segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Isso que dá fazer filho com um velho

Pois bem caros leitores, ao lermos o título deste artigo somos quase que automaticamente remetidos ao fator “idade”. Parece que a frase representa algum tipo de desabafo. Parece que alguém está reclamando por não ter colaboração nas atividades que uma criança recém-nascida necessita e não só isso, esta suposta reclamação parece revelar ainda mais. Vamos acompanhar a questão.

Quando um homem e uma mulher se unem em santo matrimônio, pelo seu livre consentimento mútuo assumem perante Deus uma série de deveres e obrigações. Da parte de Deus, o que ele tem a contribuir é nada menos que suas bênçãos e graças para que o novo casal consiga viver as realidades desse casamento que tem uma finalidade última que é a de levar todos os membros da família para o céu, além de com seu testemunho familiar, encorajar outras famílias a fazerem o mesmo.

Logo no antigo testamento aprendemos que o homem irá ganhar o sustento de sua vida com o suor de seu rosto e aprendemos que a vida do homem é uma luta aqui nesta terra. Nossa Senhora em sua aparição a Santa Catarina Labouré, disse a ela que não prometia felicidade neste mundo, mas no outro. Sendo assim é preciso de antemão estar ciente de que é possível sim, vivermos muitas alegrias no casamento e elas existem, mas, a felicidade tal qual desejamos, pois isto está embutido em nosso íntimo, e foi Deus que lá colocou; essa felicidade é uma meta a ser alcançada e recebida nos céus.

Todavia, para o ser humano muitos detalhes são deixados de lado no percurso da vida e eles, quando esquecidos, tornam a caminhada a dois mais difícil. O marido deixa de amar sua esposa como Cristo amou a sua igreja e se entregou por ela (Efésios 5,25). As mulheres não enxergam no marido a sua outra carne (Mateus 19,5-6) e assim as diferenças que não são compreendidas, respeitadas, assimiladas e toleradas, além dos pecados, fazem com que cada um, ao não abrir mão da justiça, eis o segredo, sintam muita dificuldade em perdoar.

Se a diferença de idade existe então, além da educação familiar que cada um tem de berço e adquiriu no rumo da vida, as discussões começam a envolver ofensas relacionadas com a idade de um dos membros do casal. Se o marido tem mais idade que a esposa e eles concebem outro filho em idade não tão jovial, os afazeres que envolvem o cuidado da criança irão cobrar dos dois, e se o esposo não tiver mais “pique” para encarar a nova jornada, vai pagar o preço.

No entanto pode ser tudo verdade. A reclamação pode ser verdade e antes de tudo um verdadeiro desabafo. Normalmente crianças pequenas, ainda mais aquelas que são amamentadas no peito, desenvolvem um vínculo maior com mãe em certos momentos do dia, e vamos falar mais, em certos momentos da noite também. Vai querer acalmar uma criança que acorda no meio da noite e quer mamar no peito! Nem cantando um cd inteiro ela vai acalmar porque ela quer a sua mãe. Porém o que não se pode deixar acontecer é “rotular” tudo que se passa com o bebê como algo que só a mãe tem que fazer. Nada disso.

Se tem uma coisa que o marido não pode fazer é ficar sentado no sofá assistindo tv enquanto outras obrigações da casa ficam paradas porque a mãe está cuidando do filho recém-nascido. Isso é coisa antiquíssima, de maridos machistas e que não enxergam a mulher que tem, que faz tudo por ele, seus filhos, ainda trabalha e cuida da casa.
Assim como aprendemos na parábola do dono da vinha (Mateus 20), onde São João Paulo II em sua belíssima explicação na exortação apostólica Christifideles Laici, nos ensina que somos chamados por Deus em todos os momentos e idades da vida, assim devemos ser com nossas obrigações em família. Quem se entrega e se abate larga do arado e começa a olhar para trás. Se o peso da idade vem, é preciso aceitar a natureza dos acontecimentos sem revoltas e com paz no coração. Mas, sobretudo é preciso a todo o momento, nessa constante batalha, dar o seu melhor nesta luta, com as armas que em cada época Deus lhe concede.


fonte: Jefferson Roger

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