terça-feira, 9 de agosto de 2016

Sobre os Títulos de Maria Santíssima

Certa vez, duas amigas desciam pelo elevador de um prédio quando uma delas disse:

- Estou indo rezar com Nossa Senhora. Então a outra respondeu:
- Qual delas? Vocês inventaram tantas!

Neste momento a primeira segurou as emoções, manteve sua calma e paciência, ofereceu a Deus aquele infortúnio e começou a falar nestes termos:

- Minha amiga, sua mãe lhe deu um nome e por ele você é reconhecida. Sua filha lhe chama de “minha mãe” e com certeza você atende. Sua mãe lhe chama de “minha filha”. A sua neta lhe chama de “minha avó”. Seu marido lhe chama de “meu bem” ou ainda “meu amor”. Sua sobrinha lhe chama de “minha tia”. A pessoa que mora ao lado do seu apartamento lhe chama de “minha vizinha”. Os demais moradores do prédio lhe chamam de “a síndica”. Em seu trabalho os alunos lhe chamam de “a professora de português”. Seu médico lhe chama de “minha paciente”. O feirante lhe chama de “minha freguesa”.

- Você cara amiga, tem um só nome mas tem vários títulos e a todos você os reconhece e atende por eles com naturalidade, concordância e aceitação, pois sabe que é a verdade sobre ti. Ora, se todas essas expressões que lhe chamam são verdadeiras e são formas autênticas de lhe dirigir a palavra, como um gesto de carinho e intimidade, além de um querer bem e um sinal de respeito e consideração, o mesmo acontece com a Mãe do Verbo (João 1,1-14). Ela, que foi a toda cheia de graça (Lucas 1,28), Mãe do Salvador da humanidade (Lucas 2,11), Mãe do Rei que desceu dos céus (João 18,37) é merecedora de todos os títulos pelos quais é conhecida! E neste ponto então, a amiga em silêncio pôs-se a pensar nestas verdades tão simples e que confirmam o modo de agir da humanidade, nas suas formas de afeto para com Maria Santíssima. Ela percebeu que a falta de conhecimento sobre as coisas prejudica o conceito e conhecimento que temos a respeito de algo. Maus ou incompletos conceitos nos levam a uma atitude de preconceito, ou seja, um pré-conceito daquilo que não sabemos a fundo.

É como alguém que está passando em frente a uma casa, para em frente a mesma, aproxima-se da janela, olha para dentro da casa e depois quer sair contando para alguém como é a casa toda por dentro e toda a sua história. Como é possível, se não entrou dentro da casa, não andou por dentro de cada cômodo, não teve acesso aos documentos do imóvel e não conversou com quem mora dentro da casa? E pior, muitos não fazem isso e procuram saber dos outros que assim o fizeram, como é aquela casa!

Não é assim, não é assim! Está errado! Sem conhecimento de causa não podemos sair apontando o cisco no olho do outro, nem julgando com uma medida que nos servirá de molde no dia do juízo (Lucas 6,37-38). Nossa preocupação deve ser em servir a Deus, trabalhar pelo seu Reino e fazer a sua vontade. Sermos imitadores do Cristo e seguirmos os seus mandamentos, do contrário, iremos ser como esta vizinha, que prontamente sabe responder ao que não conhece com aquilo que aprendeu de quem não conhece.


fonte: adaptado da tradição da Igreja Católica por Jefferson Roger

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