estar unidos, nosso único modelo, com o qual devemos conformar-nos, nosso único médico que nos há de curar, nosso único pastor que nos há de alimentar, nosso único caminho que devemos trilhar, nossa única verdade que devemos crer, nossa única vida que nos há de vivificar, e nosso tudo em todas as coisas, que deve nos bastar. Abaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos. Deus não nos deu outro fundamento para nossa salvação, nossa perfeição e nossa glória, senão Jesus Cristo. Todo edifício cuja base não assentar sobre esta pedra firme, estará construído sobre areia movediça, e ruirá fatalmente, mais cedo ou mais tarde. Todo fiel que não está unido a ele, como um galho ao tronco da videira, cairá e secará, e será por fim atirado ao fogo. Fora dele tudo é ilusão, mentira, iniquidade, inutilidade, morte e danação. Se estamos, porém, em Jesus Cristo e Jesus Cristo em nós, não temos danação a temer; nem os anjos do céu, nem os homens da terra, nem criatura alguma nos pode embaraçar, pois não pode separar-nos da caridade de Deus que está em Jesus Cristo. Por Jesus Cristo, com Jesus Cristo, em Jesus Cristo, podemos tudo: render toda a honra e glória ao Pai, em unidade do Espírito Santo e tornar-nos perfeitos e ser para nosso próximo um bom odor de vida eterna. Se estabelecermos, portanto, a sólida devoção à Santíssima Virgem, teremos contribuído para estabelecer com mais perfeição a devoção a Jesus Cristo, teremos proporcionado um meio fácil e seguro de achar Jesus Cristo. Se a devoção à Santíssima Virgem nos afastasse de Jesus Cristo, seria preciso rejeitá-la como uma ilusão do demônio. Mas é tão o contrário, que, esta devoção só nos é necessária para encontrar Jesus Cristo, amá-lo ternamente e fielmente servi-lo.” fonte: Jefferson Roger e trecho do livro Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem
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