quarta-feira, 4 de maio de 2016

Abusos na Santa Missa

Dentro da celebração da santa missa, vez por outra incorremos em presenciar situações que são chamadas de abusos litúrgicos. Trata-se de atitudes praticadas que não estão prescritas nas normas litúrgicas que a Igreja de Cristo tutela para garantir a plena validade da celebração e a sua máxima eficácia da graça. Pois bem sabemos que quando queremos fazer algo bem feito em nossas vidas, seja na escola, no trabalho ou em qualquer área, precisamos seguir uma ordem de execução para bem proceder naquilo que queremos bem fazer. Ou seja, procuramos caprichar, fazer corretamente e da maneira certa.

Seja como for, em nossas vidas estamos sempre a procurar fazer tudo bem feito, para que possamos colher os frutos, os resultados que esperamos ou que esperam que alcancemos.

Assim devemos proceder de forma mais séria ainda, em nossas atividades relacionadas com nossa vida espiritual. Sobretudo com relação ao tema deste artigo: abusos na santa missa. Dentro desta celebração, existem duas divisões que se denominam ordinário da missa e próprio da missa. O ordinário da missa é a parte fixa, que não deve ser modificada. Assim prescreve a Instrução Geral do Missal Romano, documento que normatiza as diversas atividades litúrgicas de nossa igreja católica apostólica romana. Vejamos:

Ordinário, aquilo que nunca – ou raramente – muda: o Sinal-da-cruz, o Ato Penitencial, o Kyrie, o Glória, o Credo, o Ofertório, o diálogo antes do Prefácio, o Santo, a Consagração, o Pai Nosso etc.

Próprio, aquilo que muda conforme o dia, o tempo e as intenções: a Coleta (Oração do Dia), as leituras da Liturgia da Palavra, a Oração sobre as Oferendas, o Prefácio, a Oração depois da Comunhão. Daqui decorre que o conjunto desses elementos de uma determinada Missa se chame “Próprio da Missa”. Assim, há o Próprio da Missa do III Domingo do Advento, o Próprio da Missa de Defuntos, o Próprio da Missa de Pentecostes, o Próprio da Missa da Noite de Natal, etc. Continuemos.

Em Nome do Pai – início da missa: aqui o que deve acontecer é o seguinte. O sinal da cruz é rezado pelo sacerdote celebrante e os fiéis participam respondendo amém. O Missal Romano esclarece: “O sacerdote diz: Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. O povo responde: Amém”. Em hipótese nenhuma deve ser cantado, esclarece o mesmo Missal.

O papa Bento XVI dizia: “A cada dia deve crescer em nós a convicção de que a liturgia não é um nosso, um meu ‘fazer’, mas é ação de Deus em nós e conosco”. Para o Glória e o Santo, integrantes da parte fixa da missa, vale a determinação do Missal. Ou se reza as orações prescritas ou se canta estas orações. Não é permitido e é reprovado substituir por músicas que falem de “gloria” e de “santo”.

O Missal Romano prevê três tipos de oração para o Ato Penitencial: 1- ou reza ou canta o “Confesso a Deus todo-poderoso…”; 2- O “Tende compaixão…”; 3- o “Senhor, que viestes salvar… tende piedade de nós”. E como está previsto somente estes três tipos no Missal, faz parte do Ordinário da Missa. Se a letra de qualquer outra música remete ao arrependimento os liturgistas desautorizados acham que pode ser incluída na missa. Pessoas sem autoridade que querem inovar no rito de Paulo VI como se se houvesse alguma possibilidade de coisas assim ocorrerem. Eu só tenho pena de sacerdotes que estudam sete anos no mínimo e ainda assim permitem que a liturgia da Igreja seja deformada com gestos sutis de desobediência, como mudar um canto aqui, outro ali e pior, quando estes sacerdotes incentivam esses invencionismos como se a missa fosse desse tiranete paroquial que se denomina padre.

E para encerrar este breve artigo coloco aqui a questão do canto da paz. Outra invenção desautorizada para a hora do abraço da paz. Não está previsto no Missal e não deve acontecer. Como dói ser católico quando estamos participando de uma santa missa cheia de irregularidades e abusos litúrgicos que acontecem seja por parte do sacerdote ou por qualquer pessoa que está atuando. Se dói em nós católicos autênticos o que dizer da pessoa de Jesus? Que assiste do sacrário sua ordem para celebrar esse mistério em sua memória sendo transformado numa apresentação moderna e inovada? E em alguns casos um show particular?

fonte: Jefferson Roger

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