segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Brigar, Discutir e Xingar

Em Gálatas 5,20-21 aprendemos que brigas, ódios e discórdias entre outras coisas, se praticadas intencionalmente nos afastam de alcançarmos o reino dos céus. Já o verbo xingar é sinônimo de ofender, blasfemar e maldizer, entre outras expressões. Nas sagradas escrituras encontramos um ensinamento que nos exorta a não proferirmos xingamentos em Tiago 3,8-10: A língua, porém, nenhum homem a pode domar. É um mal irrequieto, cheia de veneno mortífero. Com ela bendizemos o Senhor, nosso Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. De uma mesma boca procede a bênção e a maldição. Não convém, meus irmãos, que seja assim.

Como vimos caros leitores, nestes dois trechos entre tantos na bíblia, podemos aprender que não convém aos cristãos agir de modo que nosso comportamento seja diferente ao de Cristo. Para isso podemos em nossas orações, recitar o Salmo 118 que nos remete a pedir a Deus força para nos mantermos em seus mandamentos, guarda-los em nossos corações para não nos desviarmos de sua palavra ofendendo-o inclusive na pessoa do irmão. Vejamos:

Salmo 118,10-17 - De todo o coração eu vos procuro; não permitais que eu me aparte de vossos mandamentos. Guardo no fundo do meu coração a vossa palavra, para não vos ofender. Sede bendito, Senhor; ensinai-me vossas leis. Meus lábios enumeram todos os decretos de vossa boca. Na observância de vossas ordens eu me alegro, muito mais do que em todas as riquezas. Sobre os vossos preceitos meditarei, e considerarei vossos caminhos. Hei de deleitar-me em vossas leis; jamais esquecerei vossas palavras. Concedei a vosso servo esta graça: que eu viva guardando vossas palavras.

Muitos poderiam questionar que o Salmo se trata de um pedido para que Deus nos dê forças para não ofende-lo, mas o mesmo se estende ao próximo uma vez que Jesus nos ensina que é para se amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a ti mesmo (Mateus 22,36-40). Mas Jesus vai mais longe. Como bem sabemos ele ensina e dá exemplo. Alguém soube alguma vez que Jesus brigou com alguém, discutiu ou xingou? Claro que sim, claro que ele fez tudo isso e não nos espantemos pois Jesus não os fez por motivos errados. Ele em sua autoridade demonstrou que a verdade imutável não invalida uma atitude que procure defender essa mesma verdade.

Acompanhemos. O evangelho nos relata que um homem procurou os discípulos de Jesus para que eles expulsassem um espírito que possuía seu filho (Mateus 17). Os apóstolos não conseguiram e o homem levou o caso até Jesus. O que aconteceu? O evangelho é bem claro. Naquela altura dos acontecimentos os discípulos já tinham percorrido uma caminhada de fé e catequese diretamente na fonte. Não sei você caro leitor, mas imagine só receber um ensinamento direto de Jesus? De carne e osso? – como os discípulos de Emaús (Lucas 24)?

Bom o fato é que Jesus vendo a condição dos discípulos, depois de tanto que ele tinha feito e ensinado se irrita com eles. E briga! Vejam só: Mateus 17,18 – “Respondeu Jesus: Raça incrédula e perversa, até quando estarei convosco? Até quando hei de aturar-vos? Trazei-mo.”

Já as discussões vemos muitas nos evangelhos. Sempre os mestres da lei e os fariseus, chamados de hipócritas por Jesus, o confrontam por toda a parte. E Jesus fica quietinho acuado? Mas de jeito nenhum. Ele entra em discussão e prova por A + B qual é a verdade. E percebam que quando ele “xinga” os fariseus de hipócritas seu intuito não é ofender e sim desmascarar, trazer a luz o que estava nas sombras.

Por isso que a maravilhosa palavra sagrada da bíblia nos ensina a sermos imitadores de Cristo (1ª Coríntios 11,1), pois desta forma, até nos momentos difíceis não iremos agir em desacordo com a vontade de Deus. Jesus é a prova de que com qualquer sentimento que tenhamos não precisamos deixar de lado o bom comportamento cristão, exatamente como os santos fizeram.


fonte: Jefferson Roger

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