Sabem qual é o problema caros leitores? O problema é que essas pessoas que se convertem, nos nossos tempos, não são como as de antigamente, e o digo por dois motivos: primeiro, porque são mais bem informadas e estão melhor preparadas do que os nossos pais e avós estavam, na época deles; as disposições com que se aproximam da Igreja são bastante diferentes. Segundo, porque o projeto de Igreja que se apresenta para elas, hoje, também não é mais o mesmo que se apresentava aos nossos pais e avós. As pessoa de hoje, via de regra, sem convertem mais pela razão do que pela emoção. Elas se apaixonaram e se converteram àquela Igreja heroica, dos santos e dos mártires; Igreja que preserva os dogmas; Igreja que está sempre disposta a dar a vida em sacrifício pela defesa da Verdade (que é Cristo); Igreja que tem valores inegociáveis; Igreja que celebra na Santa Missa a Renovação incruenta do Sacrifício do Calvário; Igreja que mantém a mesma fé apostólica por dois milênios; Igreja que é, enfim, a continuidade histórica de Nosso Senhor Jesus Cristo no mundo. Então elas fazem o quê? Procuram o padre da paróquia mais próxima para se confessar e receberem os demais Sacramentos. Chegando lá, logo de cara, o padre já lhes diz que vários daqueles pecados que elas estão confessando já não são mais pecados, que isso é coisa do passado, que agora a Igreja está se "modernizando"... E elas pensam: mas a Igreja por acaso mudou a doutrina? Deus pode mudar? Mas essas pessoas bem informadas sabem que aqueles são pecados que precisam ser confessados, sim; para elas, essa recepção é algo inesperado, muito estranho e também muito frustrante... Uma grande decepção. Depois elas vão à Missa e veem um bando de gente dançando, pulando e sambando, e o padre a dizer que a Missa é festa, que é "o encontro dos irmãos em torno da mesa da partilha" e todo um discurso socialista que elas abominam, porque sabem que é falso e anticristão (e que já foi por diversas vezes condenado pela Igreja, mas por alguma estranha razão continua na boca dos sacerdotes que deveriam combatê-lo). Também ouvem muitos padres dizendo que "a religião não importa, o importante é o amor" ou "acreditar em alguma coisa" ou "ter Deus no coração". E essas pessoas recém-convertidas vão ficando cada vez mais perplexas, porque sabem que nada daquilo corresponde à verdadeira doutrina da Igreja. Quando, empolgadas, elas procuram alguma pastoral para integrarem, pois como leigas querem participar ativamente no Corpo de Cristo. Percebem, no entanto, uma série de intriguinhas, guerra de vaidades, fofoca de gente materialista e sem fé. Tudo menos a coerência com o Evangelho e o amor fraterno que elas esperavam encontrar, e é mais do que nítido que esse estado de coisas é o resultado da má formação, da catequese deficiente, da falta de zelo dos pastores. E é assim que uma sucessão de tragédias vai fazendo com que essas pessoas – que são inteligentes, que estudam e tem uma fé ardente – percebam que há uma absurda e imensa distância entre a Igreja dos santos e dos mártires, a Igreja da música sacra, das catedrais, das artes e dos grandes teólogos, à qual elas realmente se converteram, e aquela caricatura de Igreja que elas encontram ali na paróquia da esquina, do pároco comunista militante e dos fiéis desinteressados. E assim a perplexidade se torna indignação; elas se revoltam e, por amor a Deus, querem protestar, querem combater as heresias entranhadas no seio do Corpo de Cristo que elas tanto amam e desejam e que sabem que está ali, mesmo naquela paróquia tão cheia de problemas, e que é preciso paciência e amor fraterno para mudar as coisas, mais do que arrogância e duras criticas. Estas não se conformam de ver que a "fumaça de satanás" não só penetrou, mas infestou a Igreja de Cristo, contaminou o ar e sufoca aqueles que querem ser santos. Com toda a justiça, essas pessoas se sentem indignadas, e eu digo que me identifico totalmente com elas. fonte: adaptado de ofielcatolico
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