segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Um aniversário

Caros leitores, mais uma vez vamos atrás da origem das palavras. De origem latina a palavra aniversário é composta pela junção da palavra “annus” que quer dizer ano e “vertere” que quer dizer voltar. Ou seja, aquilo que volta todos os anos. Deixando de lado as origens pagãs e supersticiosas de se comemorar o aniversário, nos tempos em que vivemos, sabe-se que é uma data em que o aniversariante se reúne com seus familiares e pessoas mais próximas de seu convívio para celebrar e agradecer a Deus, em presença de todos, pela graça de ter completado mais um ano de vida. Pelo menos é assim que deveria ser.

Não é possível ao cristão separar a sua realidade de filho de Deus desta comemoração. Pois do contrário seria apenas um acontecimento social, uma reunião de pessoas em torno de uma festa com comes e bebes, muito bate papo e presentes. Digo que não é possível porque ao se comemorar algum aniversário, seja ele qual for, nascimento, casamento, batismo ou outro acontecimento, se não convidarmos Jesus para estar conosco neste dia, de que adianta? Sendo assim, esse cuidado que devemos ter sem dúvida alguma irá refletir nas pessoas que irão comemorar conosco. Serão pessoas próximas que não precisam de data especial nenhuma para estarem ao nosso lado. São pessoas que gostam de nós gratuitamente, simplesmente porque somos quem somos. Eis aí a beleza de se manter o foco em Jesus. Passamos a olhar para esta comemoração com o olhar do Cristo que vê na pessoa do irmão um outro Jesus.

Assim este ano foi a comemoração do dia do meu aniversário. Era um sábado muito chuvoso. Vou ter que repetir: muito chuvoso! Escolhi para este dia um ambiente familiar na região metropolitana de Curitiba. Um local aconchegante que serve um belo café colonial. Detalhes a parte com relação ao local o que mais se destacou foi o fato de que as pessoas que estavam lá, realmente queriam estar. Não houve cantos de parabéns, bolos e velas, músicas e algazarras. Ouve sim, um gostoso e sadio bate-papo acompanhado de um delicioso e saboroso cardápio que ali serviam. Meu pai, que com o convite ficou muito contente, contava as horas em sua ansiedade para o dia do encontro. A esposa, primeira da fila, que já convive comigo a vinte e um anos, neste dia não deixou por menos e se dedicou desde os primeiros minutos do dia a me presentear com sua companhia e tudo o que vem com ela.

As filhas fizeram a festa, conversaram bastante e aproveitaram do cardápio do dia. A sogra também participou deste dia, fiel companheira de sua filha. Enfim, três gerações ali reunidas. Cada uma com seu caminho próprio e cada um com seu próprio caminho estava ali, provando para todos e contra todos que querem provar ao contrário que, a família querida, pensada e planejada por Deus é uma realidade e existe. Existe em nossos pais e existe em nossos filhos. Nossos pais, não escolhemos, recebemos de Deus. Nossos filhos, escolhemos recebe-los de Deus. Quem pensa o contrário disto e se afasta de pais, troca filhos e esposa pelos prazeres baixos do mundo e não cultiva as verdadeiras amizades enviadas por Deus, não sei o que pode estar fazendo que não seja se revoltar, se rebelar e ser desobediente a vontade do Pai dos Céus, que nos criou por amor e nos quer na eternidade junto Dele, com todos esses que ele colocou em nossas vidas.

Assim foi meu dia de aniversário. Eu que já vivo mais que minha mãe terrena viveu e mal dou conta de salvar a minha alma, recebo de Deus a graça de viver com pessoas assim, que irão me ajudar a me salvar e que, por vontade de Deus, devo ajudar a salvá-los. E isso é motivo de sobra para eu não desgostar ninguém, pois a fila em nossas vidas de pessoas que não devemos desgostar cada dia cresce mais. Um Deus, que se rebaixa para ouvir minha oração, não se cansa de me mostrar que acredita em mim e de que não cruza os braços quando o assunto é a minha salvação. Quando o assunto é a salvação de minha família e quando o assunto é a salvação do próximo. Isso sim é de se comemorar. Esse cuidado aos detalhes que só um Deus, que é amor, um amor exigente e que nos cobra uma contínua conversão, se dá ao trabalho por suas criaturas, de nos unir nessa caminhada para que, como membros de um só corpo, chegarmos todos um dia à morada que para nós foi preparada.

Sejamos todos testemunhos para a vida das pessoas. E sobretudo, a cada comemoração, deve-se comemorar pelo tempo de mais um ano que recebemos de Deus, onde pudemos aproveitar cada instante para subir pelo caminho, ou tantas vezes, tropeçar, cair e levantar. No fim, o que se comemora é a vida e sua oportunidade de nos santificar e salvar, porque não podemos fazer isso depois que a morte acontece. Presentes, são materializações de nossos sentimentos para recordações, mas as lembranças do que se vive, se bem vivido marcam e nos elevam rumo ao céu. Assim, mães, pais, casais, filhos e amigos mutuamente se ajudam a alcançarem a tão almejada coroa da glória eterna reservada aos violentos (Mateus 11,12).


fonte: Jefferson Roger

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