terça-feira, 17 de maio de 2016

O sacramento do adeus

O papa Francisco em uma de suas visitas a Portugal chamou a atenção dos bispos para a “debandada” da juventude do seio da igreja. Disse ele que o sacramento da crisma está mudando de nome, está se chamando o “sacramento do adeus”. Neste alerta em que o papa aponta o esquecimento dos jovens por falta de ofertas para atrair e manter a juventude, também o pontífice alargou sua fala a todos os seguimentos de fiéis católicos. O desânimo é figura presente na vida das pessoas que fazem tanto esforço no trabalho de evangelização e assistem como resultado o afastamento periódico ou definitivo dos jovens adultos recém crismados e também das pessoas da comunidade que recebem da igreja de Cristo frustrações em cima de frustações.

Primeiramente vamos acalmar as coisas. Os fiéis católicos não abandonam a sua casa, a sua mãe igreja, a esposa do Cordeiro. Quem é fiel católico sabe porque o é. Os que abandonam o catolicismo são aqueles que nunca de fato foram católicos. Pois bem, durante o processo de iniciação cristã, seja ela pontual ou catecumenal, se não acontecer a verdadeira evangelização, a verdadeira experiência com Jesus, o católico não passa disso, não passa a ser fiel católico. Fica apenas sendo um católico de “rótulo”. Se nesse processo não for despertado no coração da pessoa o querer mais e mais Jesus, o querer “querer” estar com Ele, ensinamentos doutrinários, morais e históricos expelidos boca afora não irão servir para nada. Assim acontecendo os católicos começam sua aventura de pular de galho em galho até que alguma denominação “satisfaça” seus desejos e necessidades ou que ele passe a buscar por isso no mundo afora. Quanto mais a humanidade avança historicamente e tecnologicamente, mais se vê o cabo de guerra que se forma dentro das cabeças pensantes que enxergam as portas do mundo se abrindo a oferecer tanta coisa que aparenta melhor e mais necessário que Jesus e sua proposta.

"A juventude deixa a Igreja porque assim o decide? Decide assim porque não lhe interessa a oferta? Não lhe interessa porque não dá resposta às questões que hoje a inquieta?", perguntou o papa aos bispos portugueses.

Vamos fazer uma comparação com um automóvel. Com o passar dos anos sua evolução trouxe mais conforto, mais segurança e mais autonomia. Porém, sempre existiram o motor, o acelerador, os pneus e o sistema de frenagem. Afinal, toda a evolução pela qual passou o automóvel não modificou a sua finalidade que é a de transportar alguém de um ponto a outro.

Assim precisa ser o anúncio do evangelho para o jovem. É preciso se contrapor as ofertas do mundo, ensinar sim que o batismo (motor), os sacramentos (acelerador), o evangelho (pneus) e os mandamentos (o sistema de frenagem) são verdades que nos salvam e das quais dependemos pois nos foram dadas por Jesus. Elas não mudam assim como a finalidade do automóvel. É preciso cara nova no anúncio que existe e não um novo anúncio com cara nova.


fonte: Jefferson Roger

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