segunda-feira, 18 de julho de 2016

Não é fácil ir para o inferno

Esta foi a afirmação de um sacerdote chamado Padre Gilson Cézar de Camargo, que atua na data deste artigo, na cidade de Imbituva-PR. Em sua explicação sobre céu e inferno, sobre o que é pecado ou não, realizada em julho de 2016, numa formação realizada em Curitiba-PR, da qual participei, ele explicou que quem vai para o inferno é quem “Rejeita Deus”. São palavras deles.

Sua explicação, como não fazia parte do tema, foi insuficiente para encerrar a questão. Para as mentes pouco instruídas nas verdades da fé, por não haver aprofundamento na questão do que é “rejeitar”, a ambiguidade que suas palavras trouxeram aos presentes torna-se perigosa dependendo do solo em que esta semente caiu.

O padre disse que se você comete pecados porque caiu em tentação em sua fraca condição humana, isso não te afasta de Deus e não te condena ao inferno porque, ao pecar, você não rejeitou a Deus, você apenas pecou, caindo em tentação. Mesmo que você tenha consciência de que a matéria do pecado é grave e escolhe cometer esse pecado, se você ainda ama a Deus e não o rejeita por conta desse amor, você será um pecador feliz que irá entrar no céu. Alguém que está a ler o que transcrevo acredita nisso?

É como se aqui na terra fosse um parque de diversões onde todos somos os filhos mimados que saímos de férias. O bom papai, Deus Todo Poderoso, faz o estilo papai noel, e nos presenteia com a glória eterna, mesmo que nosso comportamento seja desagradável a Ele. No fim de nossos dias, deixamos nossa colônia de férias e subimos ao céu. Viva, que felicidade, que Deus maravilhoso é esse. Isso sim é um Deus legal!

Só que existe um probleminha. Não foi isso que Jesus nos ensinou em seu evangelho. O amigo do mundo é inimigo de Deus, diz São Tiago. No mundo está o pecado sempre oferecido a nós como tentação. Ou servimos ao mundo ou a Deus, ensina Jesus quando fala sobre a impossibilidade de seguir a “dois senhores”. Como vemos caros leitores, essas palavras mais uma vez saem da boca de um sacerdote que, pode até ter boa intenção, mas não causam o efeito esperado por Jesus.

Dizer que não é fácil ir para o inferno é uma afirmação muito destruidora. Pois é muito ao contrário. A história e o testemunho nos confirmam toda a preocupação de Jesus ao redor do tema. Nas sagradas escrituras quem mais fala sobre o tema do inferno, não poderia ser ninguém menos do que nosso salvador. Cerca de 15 vezes. Pois bem, se tanto ele se preocupa em nos alertar sobre aquele lugar horrível é porque algo de muito sério existe a respeito desta realidade.

Não podemos, portanto, jamais perdermos o foco de seu ensinamento. Inúmeros relatos e testemunhos dos santos comprovam a facilidade das almas em se condenarem. Já dizia Santa Tereza de Jesus: “Quem reza muito se salva, quem reza coloca sua salvação em risco e quem não reza se condena ao inferno sem a ajuda dos demônios”. Sábias palavras desta santa que com seu exemplo de vida assim como o de tantos outros santos de Deus, combateu o mal e suas tentações, e soube agradar a Deus praticando aquilo que é da vontade dele em detrimento da sua. Pois como diz São Paulo: “O Espírito Santo intercede por nós com suspiros inefáveis porque nem sabemos pedir como convém”.

Jesus nos pediu vigilância e sobriedade porque sabe que aos nos distrairmos, pecamos, uma, duas, três e tantas vezes, ao passo que o costume nos habitua na convivência do pecado e seu mal e assim, aquilo que é comum acaba sendo tomado como certo. Não é assim, nunca podemos esquecer de que não existe nenhuma verdade que irá acalmar nosso coração fazendo com que possamos agradar a dois senhores sem perder a glória eterna.


fonte: Jefferson Roger

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