Remonta a tempos muito remotos a figura da pessoa que recebe o título de madrinha. Como gosto sempre de fazer, aponto aqui a origem da palavra, que vem do latim MATRINA, variante de MATER, que quer dizer mãe. Em termos práticos é a famosa “mãe de reserva”, mas não se enganem com a aparente falta de consideração que a expressão parece apontar. Muito pelo contrário. Na história da humanidade, por gerações sempre existiu a dificuldade em se manter uma família. Por questões financeiras, humanitárias, de saúde e tantos outros motivos. Sendo assim a escolha de uma madrinha configurou-se na transmissão instintiva dos pais, que por saberem de sua realidade finita, colocam a sua maior herança, seus filhos sob a tutela da madrinha. Assim o fazendo iriam garantir para sua prole a transmissão do amor pois isso é um verdadeiro testamento de amor que colocamos no colo de madrinhas e padrinhos. Pensam assim os pais: se faltarmos para com nossos filhos, se Deus nos chamar não iremos partir desamparados pois nossos filhos terão em suas madrinhas e padrinhos a garantia do melhor que eles podem dar. No convite que uma mãe faz para aquela que deseja como madrinha é como se estivesse a dizer: “Se algo acontecer comigo, deixo-lhe como herança a vida de minha filha”. É sem dúvida um voto de confiança do mais alto calibre. Uma mãe, que depois da Santíssima Trindade é quem mais ama sua filha, ao conceder por este convite uma vida humana, mostra que seu amor pela filha é tão imenso a ponto de já em vida, desejar que, se a vontade de Deus assim o quiser, que ela parta deixando a filha aos cuidados de tão valoroso amor. O amor de uma madrinha. Madrinhas que não são manchadas pelo mundo, sentem as dores da mãe sim. Elas possuem no coração um espaço para o afilhado. Posso assim dizer porque minha madrinha, já bem de idade e ainda viva demonstra o que sente por mim até nas palavras. Ela que representou minha mãe no altar (por conta do seu falecimento), quando eu me casei, pôde acolher minhas lágrimas nesse momento. Tal foi sua felicidade que lá estava ela, em pé com todo o mérito que uma madrinha carrega em si. Uma madrinha que reza por mim e não tem porque mentir sobre isso, pois de mim, o seu generoso amor não pede nada em troca. Assim como o amor de Deus, que amou primeiro. Minha filha Sofia, também terá a sua madrinha. Ela se transformou em presente de Deus para sua madrinha e se tornou mais alguém que não é apenas um qualquer, um desconhecido. Sábado, 16 de abril de 2016, dia em que minha primeira filha Yasmin estará em retiro de preparação para sua primeira comunhão, dia em que eu, como catequista estarei neste retiro palestrando para tantos filhos e filhas, dia em que a madrinha e o padrinho da Sofia estarão no mesmo retiro a coordenar as atividades, neste dia, a pequena Sofia irá completar 5 meses. Num convite feito a poucas semanas atrás, seguindo a sabedoria da igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo e como seus membros, o aceite confirmou o compromisso assumido. De estranhos a conhecidos de ônibus, depois nas atividades paroquiais, em seguida nas recordações passadas que já mostravam que os caminhos iriam se cruzar e agora, na aproximação mesmo que pequena por conta das participações e compromissos na igreja onde todos os envolvidos residem, o caminho da pequena Sofia agora pode trilhar pela via da economia sacramental. fonte: Jefferson Roger
Nenhum comentário:
Postar um comentário