Em virtude dos recentes acontecimentos, objeto dos olhares que o mundo tem lançado ao seu oriente, por conta do barulho que o estado islâmico tem feito por aí, este artigo motivou-se a apresentar algumas reflexões a respeito da questão. Alguns cristãos pelo mundo afora, insistem na ideia tendenciosa de defender que a violência religiosa do islã parte de uma minoria e de que existem pontos em comum entre o cristianismo e o islamismo que precisa ser levado em conta. No meio católico, o destaque vai para o papa Francisco que de vez em quando comete seus erros doutrinários e até ingênuos, numa tentativa, já denunciada por tantos católicos mundo afora, do pontífice estar preocupado em agradar mais ao mundo do que a Jesus Cristo. Que saudades de Bento XVI e de João Paulo II. Não há como o cristão se calar frente as contradições e equívocos que Francisco anuncia e edita ao mundo, numa tentativa de humanizar Jesus Cristo e distorcer o seu evangelho. Pessoas como eu, que defendem a reta e tradicional ortodoxia católica de mais de dois mil anos, frequentemente são tachados de fundamentalistas. E acontece assim mesmo caro leitor, pois já ouvi isso assim como tantos de vós que com certeza saíram em defesa da fé católica e do evangelho de Cristo. A moda agora é seguir o papa Francisco, como se o que ele escrevesse tivesse poder de lei e refutasse o que já foi decretado pelo magistério. É preciso cautela e muito discernimento sempre à luz do Espírito Santo. Pois bem, o que deve acontecer por parte dos católicos é exatamente o oposto desta empreitada proposta pelo a pontífice franciscano. Não existe para tudo um novo jeito de ver as coisas. Se fosse assim, as interpretações atuais poderiam fazer com que algo que no passado era pecado agora não é mais. E não é assim, um pecado sempre será pecado, em qualquer geração da humanidade, pois do contrário a Santíssima Trindade seria uma mentirosa sem tamanho. Decorridos os fatos vamos ilustrar um pouco o que estamos a dizer. No livro Evangelii Gaudium do papa Francisco, mais uma vez, como já esperado e de costume, Francisco dá umas "guinadas" em seus escritos que, se bem lidos, é possível compreender as ambiguidades, dúvidas e até ingenuidades com relação ao islã e o catolicismo. Vamos ver um exemplo: No parágrafo 252 está escrito que "Jesus e Maria são objeto de profunda veneração" Isto não está correto, Jesus não é venerado na tradição islâmica e sim Maria, especialmente pela mulheres islâmicas. A ausência da veneração por Cristo tem os seus motivos. No Alcorão, Jesus é relatado como um profeta famoso pelos seus milagres em favor dos pobres e doentes, mas ele não tem o mesmo status de Maomé. Jesus não é visto como filho de Deus e sim um profeta que aponta com sua revelação cristã para o último dos profetas, Maomé, que traz a verdadeira revelação, o Islã. E para ilustrar o que prega o islã sobre essa questão que exclui a condição de segunda pessoa da trindade para Jesus, vejamos um trecho do Alcorão que fala a este respeito: "Ó adeptos do Livro, não exagereis em vossa religião e não digais de Deus senão a verdade. O Messias, Jesus, filho de Maria, foi tão-somente um mensageiro de Deus e Seu Verbo, com o qual Ele agraciou Maria por intermédio do Seu Espírito. Crede, pois, em Deus e em Seus mensageiros e não digais: Trindade! Abstende-vos disso, que será melhor para vós; sabei que Deus é Uno. Glorificado seja! Longe está a hipótese de ter tido um filho. A Ele pertence tudo quanto há nos Céus e na Terra, e Deus é mais do que suficiente Guardião." Como vemos caro leitor, não existe nada de comum com relação a crença sobre Deus o criador do universo entre islamismo e cristianismo. Vamos adiante com mais um tópico. A última frase do parágrafo 252 diz sobre os islâmicos que "Reconhecem também a necessidade de Lhe responder com um compromisso ético e com a misericórdia para com os mais pobres". Isto é bem verdade mas há diferenças éticas entre as religiões que não permitem consenso. Vejamos. Quando acontece algum desastre natural em qualquer parte do mundo, os países cristãos enviam ajuda independente da religião daquele país. E os países islâmicos? Não são universais em sua solidariedade pois exercem essa prática dentro apenas da comunidade islâmica. Haja vista o exemplo que a Arábia Saudita pratica no mundo. E mais, eles praticam uma ética legalista. Durante o mês de jejum anual proposto pela religião islâmica, os que assim não o fizerem são considerados criminosos sendo presos e isso acontece em vários países. Para eles, se você jejua do amanhecer ao anoitecer você é perfeito, mesmo que depois, do anoitecer ao raiar do sol do próximo dia você passe comendo mais e os melhores alimentos para compensar, a ponto de passarem a noite acordados e no dia seguinte não irem ao trabalho e isso, caros leitores, para eles está certo. Muito diferente do jejum cristão, que pretende nos aproximar do sacrifício de Cristo e não permite compensarmos em outro período o jejum, isso não faz sentido nenhum. Para a religião do Islã, enquanto os fiéis observarem a lei islâmica, está tudo em ordem. Por isso eles não procuram ir além da lei. A justiça é requerida pela lei, e nunca é superada. É por isso também, que não existe no Alcorão a obrigação de perdoar, enquanto no Evangelho Jesus nos diz para perdoar um número infinito de vezes. No Alcorão a misericórdia nunca chega a ser amor. O mesmo se aplica à poligamia: o adepto da religião islâmica pode ter até 4 esposas. Se eu quero ter uma quinta esposa, tudo que eu preciso é repudiar uma das outras esposas, talvez a mais velha, e me casar com a mais nova. E como eu me mantive com 4 esposas durante todo o tempo, tudo isso é perfeitamente legal. Aqui no cristianismo as coisas são bem diferentes. Não vejo como comparar as religiões em busca de pontos em comum. Esse ecumenismo infundado tem bom propósito que reside no desejo de que uma adequada interpretação do Alcorão por parte de uma verdadeiro islamismo termine por se opor a violência. Mas, como bem podemos presenciar pelo mundo, não é isso que acontece e nem é para esse caminho que as coisas andam. Essa afirmação do papa Francisco que pode ser lida no parágrado 253 da Evangelii Gaudium não tem força suficiente para "comover" os religiosos do Islã. E com certeza certamente levantará questionamentos da parte dos islâmicos, quanto à autoridade do Papa, líder da Igreja Católica, em apontar a 'interpretação adequada' do Alcorão. Ora, realisticamente falando, mesmo que alguns autores islâmicos concordem com o Santo Padre, quais as chances de os grupos que adotam interpretações mais radicais (que lamentavelmente, sabemos ser a maioria), venham a mudar de opinião mediante uma exortação do Pontífice dos cristãos? Mal comparando, isto seria o mesmo que o Magistério da Igreja resolver reavaliar algumas das suas interpretações doutrinais das Sagradas Escrituras, definidas dogmaticamente, baseado na opinião de algum imã islâmico. Este é um território delicado por onde o papa Francisco procura entrar sem a devida cautela, prudência e sabedoria que vem do céu (Tiago 3,13-18). A questão não é nada simples e dialogar com os islâmicos, que praticam a regra do 8 ou 80, exige muito mais esforço do que imaginamos. fonte: Jefferson Roger
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