Eis duas expressões que muitas pessoas deixam passar despercebidas. Muitas acham que são sinônimos e que no fundo querem dizer a mesma coisa. Mas não é bem assim que funciona. Vamos com calma refletir um pouco a este respeito. Nas sagradas escrituras encontramos uma passagem a respeito da expressão ficar quieto no Livro de Jó 31,33-34. Lá encontramos em meio aos lamentos de Jó que ele não iria ter uma atitude hipócrita perante os outros ficando quieto para que não viesse à tona suas fraquezas e defeitos. Jó deixa claro em suas palavras que ele é transparente aos olhos de Deus e dos homens. Como já poderíamos intuir, ficar quieto é não fazer alarde, não fazer barulho e fazer silêncio, exatamente como comprova a sagrada escritura. Quantas vezes por falta do dom da sabedoria e da ciência muitas pessoas falam o que não devem na hora que não devem e por conta de não ficarem quietos, oferecerem o infortúnio a Deus e abrirem mão de discussões que não nos assemelham a Jesus, acabam em poucos minutos ou até segundos a cometerem seus pecados e lançarem palavras em forma de flechas agudas e venenosas que não poderão mais ser retidas e deixarão marcas em nós e nas pessoas? Tiago 1,19 – “Já o sabeis, meus diletíssimos irmãos: todo homem deve ser pronto para ouvir, porém tardo para falar e tardo para se irar.” Não fazer nada, espiritualmente falando está relacionado com nossa omissão. Vejamos o que mais uma vez encontramos no livro de Tiago 4,17 – “Aquele que souber fazer o bem, e não o faz, peca.” Também no livro do profeta Ezequiel 3,20-21, aprendemos de Deus que se vemos alguém praticando algum erro e não o advertimos ele será cobrado de sua falta, mas nós também seremos cobrados, por nossa omissão. Percebemos então que estas duas expressões possuem verdades distintas, mas, também é verdade que podem se completar. Isto é fácil de compreender e exemplificar. Quando estamos recolhidos em oração mental, ajoelhados ao lado de nossa cama , quando estamos a ir deitar ao final do dia, é muito provável que tantos de nós fazemos nossas orações em silêncio. Não pronunciamos nenhuma palavra, nossa conversa com os céus se dá mentalmente e nem por isso deixa de ser válida. Sobre isso Santa Tereza D´Ávila agradecia a Deus por essa graça da oração mental, meio pelo qual a santa podia passar horas de seu dia em comunhão com Jesus enquanto fazia seus deveres. E o próprio Jesus confirmou a sua eficácia em diálogo pessoal com a Santa, o mesmo fazendo em outra época com Santa Catarina de Sena, apenas para citar alguns entre tantos testemunhos. Pois bem, estamos quietos, sem fazer barulho quando rezamos assim, mas todos nós concordamos que não estamos a não fazer nada. Portanto, quanta riqueza existe nestas duas atitudes, quanto ensinamento o céu se faz valer sobre elas e quantas obras podemos fazer por Cristo, com Cristo e em Cristo, ficando quietos e aprendendo que devemos sempre deixar a omissão de lado nos artigos da fé. Se acredito, devo viver pois se não vivo, acabo por acreditar naquilo que vivo e me torno um fariseu dos tempos modernos. fonte: Jefferson Roger
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