Importa antes obedecer a Deus do que aos homens. Este é um trecho do capítulo 5 do livro dos Atos dos Apóstolos, onde acompanhamos um belíssimo relato de testemunho em favor de Cristo. Eram os primeiros momentos da caminhada da igreja católica e o mundo já começava a dar sinais do seu repúdio contra o evangelho. O capítulo conta que os apóstolos pregavam por toda a parte e curavam a muitas pessoas. Não demorando muito para a seita dos saduceus e os sumos sacerdotes se reunirem e os colocarem na prisão. Fato que foi insignificante pois foram libertados por um anjo do Senhor e obedientes aos ensinamentos do mestre seguiram ensinando o povo. Por fim foram exortados a não mais fazerem isso e foi aí que São Pedro, tomando a palavra com os demais disse a frase de Atos 5,29 – “Importa antes obedecer a Deus do que aos homens”. Que esplendorosa deve ter sido esta cena, depois repetida inúmeras vezes na história dos cristãos. Incontáveis foram os mártires que perante alguma autoridade deste mundo não “arredaram o pé” e não se acovardaram por medo de perderem suas vidas. Tantas histórias de santos e santas que em mais tenra idade tornaram-se heróis da fé. Uma fé heroica disposta até as últimas consequências. Até ao martírio. Lembrando que a palavra martírio quer dizer testemunho e é uma das expressões máximas do evangelho pois Jesus disse que aquele que perder a sua vida por amor a mim irá conservá-la e disse também que não existe amor maior do que aquele que dá a vida pelo irmão. Ora, não poderíamos esperar algo diferente vindo do Cristo. Ele que deu o exemplo espera de nós, no mínimo, o máximo. O católico “meia boca” vai encontrar muitos problemas para entrar no paraíso pois Jesus disse no livro do Apocalipse que o morno ele vomita. Podemos, no entanto, ir além, é preciso nos inteirarmos completamente e diariamente sobre o que o céu espera de nós. Quando queremos aprender sobre algum aplicativo novo, ou queremos aprender como se usa algum aparelho eletrônico moderno que adquirimos, facilmente tomamos a decisão de ler os manuais e nos inteirarmos de como as coisas funcionam. Porque não nos comportamos e não agimos da mesma forma quando o assunto trata da salvação da nossa alma? Vale lembrar, temos apenas uma alma e uma única chance no dia do juízo para recebermos o “carimbo do eterno” que nos permitirá recebermos a coroa da glória eterna. Não vos enganeis, disse Jesus. É preciso sempre estarmos atentos e vigilantes, mantermos a prudência e a perseverança porque, como dizia uma anciã do convento onde vivia Santa Maria Faustina Kowalska, a idade não dispensa ninguém da luta. E o diabo sabe muito bem disso e sempre está a nos tentar com o desânimo pelas coisas de Deus, nos propondo sempre deixarmos tudo para o amanhã. Loucos que somos se damos ouvido a ele, pois o amanhã não existe ainda. Deus nos concede o hoje. Loucos pecadores, como podemos planejar o futuro terrestre com tantos planos e não planejarmos viver na glória do paraíso? Mais vale, como dizia Santa Teresa D’Ávila, padecer todos os sofrimentos terrestres abraçados a cruz para viver em alto grau de glória no céu. Nem se pode comparar a felicidade e os prazeres do mundo em alguns míseros anos com a felicidade eterna na companhia da Santíssima Trindade, de Nossa Senhora, dos anjos de Deus e do seu povo e isso inclui nossos parentes e familiares. Se temos fé, professamos e vivemos assim, tendo Deus no coração, o paraíso na mente e o mundo debaixo de nossos pés, como dizia Santo Antonio Maria Claret, nem cogitaremos em trocar a eternidade por alguns anos terrestres na lama dos prazeres e alegrias do pecado. Os homens não podem nos proporcionar o que Deus nos apresenta. Deus, que é um pai muito melhor do que qualquer pai nutrício ou adotivo, cuida de nós, nos castiga e nos corrige porque não vai nos mimar para que nos percamos no inferno. Ele nos quer no céu, seu amor é exigente e ele espera o melhor de nossa parte porque como diz São Paulo, nem conseguimos imaginar o que nos aguarda nas moradas celestes. A obediência tem uma hierarquia. E obedecer aos homens em detrimento de desobedecer, contrariar, dar desgosto, ofender ou ignorar a Deus não nos trará boas consequências. Por fim, o capítulo 5 encerra nos contando que após terem sofrido a flagelação como castigo e advertência por desobedecerem aos homens, pregando o anuncio de Jesus, os apóstolos foram libertados e saíram felizes por terem sofrido por amor a Cristo. Sejamos assim, fiéis a aquele que nunca deixou de ser fiel a nós. Obedientes até que nossa cruz possa ser colocada ao lado da cruz de Jesus, para seguirmos ao encontro do justo juiz e abraçarmos nossa herança que como filhos de Deus iremos receber segundo nossas obras. fonte: Jefferson Roger
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