segunda-feira, 19 de setembro de 2016

A Administração do Tempo

Não importa o que seja dito. O fato é que todos possuem apenas 24 horas por dia para fazerem tudo que precisam. Não adianta se revoltar contra esta questão, por dia este é o tempo que temos e não se fala mais nisso. No entanto a conversa não para por aqui. A inteligência humana logo tratou de solucionar esse problema parcelando suas atividades em mais de um dia. Porém, o que estamos a tratar aqui neste artigo é a administração do tempo de 24 horas por dia.

Como bem sabemos temos afazeres de ordem natural e de ordem espiritual que precisamos fazer durante esse tempo. É bem verdade, embora muitos não se deem conta disso, que o diabo até nisso está metido. Ele apresenta para as pessoas a tentação do amanhã. Vejam um exemplo. Para muitas pessoas o processo de conversão é fortemente combatido com essa tentação. As pessoas dizem assim: amanhã eu rezo, amanhã eu me confesso, hoje não posso ir na missa, amanhã eu vou e assim por diante. Aos poucos as pessoas vão transformando esse amanhã em depois de amanhã, mais tarde em semana que vem, adiante em mês que vem, mais à frente em semestre que vem, ano que vem e finalmente quando der.

De uma simples e recém-nascida tentação tornou-se por distração da pessoa, um gigante de cinco metros muito difícil de ser superado. O mundo sufoca as pessoas empurrando goela abaixo as inúmeras opções que seu mentiroso paradisíaco parque de diversões oferece. Tentados em suas distrações, cada vez mais as pessoas dispõem de cada vez menos tempo para fazer o que precisam pois estão sempre a fazerem o que querem.

A oração do Rosário dura cerca de 1 hora mas para muitos constitui um sacrifício maior que 1 hora na frente do facebook. Na frente do computador, navegando pela internet, não se vê a hora passar, mas na participação da santa missa parece que a hora não passa e ai da missa chegar a 1 hora e não terminar. Já começam os apressadinhos a irem embora antes da benção final. Fazer a leitura de um bom livro não rende, ler é uma atividade demorada. Agora passar um tempo equivalente na frente do videogame qualquer pessoa que goste da jogatina eletrônica tira de letra.

O problema não está no tempo e sim no que fazemos com o tempo que Deus nos deu. A “dica” é bíblica. Existe tempo para tudo, diz o livro do Eclesiastes. É preciso sempre priorizar dentro do tempo que temos o que é essencial para nossa natureza espiritual e material. Do contrário corremos o risco de alimentar em nós áreas que não frutificam árvores de bons frutos.

Jesus nos alertou que se conhece a árvore pelo fruto e que uma árvore não pode gerar frutos que não são de sua natureza. Portanto, se de nossa boca constantemente sai a expressão “quando eu tiver tempo eu faço”, “quando der eu faço” ou outras falas semelhantes, é preciso tomarmos cuidado porque o que dizemos pode estar sendo uma desculpa enganosa que nada mais faz do que tampar o sol com a peneira. Estamos educadamente dizendo aos outros e a nós mesmos um não bem grande. Não queremos fazer e ficamos, espiritualmente falando, fugindo de Jesus Misericordioso e, problema, como diz Santo Agostinho, quem passa a vida fugindo de Jesus Misericordioso irá terminar encontrando Jesus, Justo Juiz. E mais, o mesmo santo comenta em sua biografia que “tenho medo do Deus que passa”. É preciso buscar o equilíbrio em nosso dia a dia sem deixar de lado as importantes práticas católicas e cotidianas que tratam de robustecer nossa fé e fermentar nossa santidade. Se alguma atividade está consumindo tempo demais, sufocando nosso prazer de viver, voltemos o olhar para a mãe de Deus e seu filho Jesus. Ela que é mãe do bom conselho e ele que é o príncipe da paz podem nos reconduzir para a direção correta. Uma direção que não nos conduz para o amanhã, como o mundo ensina, mas uma direção que nos conduz para a eternidade das felicidades do céu.


fonte: Jefferson Roger

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