Antigamente, quando duas pessoas queriam se casar, e este antigamente era bem antigamente mesmo, bastavam elas se unirem em comum acordo, anunciarem publicamente o que acontecia mediante uma festa e pronto. Aquilo já era sacramento, mesmo que elas nem soubessem. Depois, mais adiante, o casal se dirigia até uma igreja para receberem a benção do sacerdote, que era e é dirigida para a mulher, porque ela é quem irá arcar com a responsabilidade da maternidade. No entanto o tempo se passou e começou a banalização do sacramento. As pessoas viviam numa época de comércio ambulante, viagens e colonizações, e aos poucos os homens daquele tempo casavam-se num local e posteriormente casavam-se em outra região e dessa forma atraíam para si uma grande inimizade de Deus ao promoverem essa infeliz atitude. Porém, a igreja de Cristo, em sua sabedoria conduzida pelo Espírito Santo normalizou o ritual do sacramento para os moldes que conhecemos hoje. A fim de preservar a dignidade do sacramento e dos nubentes. Claro que mesmo assim, todos nós sabemos também, que até os dias de hoje, muitos por conta própria continuam a menosprezar o santo sacramento do matrimônio. Negam a graça instituída por Jesus para viverem esta condição e agindo por forças próprias caminham com muito mais dificuldade. Jesus, que conhece o desafio de um casamento, mesmo tendo nunca se casado, porque ele é Deus com o pai, não desamparou ninguém que foi chamado à esta vocação. Há quem diga que o casamento é uma luta constante. Eu gosto de dizer que ele por si só é uma grande cruz. Dentro de um casamento, santamente erguido, acontece o nascimento de uma igreja familiar, uma igreja doméstica. Ali neste pequeno espaço tudo acontece. E tudo que acontece no mundo tende a passar pelo casamento. Afinal o casamento não é vivido em uma catacumba, escondida nas profundezas de alguma caverna subterrânea. É preciso pensar assim: eu me caso para ajudar minha esposa a se santificar e se salvar. Me caso para ajudar meus filhos a se santificarem e se salvarem. Me caso para que meu testemunho de casal ajude outros casais a se santificarem e se salvarem. Se não pensarmos assim, estamos a brincar de casinha porque não queremos levar nada a sério. Esquecemos que Deus não leva nada na brincadeira e quando não nos comportamos como seus filhos, deixando de levar tudo a sério, damos a ele muito desgosto e muita tristeza, agora que é o tempo da misericórdia. Digo agora porque depois que nosso tempo por aqui terminar, será a hora de enfrentar Jesus o justo juiz. Na frente dele não vamos convence-lo de nada, só iremos prestar contas de nossas obras e o pano de fundo que será usado é a verdade de Jesus e não a nossa. Dizer para o salvador que agi assim por causa disso ou por causa daquilo não passará de desculpas. É melhor tratarmos disso enquanto é tempo. Casamentos difíceis, sofridos e cheios de desafios, muitos encaram como algo ruim. É exatamente o contrário. Casamentos assim estão cheios de oportunidades para nos santificar já dentro de nossas casas, buscarmos a Deus cada vez com mais força e mirarmos nossa meta no comportamento de Jesus, Maria e José. Quanto mais cedo compreendemos essa realidade, mais felizes seremos, abrindo mão da justiça para perdoar. As discussões matrimoniais e em família são o que nos lapidam. A cada desbaste que sofremos por conta das dificuldades nunca podemos esquecer que sairemos do outro lado com uma forma diferente, mais parecidos com Jesus e mais conformes à vontade do pai. fonte: Jefferson Roger
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