Muitos fazem confusão com estas duas palavras e o que elas representam verdadeiramente. Logo de início vamos deixar bem claro que sacrifício e sofrimento NÃO são sinônimos. Elas possuem naturezas completamente diferentes. Basicamente falando o sofrimento gera algum tipo de dor, seja ela física, psíquica ou espiritual. O ato de sofrer implica em uma reação que percebemos em nós ou não, fruto do resultado de alguma “força” externa a nós que por fim nos leva a padecer. Todos sofremos em nossas vidas, seja no passado, no presente e ainda no futuro. De tantas maneiras a vida sempre se encarrega de nos colocar à prova, seja ela física ou não. Alguns exemplos? Vamos a eles: Assistir essa aula de história é o maior sofrimento. As sessões de quimioterapia que faço meu causam muito sofrimento. Minha amiga está passando por grande sofrimento pela perda de um ente querido. Entendido um pouquinho mais com estes pequenos exemplos? Sigamos em frente com a reflexão. Diferentemente do sofrimento, o sacrifício depende de uma iniciativa, de uma vontade ou consentimento consciente. Do latim “sacrum facere” que pode ser traduzido para “tornar sagrado”, “tornando sagrado”, o ato do sacrifício que é a junção das expressões “sacro + ofício”, visa fazer aquilo que é agradável a Deus. Percebemos aqui a grande diferença entre os termos. E para ilustrar a questão recordo aqui apenas um exemplo bíblico onde Abraão subiu ao monte para oferecer em sacrifício a Deus, seu filho Isaque, como prova de seu amor e fidelidade ao Altíssimo (Gênesis 22). Como vemos então, quando nos propomos a fazer algo que é para agradar a Deus isto se chama sacrifício. Aqui vale lembrar uma frase de Santa Catarina de Sena que diz: “quando abraçamos nossa cruz, paramos de padecer”. Ou seja, quando aceitamos a cruz que Jesus nos concede, regra para nossa salvação, paramos de remar contra a maré, numa vã tentativa de nos livrarmos do seu peso e por isso, reclamamos, reclamamos e reclamamos. E pedimos a Cristo que nos livre das provações. Achamos que elas são sofrimentos e apenas o serão se não aceitarmos o projeto de Deus para nossas vidas. Do contrário, como recorda a santa, nossa aceitação e consequente conversão, transforma esses padecimentos ou sofrimentos em motivo de júbilo, como diz São Pedro e São Paulo em suas cartas, onde relatam da felicidade que devemos ter em participar desses sofrimentos por amor a Cristo e ao seu evangelho. Neste ponto, para concluir, percebemos sim, que o sofrimento pode vir a ser uma consequência do sacrifício, que sempre é voluntário. Se não aceito, eu sofro, mas se aceito, meu sofrimento pode ser fruto do meu sacrifício. fonte: Jefferson Roger
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