Corações Santíssimos de Jesus e Maria, a vós me consagro assim como toda a minha família. Esta é uma oração que encabeça todas as dezenas de um terço chamado Terço dos Consagrados. Para mim é também uma oração que coloco no momento em que vou me deitar. Entre tantas orações e preces esta faz parte de minha rotina para ir dormir a muito tempo. E como esta arma poderosa do cristão, que é a oração, se feita de coração sincero, como Jesus nos ensina nos evangelhos, tem alcance celeste, o diabo já pode ir cantando sua derrota porque assim como Deus quis que Maria Santíssima em sua humildade e submissão, como criatura de Deus, recebesse a gloria dos céus e o poder de esmagar a cabeça da serpente, do nosso cruel inimigo, também o quis que pelo poder da oração e da consagração nos tornássemos por livre arbítrio, seus para sempre.
E como é bom consagrar tudo a Jesus e sua mãe. Dá um alívio. É uma atitude de entrega, humildade e reconhecimento que sem Jesus nada podemos fazer (João 15,5). Porque tentar caminhar pelas próprias pernas se Jesus disse que ele é o caminho, a verdade e a vida? Disse que ninguém vai ao Pai senão por Ele (João 14,6)? O quanto antes se percebe isso, o quanto antes se percebe que somos dependentes de Deus para tudo, antes confiamos e colocamos tudo que temos e somos em suas mãos.
Já diziam os santos para que nos preparemos para o combate (Eclesiástico 2) assim que nos pronunciarmos soldados de Cristo no mundo. Isso enfurece satanás que tanto trabalha para perder a humanidade. Ele que nos odeia e se empenha sem descanso para nos afundar em seu lamaçal de pecados disfarçados de prazeres, sabe que se nos afastar de tudo que vem do céu, irá conseguir que compremos sua “idéia” de que o mundo em forma de parque de diversões é o que vale a pena porque afinal, diz o diabo, Deus é misericordioso, ele vai te levar para o céu mesmo que não queira. E assim, estando de pé e não cuidando para não cair (1ªCoríntios 10,12), lutamos inutilmente pela nossa salvação e pela salvação dos outros apenas com nossas forças.
Em Apocalipse 6,9-11 vemos: Quando abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos homens imolados por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho de que eram depositários. E clamavam em alta voz, dizendo: Até quando tu, que és o Senhor, o Santo, o Verdadeiro, ficarás sem fazer justiça e sem vingar o nosso sangue contra os habitantes da terra? Foi então dada a cada um deles uma veste branca, e foi-lhes dito que aguardassem ainda um pouco, até que se completasse o número dos companheiros de serviço e irmãos que estavam com eles para serem mortos. Percebem aqui que estas pessoas, que já estão no céu, estão a fazerem suas orações de súplicas? Só poderia não é mesmo, pois Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos.
Vamos adiante, agora em Apocalipse 7,13-16: Então um dos Anciãos falou comigo e perguntou-me: Esses, que estão revestidos de vestes brancas, quem são e de onde vêm? Respondi-lhe: Meu Senhor, tu o sabes. E ele me disse: Esses são os sobreviventes da grande tribulação; lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro. Por isso, estão diante do trono de Deus e o servem, dia e noite, no seu templo. Aquele que está sentado no trono os abrigará em sua tenda. Já não terão fome, nem sede, nem o sol ou calor algum os abrasará, porque o Cordeiro, que está no meio do trono, será o seu pastor e os levará às fontes das águas vivas; e Deus enxugará toda lágrima de seus olhos. Vemos aqui caros leitores, outro grupo de pessoas diante do trono. Os sobreviventes (os santos) que passaram por amor a Cristo, pela tribulação.
Ora, Jesus disse a satanás na tentação do deserto que devemos adorar somente a Deus. Fim de conversa. Nós que somos membros do corpo de Cristo, assim como os santos, assim como Maria Santíssima, trabalhamos em comunhão para o reino de Deus e a conversão e salvação dos pecadores. A igreja na terra é peregrina, no céu é triunfante e no purgatório é padecente. Uns rezamos pelos outros. A questão tão debatida de que o católico adora imagens é tão absurdamente divulgada e as acusações de idolatria por parte dos católicos chega a ser tão infantil que os não católicos, que tanto afirmam seguir exclusivamente a bíblia, deixam de lado tantas passagens porque não possuem uma fé universal, uma fé no todo que é proposto por Deus. Fazem uma caricatura da religião católica como se os fiéis católicos fossem ignorantes já que Jesus disse que existe um único mediador entre Deus e os homens, que é Ele. E nós católicos insistimos em nos ajoelhar, beijar, tocar e rezar perante imagens como se estivéssemos a praticar a idolatria. Acabamos de ver nos trechos do Apocalipse a atividade dos santos de Deus perante o trono do Altíssimo. Ué! Sobre a intercessão dos santos está escrito! Também no livro de Macabeus! Porque não seguem? Ahh, já sei porque eles não tem o livro dos Macabeus, se safaram dessa! Mas o livro do Apocalipse eles tem! Mas, querem tratar direto com Deus, quanto falta de humildade.
Não é nada disso não é mesmo, esquecem os não católicos de que idolatria é colocar alguém ou algo no lugar de Deus. Atitudes devocionais, que é o que o católico de fato pratica, em frente a ícones (pinturas) e imagens (esculturas), que representam pessoas que já trilharam o caminho que Jesus abriu e nos servem de bons exemplos, são realidades físicas que ajudam o agir humano. Por isso, como não nos é possível viver a graça da presença destes santos e santas, assim como da Virgem Maria, todos membros do corpo de Cristo, dirigimos aos céus nossos pedidos e agradecimentos, nos colocando fisicamente na presença destas imagens e ícones, mas espiritualmente na presença de toda a milícia celeste. Além do fato de serem estes objetos uma constante lembrança daquilo que a Santa Mãe de Deus nos deu como ordem: “Fazei tudo o que Ele vos disser”.
Eis-me aqui, digo ao Senhor Jesus (foto), perante a imagem de sua Mãe, a Virgem Imaculada, com toda a minha família, nos colocando no caminho de Jesus por meio de Maria. Minha oração diária que coloquei no início do artigo, faço ajoelhado ao lado da cama. O propósito é o mesmo, a intenção é a mesma, a fé é a mesma, é a mesma oração que faço diante de uma imagem de Maria e de Jesus. Então pergunto: na frente da imagem ela não vale porque é idolatria? Mas a que faço ajoelhado ao lado da cama vale porque não existe uma imagem? Percebem que a idolatria não está em imagens ou ícones e sim no coração, na alma? É muito mais profundo do que isolar textos bíblicos do contexto histórico e querer aplicar para justificar condutas. Texto fora do contexto vira um pretexto.
Portanto queridos leitores católicos e demais frequentadores do blog. Fica aqui o meu testemunho de vida e religiosidade. No dia do meu juízo particular não precisarei responder perante Jesus porque desprezei Maria, sua mãe e meus irmãos na fé (os santos) que me precederam porque julguei este ato de pedir intercessão perante imagens e ícones uma atitude de idolatria. Afinal, os não católicos intercedem em oração uns pelos outros diretamente a Deus e nós, católicos também o fazemos, mas fazemos ainda mais. Enquanto os não católicos contam apenas com a porção da igreja peregrina, nós católicos contamos com toda a totalidade da igreja: lembremos, na terra a igreja peregrina, no purgatório a igreja padecente e no céu a igreja triunfante. Católico significa universal, como um todo. Nós, portanto, contamos com o todo, não escolhemos uma parte. Deus se dá por inteiro e nos dá sua igreja por inteira.
fonte: Jefferson Roger