Dependência é uma das coisas que nosso cérebro aprende ao longo de nossas vidas a administrar. Pelo que nos consta, dependemos de muitas coisas em nossas vidas. Sejam elas físicas, psíquicas, afetivas e espirituais. O ser humano, que é um composto formado por corpo e alma, sabe pela sua fé em Deus que, um dia terá esse invólucro provisório chamado corpo glorificado por Deus com sua alma, tornando-se um corpo glorioso para entrar na vida eterna e receber sua recompensa, a coroa da glória ou a condenação eterna. Nunca é demais lembrarmos destas verdades. Está lá no livro do Eclesiástico 7,40, são os novíssimos. Pois bem, até aqui nos parece uma reflexão sem maiores impactos para nosso dia a dia, mas infelizmente na prática, o que vemos é um total desequilíbrio em nossas necessidades. Para um pequeno exemplo e constatação vamos ilustrar o que digo com a tecnologia, com a internet e com os serviços agregados aos smartphones como os mensageiros instantâneos e as redes sociais digitais. Não existe dúvida nenhuma e todos são unânimes, quando batemos na tecla de que a tecnologia, que veio para servir o homem, trouxe muita coisa boa e também muita coisa ruim. Isso é fato muito comprovado. A famosa rede mundial de informações aproximou pessoas, difundiu e disseminou informações de todas as categorias e facilitou muitas atividades reduzindo o tempo que antes, a moda antiga, demorava-se bem mais. Vejam só, para se pagar uma conta era preciso ir ao banco enfrentar fila, com o boleto que chegou pelos correios. Hoje em dia pagam-se as mesmas contas através do aplicativo bancário instalado no celular do correntista e num horário mais confortável, não se limitando ao famoso das 10:00 às 16:00 de segunda a sexta-feira. Ora, o método antigo ainda existe para alguns casos, mas as novidades estão aí, batendo em nossas portas todos os dias. No entanto, como já disse linhas atrás, existe também o lado obscuro da coisa. O lado negro. O mal também encontra espaço neste mar tecnológico e seduz a muitos oferecendo caminhos digitais para física e espiritualmente pecarmos. E como tudo começa? Santo Agostinho já dizia, se não teme a gravidade de seus pecados veniais, teme a quantidade ao conta-los. Que maravilhosa percepção deste grande santo de nossa religião católica. E se trata exatamente disso. Ninguém se joga no abismo de uma hora para outra, uma sucessão de vários pequenos passos conduz a pessoa até a beirada. Até que o passo derradeiro nos derruba para o precipício. Jesus já nos alertava, vigiai e orai sem cessar, pois, o espírito está pronto, mas a carne é fraca. É preciso ficarmos na “Quia in Aequilibrio”, na Virtude do Equilíbrio. Precisamos deixar o “demais” de lado porque o demais acaba por nos tomar um tempo que poderíamos estar com Deus, nossa família e nossos amigos e quando isso acontece já nos encontramos numa situação de escravidão. Mas existe um paradoxo. Nunca é demais nos envolvermos com o que vem do céu pois vamos recordar? Jesus disse que para isso nossa atitude deve ser “sem cessar”. Muitos não rezam um Rosário que leva em torno de 1 hora. Dizem que não conseguem arrumar tempo para isso, mas para navegarem no facebook ou no whatsapp 1 hora é muito pouco. Uma hora na santa missa muitos até conseguem ficar, mas tantos estão lá de corpo presente e com seus inseparáveis celulares porque afinal, alguém que é mais importante que Jesus pode te mandar uma mensagem ou algo assim e você precisa “estar ligado” para “curtir” e “comentar” ou quem sabe até abandonar a celebração pois afinal, um compromisso mais importante te chama. Na cara daquele que foi pregado pelos seus pecados. Essa é sua resposta de amor para com seu salvador. Ainda bem que cada um terá o seu juízo. Jesus nos pede para termos atenção. Ele sempre nos ensinou: “quem tem ouvidos ouça”. Ouçamos o que vem do céu e coloquemos as coisas que passam no seu devido lugar. No evangelho de João 15,5 ele nos afirma que não podemos nada sem ele e Santa Catarina de Sena nos exorta dizendo que sozinhos só conseguimos nos condenar e sem a ajuda dos demônios. Fica o alerta para todos nós. fonte: Jefferson Roger
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