Motivados sempre por um chamado que é divino, sim, divino, pois se não for por esta via a empreitada logo se espalha pelos percalços da caminhada; pessoas de diversas idades são chamadas a exercerem dentro da igreja o serviço de evangelização que é pedido por Jesus a todos os batizados. São os vocacionados catequistas. Normalmente pessoas que tiveram alguma experiência de Deus ou fizeram a diferença na vida de alguma pessoa e evangelizando-a, passam pelo sentimento de que fala São Lucas em Atos 20,35. Ele invade o coração de tal modo que o desejo de que mais pessoas vivam esse encontro com Cristo nos leva para a vida de catequese e serviço dentro da igreja. Mas, como diz em Eclesiástico capítulo 2, é preciso preparar a alma para a provação e sofrer as demoras de Deus com paciência. O catequista começa com todo o gás suas atividades e os altos e baixos começam a aparecer. Hoje deixo aqui um pequeno testemunho “dos baixos” que tem acontecido sobretudo, na turma de crisma deste ano que irei entregar em 24/06/2016. Numa frase única posso definir a situação da maioria do grupo como “falta de interesse pelas coisas de Deus”. E a expressão é bem essa mesmo porque o jovem, se não tiver em casa um exemplo a ser seguido, eis aí a importância da família, ele não irá cultivar sentimentos que o aproximem de Deus. E por conta dessa falta de bons exemplos em casa, o diabo, mais do que rápido se apressa em oferecer os seus camuflados “bons” exemplos do que o mundo tem a oferecer. E já dizia São Tiago: quem é amigo do mundo se torna inimigo de Deus. Sinceramente eu vejo na juventude uma situação passageira. É como o estado em que se encontram: “solteiros”. Como aprendemos em nossa religião, ninguém nasce para ser solteiro. Ou se é celibatário ou se é pai e/ou mãe. Solteiro é uma condição temporária e transitória, quer dizer solto, livre. Mas para a missão do cristão, o chamado de Deus ou nos remete a sermos uma só carne ou nos fazermos eunucos pela causa do evangelho. Aprendemos isso tanto no antigo como no novo testamento assim como no catecismo da igreja católica. Continuemos com o artigo. Dizia eu a respeito da falta de exemplo e lanço aqui outro acontecimento que ocorreu logo no início desta última etapa, que se iniciou em março de 2015 e se concluirá em junho deste ano. Após um mês de encontros, os 27 crismandos foram avisados a comunicarem os pais sobre uma reunião que aconteceria no sábado seguinte. Compareceram 7 e 2 justificaram. Preciso comentar? E mais, faltando um mês para acabar a etapa os crismandos foram avisados para comunicarem os pais sobre outra reunião e dos 27 mais uma vez compareceram menos de 10. Caros leitores concluam o que é óbvio e que ainda vou ilustrar um pouco mais. Dos 27 crismandos que começaram a última etapa menos que 10 se encontram aptos a receberem o sacramento da crisma. Coincidência? Coisa nenhuma, primeiro que o católico não deve acreditar nestas bobagens de coincidência. A soma sempre dá o resultado exato. É fácil perceber que os filhos que realmente entenderam que a catequese é um bem que a igreja presta para suas almas, na pessoa do catequista, corresponde ao número de pais presentes na vida religiosa de seus filhos, participativos e também presentes nas atividades da catequese e da igreja. Isso é fácil de se constatar. Aqueles que não caíram a ficha ainda, tanto pais quanto filhos amargam uma caminhada vivendo uma espiritualidade de salário mínimo. Oferecem a Deus, que nos amou primeiro, uma resposta que não é o que ele espera de nós, pois bem sabemos que, se levamos nossa salvação a sério, ele espera de nós, no mínimo o máximo. Falta de interesse em acompanhar as explicações, em participar das atividades em grupo, de fazer as leituras propostas, as atividades extras, desrespeito com a bíblia, fone de ouvido escondidinho (como se o catequista não fosse ver), conversas pelo whatsapp escondido na bolsa (como se também o catequista não fosse ver), completa falta de assiduidade e comprometimento com o Padre, a coordenação e o catequista são apenas alguns dados a oferecer aos leitores que esse grupo apresentou. Ir aos encontros sem bíblia, não participar das orações em grupo e não se inteirar dos avisos pertinentes da catequese demonstraram que de longe não estão preparados para receberem o sacramento da crisma. Enquanto a melhor crismanda da turma de 2014/2015, Karoline, faltou apenas uma vez em dois anos, nesta atual turma foi um festival de faltas. Já outra crismanda da turma passada, Thais, pedia sempre a coordenação da catequese declarações para apresentar na escola porque ela não queria perder nada da catequese enquanto na atual turma, faltava-se pelos menores motivos e muitas faltas simplesmente não eram nem justificadas. Havia até uma crismanda que disse que falta aos encontros porque tinha curso de modelo no mesmo horário. Sobre essa candidata a futura modelo, nem vou comentar, daria um artigo somente sobre isso. Sigamos em frente. Nem é preciso me alongar porque o recado já foi passado. A mensagem do artigo já se fez conhecer. Claro que, em contrapartida, existem aqueles jovens brilhantes, que poderão ser chamados por Jesus de cristãos verdadeiros no dia dos seus juízos. Eles foram a minha alegria durante essa caminhada pois me mostraram como nas palavras do jovem Leonardo desta atual turma a sua mãe quando ele dizia: “Mãe, depois de cinco anos finalmente aprendi alguma coisa”. fonte: Jefferson Roger
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