terça-feira, 26 de julho de 2016

O agir do católico

Renunciai à mentira. Fale cada um a seu próximo a verdade, pois somos membros uns dos outros. Mesmo em cólera, não pequeis. Não se ponha o sol sobre o vosso ressentimento. Não deis lugar ao demônio. Nenhuma palavra má saia da vossa boca, mas só a que for útil para a edificação, sempre que for possível, e benfazeja aos que ouvem. Não contristeis o Espírito Santo de Deus, com o qual estais selados para o dia da Redenção. Toda amargura, ira, indignação, gritaria e calúnia sejam desterradas do meio de vós, bem como toda malícia. Antes, sede uns com os outros bondosos e compassivos. Perdoai-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou, em Cristo.

Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos muito amados. Progredi na caridade, segundo o exemplo de Cristo, que nos amou e por nós se entregou a Deus como oferenda e sacrifício de agradável odor. Quanto à fornicação, à impureza, sob qualquer forma, ou à avareza, que disto nem se faça menção entre vós, como convém a santos. Nada de obscenidades, de conversas tolas ou levianas, porque tais coisas não convêm; em vez disto, ações de graças. Porque sabei-o bem: nenhum dissoluto, ou impuro, ou avarento - verdadeiros idólatras! - terá herança no Reino de Cristo e de Deus.

Com este trecho belíssimo da carta aos Efésios retirado do capítulo 4 e 5, São Paulo nos recorda e exorta questões muito importantes relacionadas ao nosso comportamento cristão e de filhos de Deus. Já inicia reportando-nos ao oitavo mandamento "Não levantar falso testemunho", ou seja, quem levanta falso testemunho de si ou de outrem nada mais faz do que mentir, pois ou se fala a verdade ou se mente. E como Jesus nos ensina que Ele é a verdade, deve portanto passar longe de nós, sequer a possibilidade de mentir, até mesmo "mentirinhas", pois isso de mentirinha branca ou mentirinha que não faz mal é consentir e se comprometer com o pecado. Não existe exceção: um pecado é sempre pecado. Se vemos um copo de açúcar e deste copo pegamos em nossos dedos um punhado de açúcar, o que temos entre os dedos continua sendo açúcar! Trata-se da mesma essência.

Também o trecho nos adverte para sermos vigilantes e não pecarmos quando estivermos em cólera, raivosos, com os nervos a flor da pele. Nada disso de dizermos que somos ruins e que não temos sangue de barata. E que fulano ou sicrano que não apronte pra mim ou que não me fale isso ou aquilo que ele vai ver. Estas são atitudes de pessoas rancorosas, com um coração cheio de amarguras e com uma bagagem de sentimentos ruins que ficam sendo alimentados. Eis o ressentimento, sentir de novo, ficar alimentando dentro de si o que já passou impedindo que caminhemos adiante perdoando as pessoas e a situação acontecida.

Muitos argumentam que não são santos, ou que isso não aconteceu com o outro. Ou ainda que não é fácil. Para estas pessoas fica aqui um ensinamento de Nossa Senhora: "quem não reza o bastante não tem consciência dos seus pecados". Para a primeira vista parece não se encaixar no contexto deste artigo esta fala da Mãe de Deus e Nossa Mãe. Mas, muito pelo contrário. Essa desobediência direta ao ensinamento do Seu Filho Jesus "vigiai e orai sem cessar", nos afasta do seu evangelho e da palavra de Deus fazendo-nos incorrer em práticas que não convém aos católicos que almejam a santidade.

Está escrito nas sagradas escrituras, andai na presença do Senhor e sede santos, e ainda, sede santos como Eu, o Vosso Deus sou Santo, e mais, sede santos como Vosso Pai Celeste é Santo.

Na vida eterna só serão admitidas almas limpas de toda a imundice do mundo. Não é possível receber o prêmio eterno não sendo imitadores de Cristo, que veio até nós, nos ensinou, fez, mostrou como se faz e deu-nos o exemplo. Qualquer atitude diferente do que Nosso Salvador nos ensinou pode nos colocar dentro daquela fileira que o próprio Jesus falou, onde Ele disse: "muitos tentarão e poucos conseguirão", "o morno eu vomito", "quem não está comigo está contra mim". Não nos é possível chegarmos ao céu trilhando por um caminho construído a nossa maneira. Jesus também já nos ensinou que ninguém pode se salvar, pois aos homens isso é impossível. É preciso trilharmos o caminho da porta estreita. Para o céu é subida, e a regra criada pelo Nosso Salvador é de que não existe salvação sem a cruz. A dor é filha do amor. Cristianismo sem a cruz, cristianismo analgésico não existe. Isto Ele nos recorda quando fala que perseguiram a Ele e a nós perseguiriam também, porque o servo não é maior que o seu Senhor.

Sigamos pois o exemplo de Maria, que ficou em pé perante a cruz! Que Ela interceda por nós junto ao Seu Filho e que nos auxilie a não desanimar perante as cruzes do nosso dia a dia, amém.


fonte: Jefferson Roger

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