terça-feira, 27 de setembro de 2016

Um pouco sobre Indulgências

Muito se fala a respeito das indulgências. O que são, qual sua origem, para que serve, como se adquire e quais os tipos. A doutrina da igreja e sua Tradição são riquíssimas nessa matéria e muito tem a oferecer aos seus fiéis. No entanto neste breve artigo, usarei de linguagem simples e popular para levar até você caro fiel um pouco desse ensinamento para aprendizado, reflexão e motivação para que você se aprofunde cada vez mais na religião que você vive. O Papa Paulo VI, no ano de 1967, publicou um documento apostólico sobre a doutrina das indulgências intitulado Indulgentiarum Doctrina, que trata especificamente com bastante clareza a respeito desse tema. O documento é bastante elucidativo e junto com o atual catecismo da igreja católica, presenteado ao fieis por São João Paulo II, é material bastante instrutivo sobre a questão, sendo recomendado a todos que queiram um norte a seguir. Outro documento bastante importante para se ler é o manual as indulgências que faz referência a tantos outros documentos da igreja e reúne em local único, ainda mais sobre a questão indulgenciaria. Pois bem, vamos por parte. O que são as indulgências? São o perdão e a dispensa da pena temporal devida pelo pecado já perdoado por Deus. O número 1471 do catecismo vai nos dizer que “A doutrina e a prática das indulgências na Igreja estão estreitamente ligadas aos efeitos do Sacramento da Penitência. Indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida aos pecados já perdoados quanto à culpa, que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas condições, alcança por meio da Igreja, a qual, como dispensadora da redenção, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos Santos (Paulo VI, Const. Apost., Indulgentiarum doctrina, 2). E porque está ligada ao sacramento da penitência? Porque "A absolvição sacramental livra a pessoa do inferno e a indulgência livra a pessoa do purgatório", explica o sacerdote da Arquidiocese de Cuiabá, padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior. Segundo ele, o perdão dos pecados não resolve o problema das doenças espirituais do homem, portanto, as indulgências são necessárias para que os efeitos do pecado, ainda no coração humano, sejam curados. E como surgiram as indulgências? No início da era cristã, o sacramento da confissão se dava de maneira diferente de como conhecemos hoje. Atualmente, nós vamos ao padre, ele nos dá o perdão dos pecados e passa uma penitência para cumprirmos depois da confissão. Nos tempos antigos da Igreja, a pessoa confessava os seus pecados, o padre passava a penitência e, então, a pessoa ficava cumprindo aquela penitência durante vários meses e, às vezes, longos anos para que, finalmente, fosse perdoada. Também nesta mesma época, a perseguição do império romano martirizava muitos cristãos. Estes, que ficavam aprisionados e que iam morrer condenados à morte pelos perseguidores do Império Romano, muitas vezes, escreviam cartas aos bispos dizendo: "Senhor Bispo, eu vou morrer e a minha morte será uma penitência. Use esta minha penitência para remir as penas, para perdoar a penitência de outra pessoa". Dessa forma, estes mártires se ofereciam para cumprir penitência no lugar de outras pessoas. Como somos membros do corpo de Cristo eis aí a origem da indulgência. E sendo um só corpo enquanto Igreja, a penitência, o martírio de alguns, pode servir para compensar a penitência de outros e é essa história de amor que está na raiz do surgimento das indulgências. “A indulgência é parcial ou plenária, conforme libera parcial ou totalmente da pena devida pelos pecados (Indulgentiarum Doctrina,2 ). Todos os fiéis podem adquirir indulgências (…) para si mesmos ou para aplicá-las aos defuntos” (CDC, cân 994). E quanto ao modo de se receber a indulgência plenária, que exceto perigo de morte, só pode se receber uma vez por dia, existem três condições: confissão sacramental que tem validade por sete dias, comunhão eucarística e oração nas intenções do Papa. Se uma das condições faltar a indulgência será parcial. Quanto a indulgência parcial algumas várias obras são enriquecidas com esse tipo de graça e alguns exemplos delas serão publicadas em nosso próximo artigo, retiradas do manual das indulgências da igreja, intitulado "Tipos de Indulgência Parcial".
Padre Paulo Ricardo - Indulgências fonte: Jefferson Roger

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