quinta-feira, 12 de março de 2020

Não seja um carismático

Certa vez um dirigido espiritual do Padre Pio lhe perguntou: “Como devo participar da santa missa?” Ao passo que o bom santo respondeu: “Como Maria, o apóstolo João e as mulheres piedosas ao pé da cruz”. Bastava essa resposta de um dos mais portentosos santos de nossa igreja católica para colocar um fim nesse debate que nunca termina a respeito de como se comportar e celebrar uma santa missa e que atitudes devemos ter ou não durante a celebração.

E mais, a santa missa é a oração por excelência e isto é pregado pelo clero católico a muitos séculos. Basta estudar a vida dos santos padres para constatar essa máxima do cristianismo autêntico.

Pois bem, lá vamos nós então. De novo... Recordemos que às portas do templo, o evangelho relata que Jesus expulsou os vendilhões e disse que ali era uma casa de oração. Outra questão que precisamos considerar é que a santa missa é a celebração incruenta do sacrifício de Cristo na cruz no alto do calvário, feita em memória de Cristo a mando Dele. Muito bem, já temos aqui material suficiente para refletirmos um pouco sobre a santa missa.

Liturgicamente falando, as normas da igreja prescrevem o “modus operante” a ser seguido para que se bem celebre esse acontecimento tão importante para vida do cristão. O importante é aparecer Jesus Cristo, e não o padre, a equipe de canto ou qualquer outra pessoa. Por isso existem as rubricas para definir o comportamento do presidente da assembleia e em consequência disso, da própria assembleia, pois já dissemos, quem deve aparecer é o Cristo, o sacerdote deve passar despercebido.

O que dizer então deste embrião satânico de origem não católica chamado Movimento da Renovação Carismática? Não vou nem pedir desculpas aos carismáticos. Pesquisem as raízes de onde vocês se meteram, tomem consciência do seu erro, se confessem e sejam católicos apostólicos romanos. Autênticos ao Evangelho e a reta ortodoxia doutrinal católica de mais de dois mil anos. Estudem os santos padres e vivam o que pede Jesus. Chega a dar nojo essa folia que as pessoas que se dizem carismáticas fazem ao promover uma renovação no modo de conduzir as celebrações litúrgicas nas missas. E que missas? Coisíssima nenhuma, muitos padres amedrontados pela maioria e querendo fazer papel de politicamente correto admitem ser comandados por equipes de música, organizadores das missas e por aí vai.
O que importa é se sentir bem, bailar, dançar, bater palmas, gritar vivaaaa, gesticular de todas as maneiras e fazer festa entoando louvores a plenos pulmões. Pior ainda é quando fazem isso na adoração ao santíssimo sacramento. Ainda bem que Jesus tem a eternidade inteira para puni-los, agora que é a hora e o tempo da graça Ele está aberto a misericórdia. Palavras Dele dirigidas a Santa Faustina quando ela lhe perguntou os porquês de tudo isso. Vejam bem, já naquele tempo. E como dói ver os sacerdotes que deveriam seguir a ordem de Jesus e apascentar as ovelhas Dele, implementarem e adotarem jeitos e trejeitos durante o seu ofício de ministro ordenado através do sacramento da ordem.

A quem muito foi dado muito será cobrado. Ai dos sacerdotes, com certeza “ai” dos sacerdotes e de toda essa leva de fiéis que acha que Jesus se faz presente nas espécies eucarísticas e na mesa da palavra para ficar assistindo essa palhaçada que fazem os membros da renovação carismática. Eu que sou católico bem tradicionalista e conservador nunca precisei de nenhuma injeção de ânimo, de nenhuma renovação em qualquer tipo de atitude ou participação minha ou seja lá o que quer que estes equivocados carismáticos preguem como algo necessário se você quer ter uma experiência verdadeira no Espírito Santo. Pelo amor de Deus, leiam a bíblia para aprenderem que o dom de línguas é falar numa língua que não se conhece e todas as pessoas entenderem o que se está falando. Está escrito que os dons são distribuídos conforme a vontade do Espírito Santo a todos visando o bem comum. Pronto, está resolvido. O contrário disso é igual a Babel. Vejam bem, a renovação carismática NÃO nasceu no dia de Pentecostes. Até o nome de Re - novação indica que ela confessa ser o reinício de algo que foi interrompido. Logo, ela não nasceu no dia de Pentecostes, tem origem em movimentos pentecostais protestantes de séculos atrás. Só pretende ser a continuação ou a retomada do que aconteceu em Pentecostes. Ora, no entanto, o que aconteceu no dia de Pentecostes foi exatamente o contrário do que acontece hoje com a RCC. No Pentecostes, o senhor diz bem, São Pedro falava uma língua só e cada um entendia o que ele dizia em sua própria língua. Na RCC, cada um fala uma língua que ninguém entende. O que acontece na RCC mais se parece, então, com o que aconteceu na torre de Babel, onde cada um falava uma língua e ninguém mais se entendia.

Muitas pessoas que fizeram essa experiência de participarem desses encontros carismáticos e destes grupos, ao saírem deixaram importantíssimos depoimentos que só embasam o que muitos já enxergam, mas estão aí a tentar tampar o sol com a peneira. Dou apenas um exemplo: Certa vez eu fiz uma visita sem aviso para um grupo de jovens a fim de constatar o que se passava naquele grupo. Foi aterrorizador. Parecia um grupo de protestantes pentecostais. Gritos, uivos, gingas, louvores a plenos pulmões. Depois alguém disse que estava recebendo uma visão do Espírito Santo. E aqui reforço o fato. Nesses encontros alguém sempre tem uma visão de paisagem e alguém sempre começa a falar aquele amontoado de sílabas que ninguém entende e dizem que isso vem do Espírito Santo. Mentira, o Deus Uno e Trino não se contradiz. Ele disse que os diferentes dons são distribuídos para o bem comum. Jamais Ele iria fazer alguém falar algo que não se entende para algumas pessoas apenas para “se mostrar”, para “se aparecer”, não venham com essa. Basta ir a um terreiro de macumba ou a um centro espírita que a conversa é a mesma. E ainda essas testemunhas dizem, que se você não sabe falar em línguas é só imitar o que eles estão falando. Jesus, piedade por que não sabem o que fazem, se perdem por falta de conhecimento. Pensam que são sábios mas esquecem que bem-aventurados são os pequeninos. Vamos adiante. Até as melhores autoridades eclesiásticas veem este movimento com uma certa reserva. Os grandes sacerdotes do mundo como o Padre Paulo Ricardo e o Padre Duarte Souza Lara só para citar alguns exemplos, explicam a respeito dos cuidados que se deve ter com relação a isso. Eles não chegam a se pronunciarem contra, mas fica claro que a postura que eles tem enquanto filhos de Deus, sacerdotes defensores do evangelho de Cristo não é negociável. Não existe uma “maneira diferente” de ser católico. Vou repetir, não existe uma “maneira diferente” de ser católico. Ahhh, ser católico é tão chato, mas estou na verdade de Cristo e não quero deixar a igreja fundada por Ele. O que fazer? Obaa, posso ser carismático e deixar de lado toda a tradição e o sacrifício que a cruz de Cristo pede para em troca, cantar, bailar, gesticular, bater palmas, fazer coreografias, rebolar e por aí vai.

Errado, está errado. O movimento da renovação carismática tenta dar uma repaginada na exigência da cruz pedida por Jesus, tentando sacrilegamente misturar o que agrada ao homem ao que agrada Jesus. E não me venham com aquela conversa de que seguem o papa, aceitam os dogmas da igreja católica, aceitam Nossa Senhora e de que muitas pessoas voltaram para o seio da igreja depois que entraram na renovação carismática.

Para mim todos; sacerdotes, bispos, leigos ou quem quer que seja que são partidários desse movimento, aceitam parte ou sua totalidade ou se omitem em prol da política da boa vizinhança, são pessoas incapazes de viver a radicalidade do evangelho e se dedicam a encontrar “maneiras” de conviver seus prazeres com as exigências do amor justo de Nosso Salvador. Para mim, o autor deste site, não é possível ser católico apostólico romano e ao mesmo tempo ser carismático. Irá chegar um ponto onde uma encruzilhada irá se apresentar na vida do fiel.

Jesus com certeza não era carismático e nem poderia ser. Os evangelhos não se cansam de contar que Ele se retirava para orar, buscava o silêncio para se aproximar em oração do Pai. E ensinava a todos com autoridade, numa época em que não existiam meios de comunicação, o silêncio sacramental fazia parte da vida das pessoas que buscavam a Deus. Por que isso se perdeu?

Para quem ainda não fez, como sugestão deixo aqui que façam a experiência de uma vigília noturna de 8 horas em jejum total, recitando o Sacratíssimo Rosário de joelhos na presença do Santíssimo Sacramento sem intervalos e sem trocar de posição. Isso sim é uma experiência transformadora junto de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Já o fiz por mais de uma vez e posso afirmar: uma prática católica assim transforma nossa comunhão com Deus. Nos aproxima de Jesus e de sua Mãe, a Virgem Santíssima e nos afasta de todo o comportamento que não convém a um cristão católico.


fonte: Jefferson Roger

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