Vejamos para melhor refletirmos alguns versículos do livro do Eclesiastes:
“Vaidade das vaidades, diz o Eclesiastes, vaidade das vaidades! Tudo é vaidade.
Vi tudo o que se faz debaixo do sol, e eis: tudo vaidade, e vento que passa. Eu disse comigo mesmo: Vamos, tentemos a alegria e gozemos o prazer. Mas isso é também vaidade. Mas, quando me pus a considerar todas as obras de minhas mãos e o trabalho ao qual me tinha dado para fazê-las, eis: tudo é vaidade e vento que passa; não há nada de proveitoso debaixo do sol. E disse comigo mesmo: A minha sorte será a mesma que a do insensato. Então para que me serve toda a minha sabedoria? Por isso disse eu comigo mesmo, que tudo isso é ainda vaidade.
E eu detestei a vida, porque, a meus olhos, tudo é mau no que se passa debaixo do sol, tudo é vaidade e vento que passa. E quem sabe se ele (que virá depois de mim) será sábio ou insensato?
Contudo, é ele que disporá de todo o fruto dos meus trabalhos que debaixo do sol me custaram trabalho e sabedoria. Também isso é vaidade.
Que um homem trabalhe com sabedoria, ciência e bom êxito para deixar o fruto de seu labor a outro que em nada colaborou, note-se bem, é uma vaidade e uma grande desgraça. Àquele que lhe é agradável Deus dá sabedoria, ciência e alegria; mas ao pecador ele dá a tarefa de recolher e acumular bens, que depois passará a quem lhe agradar. Isto é ainda vaidade e vento que passa.
Porque o destino dos filhos dos homens e o destino dos brutos é o mesmo: um mesmo fim os espera. A morte de um é a morte do outro. A ambos foi dado o mesmo sopro, e a vantagem do homem sobre o bruto é nula, porque tudo é vaidade. Vi que todo o trabalho, toda a habilidade numa obra, não passa de emulação de um homem diante do seu próximo. Isto é também vaidade e vento que passa. Para quem trabalho eu, privando-me de todo bem-estar? Eis uma vaidade e um trabalho ingrato.
Aquele que ama o dinheiro nunca se fartará, e aquele que ama a riqueza não tira dela proveito. Também isso é vaidade. Muitas palavras, muita vaidade.
De tudo isso, qual é o proveito para o homem? A juventude e a adolescência são vaidade”.
Pois bem caros leitores, como vimos neste livro já se encontrava prefigurado o ensinamento que Jesus depois iria confirmar a respeito do desapego do mundo, o apego a cruz para uma caminhada rumo ao céu em direção da glória eterna. Nossa Senhora em sua aparição a Santa Catarina Labouré também confirmou essa verdade ao dizer para a santa que não prometia para essa vida a felicidade e sim para a próxima.
Como estamos a perceber é muito antigo esse proceder tão agradável a Deus que é o da santa pobreza. Sim, uma pobreza de espírito voluntária por amor a Deus que por consequência embute em nossos corações o desapego as coisas que passam e também as pessoas. E não nos escandalizemos porque o primeiro mandamento é amar a Deus sobre todas as coisas, com todo o nosso coração, alma e entendimento. Até as pessoas que amamos, as amamos por amor a Deus, desejando para elas o que
Deus nos deseja. Ou seja, a salvação eterna.
E junto a este mandamento vem o segundo que é não tomar seu santo nome em vão. Outro mandamento tão comumente usado como desculpa e dou aqui um exemplo. Certas pessoas disfarçam seus sentimentos de vaidade alegando que estão a praticá-los para Jesus. Eu me arrumo assim para ficar bonita(o) para Jesus, eu arrumo o cabelo para ficar bonita(o) para Jesus, eu uso perfume para ficar bem cheirosa(o) para Jesus, eu uso essa maquiagem e me embelezo assim para Jesus, por amor a Ele. Quanta besteira, sacrilégio e hipocrisia.
Tentam dar novo significado aos seus comportamentos atribuindo tudo a Jesus e com isso quer queiram quer não, dependendo do que brota do coração, correm o risco de tomarem seu santo nome em vão. Jesus não é uma desculpa, seu santíssimo nome não deve servir de desculpa e argumento para justificar ações interligadas com as raízes do mundo. É preciso, por exemplo, fazer como Santa Gema Galgani, que certa vez ao passear pelas ruas de sua cidade, exibindo uma pulseira de jóias que tinha ganho de sua parenta, foi abordada por seu anjo da guarda que disse: “Não é assim que deve se comportar a esposa de Cristo, uma filha de Deus”.
Ao passo que a santa imediatamente deixou de usá-lo prometendo para si mesma nunca mais desagradar a Deus com atitudes de vaidade. Como vemos, o céu não se agrada com nossas demonstrações de vaidade. Afinal, o vaidoso precisa de plateia, basta olhar as modas e as pessoas famosas.
Encerro colocando outra afirmação de Nossa Senhora que diz que “devemos nos vestir com decência, pudor e modéstia, bem vestidos mas com simplicidade”. Nada de roupas curtas demais, decotadas demais, transparentes demais ou justas demais. Caso alguém tenha se esquecido o que é isso, a decência e o pudor, basta olharmos para os santos, santas e os anjos de Deus. Nosso corpo é sagrado e precisa ser preservado do olhar concupiscente que desperta o interesse, a tentação e é fruto da desobediência no jardim do Éden.
Quando nos vestimos com decência sobressalta em nós outras qualidades que valem a pena serem mostradas, como o caráter, a ponderação, a educação, o bom proceder, a delicadeza no agir e tantos outros. Peçamos a Deus a graça do auxílio da sagrada família, modelo número um de comportamento que todos nós devemos ter em nossas vidas.
Fonte: Jefferson Roger
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