quarta-feira, 20 de julho de 2016

Papa apoia missa 'ad orientem' e comunhão de joelhos

NESTES TEMPOS DE CRISE, quando vemos uma multidão de católicos desorientados e tantas pobres ovelhas de um grande rebanho errando confusas entre muitos pastores, que as conduzem a pastagens tão diversas (por vezes às ervas venenosas ou mesmo aos abismos), surgem as palavras consoladoras de um grande e verdadeiro pastor, este sim, digno e zeloso. São como bálsamo para nossas almas. Louvado seja Nosso Senhor, que temos Dom Sarah!

"Queridos padres, devemos ouvir novamente o lamento de Deus proclamado pelo profeta Jeremias: “eles voltaram suas costas para mim” (2:27). Voltemo-nos novamente para o Senhor!"

LONDRES, 5 de JULHO de 2016 – Falando em uma conferência sobre a liturgia em Londres (em 4 de julho de 2016), o Cardeal Robert Sarah (foto), a mais alta autoridade sobre o assunto na Igreja Católica sob o Papa Francisco, pediu a todos os bispos e sacerdotes que voltem a adotar a antiga postura na Missa, onde o sacerdote se volta para o Tabernáculo, juntamente com toda a assembleia, em vez de permanecer de frente para o povo. Ele pediu que a postura seja adotada para o Advento deste ano, que começa aos 27 de novembro. Durante o mesmo discurso, Cardeal Sarah encorajou todos os católicos para que recebam a Comunhão de joelhos. Durante a sua conferência, o prefeito da liturgia do Vaticano revelou que o Papa Francisco lhe pediu para “continuar o trabalho litúrgico iniciado pelo Papa Bento (XVI).”

Observadores do Vaticano estão particularmente chocados de que o Papa Francisco, considerado por muitos como um liberal, tenha incentivado uma abordagem litúrgica tradicional. Todavia o cardeal Sarah disse: “Nosso Santo Padre Francisco tem o maior respeito pela visão litúrgica e pelas medidas do Papa Bento”.
E quanto a inculturação na igreja o Cardeal Sarah usou com propriedade do seu patrimônio africano para esclarecer com brilhantismo as coisas. “Eu sou um africano”; disse ele. “Deixe-me dizer claramente: a liturgia não é o lugar para promover a minha cultura. Pelo contrário, é o lugar onde minha cultura é batizada, onde minha cultura é levada para o divino!” Ele sugeriu que os Padres do Concílio Vaticano II pretenderam trazer mais fiéis para a Missa, no entanto, a maior parte deste esforço falhou. “Meus irmãos e irmãs, onde estão os fiéis dos quais os padres do Concílio falaram?”, perguntou; e prosseguiu:

"Muitos dos fiéis são agora infiéis: eles não participam na liturgia. Para usar as palavras de S. João Paulo II: 'Muitos cristãos estão vivendo em um estado de apostasia silenciosa; eles 'vivem como se Deus não existisse'. Onde está a unidade que o Concílio esperava alcançar? Nós ainda não chegamos a ela. Fizemos um progresso real em chamar toda a humanidade para o seu lugar na Igreja? Eu acho que não." Ele expressou “profundo pesar” pelas “muitas distorções da liturgia em toda a Igreja de hoje”, e lembrou que a “Eucaristia é um dom demasiado grande para suportar ambiguidades e reduções.”

Um dos abusos mencionados por ele é quando os padres “se afastam para permitir que os ministros extraordinários distribuam a sagrada Comunhão”, desde que muitos sacerdotes pensaram ser esta uma maneira de permitir uma maior e mais substancial participação dos leigos na Missa. Mas, conclui, “isto é errado, é uma negação do Ministério sacerdotal, bem como uma clericalização dos leigos” que não tem sentido e não é católica: “Quando isso acontece, é um sinal de que a formação foi muito errada, e que precisa ser corrigida”, acrescentou.

Ele incentivou uma recepção generosa da Missa tradicional em latim e também incentivou as práticas tradicionais propostas anteriormente pelo Papa Bento, incluindo o uso do latim na Missa nova, ajoelhando-se para a Santa Comunhão, bem como o canto gregoriano. “Devemos cantar música sacra litúrgica, e não apenas música religiosa, ou pior, canções profanas!”, enfatizou. “O Concílio nunca teve a intenção de que o rito romano fosse exclusivamente celebrado em língua vernácula, mas tinha a intenção de (apenas) permitir a sua maior utilização, em particular para as leituras”.

O prefeito da liturgia do Vaticano também fez questão de lembrar os sacerdotes de que eles estão proibidos de negar a Comunhão aos fiéis que se ajoelham para a recepção do Santíssimo Sacramento. Mais do que isso, encorajou todos os católicos a receberem a Comunhão ajoelhados, sempre que possível. “Ajoelhar-se na Consagração é essencial. No Ocidente, este é um ato de adoração corporal que nos humilha diante de nosso Senhor e Deus. É um ato próprio de oração. Onde essa reverência e genuflexão desapareceram da liturgia, é necessário que sejam restauradas, em particular no momento da nossa recepção a Nosso Santíssimo Senhor na Sagrada Comunhão”.

Durante todo o discurso, Cardeal Sarah destacou a grave responsabilidade dos sacerdotes em relação à Eucaristia. “Nós, sacerdotes; nós, bispos, temos uma grande responsabilidade”, disse ele. “Com o nosso bom exemplo construímos uma boa prática litúrgica; com o nosso descuido ou má conduta prejudicamos a Igreja e a sua Sagrada Liturgia!”; – e advertiu seus colegas sacerdotes: “Tenhamos cuidado com a tentação da preguiça litúrgica, porque é uma tentação satânica.” E então, queridos padres, peço-lhe para que implementem essa prática sempre que possível, com prudência e com a catequese necessária, certamente, mas também com a confiança pastoral de que isso é algo bom para a Igreja, algo bom para o nosso povo.”


fonte: adaptado de ofielcatolico.com.br

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