Caros leitores, essa é uma questão que tem deixado muitas dúvidas entre as pessoas com relação a sua obrigatoriedade, necessidade, doutrina e é claro, a palavra de Deus. Aos católicos é importante compreenderem a questão do dízimo para entenderem bem que esta devolução, que precisa ser de coração (2ª Cor 9,7), não é uma obrigação legalizada em forma de lei canônica e sim um chamado interior no, um “ob-ligatus”, que é a necessidade por amor a Deus, de retribuir. Vejamos: No antigo testamento, as leis que Deus transmitia ao povo de Israel por meio de Moisés e posteriormente pelos profetas, prescrevia o pagamento obrigatório de 10% dos rendimentos do fiel (pagos na forma de bens e mantimentos, principalmente produtos agrícolas), para manter a tribo de Levi e os sacerdotes, responsáveis pela manutenção do Tabernáculo e depois do Templo, já que eles não podiam possuir heranças e territórios. Esses mantimentos eram também usados para assistir aos órfãos, viúvas e pobres em suas necessidades. Deuteronômio 14,22-26 – “Porás à parte o dízimo de todo fruto de tuas semeaduras, de tudo o que o teu campo produzir cada ano. Comerás na presença do Senhor, teu Deus, no lugar que ele tiver escolhido para nele residir o seu nome, o dízimo de teu trigo, de teu vinho e de teu óleo, bem como os primogênitos de teu rebanho grande e miúdo, para que aprendas a temer o Senhor, teu Deus, para sempre”. Percebemos aqui, caro leitor, que dízimo se trata da décima parte dos lucros do que se produzia, não se tratava de dinheiro! Todas as passagens do antigo testamento comprovam a mesma coisa. Depois que a lei da antiga aliança foi substituída pela nova e eterna aliança, aquela perdeu a validade conforme podemos atestar no novo testamento: Hebreus 7, 5 e 14-18 – “Os filhos de Levi, revestidos do sacerdócio, na qualidade de filhos de Abraão, têm por missão receber o dízimo legal do povo, isto é, de seus irmãos. E é notório que nosso Senhor nasceu da tribo de Judá, tribo à qual Moisés nada encarregou ao falar do sacerdócio. Isto se torna ainda mais evidente se se tem em conta que este outro sacerdote, que surge à semelhança de Melquisedec, foi constituído não por prescrição de uma lei humana, mas pela sua imortalidade. Porque está escrito: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedec. Com isso, está ABOLIDA a antiga legislação, por causa de sua INEFICÁCIA e INUTILIDADE”. Portanto, como a cobrança do dízimo, que era de responsabilidade dos sacerdotes da tribo de Levi foi encerrada, uma vez que Jesus, de onde provém o cristianismo e ele, conforme comprovam as escrituras veio da tribo de Judá, donde não havia a prescrição do dízimo, o que é que os pastores evangélicos ficam fazendo com o povo? Primeiro: cobrando o dízimo como se fossem da descendência de Levi, se eles se dizem cristãos e, portanto, descendem da tribo de Judá? Segundo: cobram em dinheiro o dízimo que biblicamente está comprovado que era a décima parte dos alimentos e produtos? E notem que naquela época já havia dinheiro (Deuteronômio 14,25). Pois bem, na nova aliança temos em 2ª Coríntios 9,7 vai dizer: “Dê cada um conforme o impulso do seu coração, sem tristeza nem constrangimento. Deus ama o que dá com alegria”. Em Atos 20,35 – “Existe mais alegria em dar do que em receber”. Em Filipenses 2,4 – “Cada qual tenha em vista não os seus próprios interesses, e sim os dos outros”. A questão para Jesus, como vemos no novo testamento, se resume em partilhar, em dar de coração, em contribuir por amor ao próximo em suas necessidades. Não se trata hoje em dia de dízimo e sim de uma “contribuição mensal”, que acontece em favor dos membros do corpo de Cristo que são a sua igreja, que por fim acabaria a beneficiá-la também. Muitos por falta de conhecimento e falta de fé, contribuem com pouco, por medo de que falte no futuro para qualquer emergência ou imprevisto. Cuidemos, isso nada mais é do que uma relação direta que cada um tem com Jesus e aquilo que ele pregou e deixou através do seu evangelho. E no princípio da igreja católica já era assim: Atos 2,42-47 - Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, na reunião em comum, na fração do pão e nas orações. Todos os fiéis viviam unidos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e os seus bens, e dividiam-nos por todos, segundo a necessidade de cada um. E o Senhor cada dia lhes ajuntava outros que estavam a caminho da salvação. Como se vê caros leitores, é uma questão de onde está nosso tesouro. Jesus nos ensinou que onde está nosso coração ali está o nosso tesouro. Por isso quando o apóstolo Paulo nos fala a contribuirmos com o próximo conforme nosso coração, também nos fica o alerta e o lembrete que Jesus irá julgar conforme nossos corações. Ai daqueles que pensam que a finalidade da religião é a prosperidade material e social que a teologia da libertação erroneamente prega. Religião não é um clube social de campo, ela tem por objetivo nos religar a Deus para que alcancemos a vida eterna. Jesus ensina o oposto da teologia da prosperidade. Ele ensina que o desapego a este mundo nos garante o céu: “Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus! (Mateus 5,3)”. fonte: Jefferson Roger
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