O ser humano, em muitas das vezes, sem perceber promove uma atitude quase automática de reclamar das coisas e das pessoas e das situações. Não percebem que em tantos casos, esquecem de agradecer a Deus por tantas coisas, mas com vigilância militar não esquecem de apontar o dedo, esquecer a trave em seus olhos (Mateus 7,3-5) e reclamar e reclamar e reclamar. Se está calor dizem: ai que calor. Se estão com fome dizem: ai que fome. Se estão cansadas dizem: ai que canseira. Se estão com sono dizem: ai que sono. Se estão com dor dizem: ai que dor. Se estão com frio dizem: ai que frio. Se estão com pressa dizem: apressem-se, pois, eu ainda tenho o que fazer, tenho que fazer aquilo. Afinal cada um tem que cuidar do seu umbigo, pensam estes e pensam também que Deus tem que cuidar dos seus interesses. Pessoas que em meio ao seu intervalo de almoço no trabalho, saem todas agasalhadas por conta do frio e se deslocam pela rua, reclamando porque tiveram que levantar cedo para trabalharem, o frio os incomoda, pelo menos psicologicamente, pois estão bem vestidas, e a fome que está a ser saciada é motivo também de murmúrio. Eles dizem “ai que fome”, quando tantos durante seu dia de trabalho, passam a “beliscar” um petisco aqui e ali e assim passam o dia trabalhando, alimentados e abrigados do frio. Esquecem que milhões de desempregados precisam acordar cedo para procurarem emprego. Esquecem que milhões de sem teto não sabem quando será sua próxima refeição. Alguns sobreviveram a mais um dia se alimentando de restos. Esquecem que pelas ruas da cidade muitos não estão bem vestidos, bem agasalhados. Esquecem porque ao final do dia, retornarão para seus lares, tomarão seu banho quente, irão jantar e dormir de barriguinha cheia e bem confortáveis em suas camas. Pessoas assim esquecem de imitar Jesus que deu exemplo de compaixão e caridade (Efésios 5,1-2). Se algo lhes imputa uma condição contraditória, tratam logo de na raiva pecar (Efésios 4,26). E ainda se acham em seus direitos. Pobre delas pois precisarão prestar contas de seus atos e obras (Eclesiástico 5). São pessoas sem tempo para as coisas que não passam pois até nos compromissos e atividades relacionadas com o Reino dos Céus, sempre têm hora para começar e para terminar. Afinal, “eu ainda preciso fazer isso, eu ainda preciso fazer aquilo, eu levanto cedo para ir trabalhar, eu ainda nem jantei”. É o que elas dizem. “Entre vós, porém, não deve ser assim”, já dizia Jesus. (Marcos 10,43) Propõem-se a trabalharem na messe mas esquecem como devem proceder (Hebreus 6,12). E concluo esta pequena reflexão transcrevendo um pequeno trecho da Epístola a Tito, capítulo 2, onde bem se ensina o nosso proceder: O teu ensinamento, porém, seja conforme à sã doutrina. Os mais velhos sejam sóbrios, graves, prudentes, fortes na fé, na caridade, na paciência. Assim também as mulheres de mais idade mostrem no seu exterior uma compostura santa, não sejam maldizentes nem intemperantes, mas mestras de bons conselhos. Que saibam ensinar as jovens a amarem seus maridos, a quererem bem seus filhos, a serem prudentes, castas, cuidadosas da casa, bondosas, submissas a seus maridos, para que a palavra de Deus não seja desacreditada. Exorta igualmente os moços a serem morigerados, e mostra-te em tudo modelo de bom comportamento: pela integridade na doutrina, gravidade, linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário seja confundido, não tendo a dizer de nós mal algum. Exorta os servos a que sejam submissos a seus senhores e atentos em agradar-lhes. Em lugar de reclamar deles e defraudá-los, procurem em tudo testemunhar-lhes incondicional fidelidade, para que por todos seja respeitada a doutrina de Deus, nosso Salvador. Manifestou-se, com efeito, a graça de Deus, fonte de salvação para todos os homens. Veio para nos ensinar a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver neste mundo com toda sobriedade, justiça e piedade, na expectativa da nossa esperança feliz, a aparição gloriosa de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo, que se entregou por nós, a fim de nos resgatar de toda a iniqüidade, nos purificar e nos constituir seu povo de predileção, zeloso na prática do bem. Eis o que deves ensinar, pregar e defender com toda a autoridade. E que ninguém te menospreze! fonte: Jefferson Roger
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