A palavra reclamar, se formos pesquisar no dicionário iremos encontrar duas definições. Reclamar no sentido de exigir alguma coisa para si e reclamar no sentido de queixar-se. Também nas sagradas escrituras encontramos ensinamentos nestes dois sentidos tanto no antigo como no novo testamento. Vejamos apenas dois exemplos: Miqueias 6,8 – “Já te foi dito, ó homem, o que convém, o que o Senhor reclama de ti: que pratiques a justiça, que ames a bondade, e que andes com humildade diante do teu Deus”. Tito 2,9-10 – “Exorta os servos a que sejam submissos a seus senhores e atentos em agradar-lhes. Em lugar de reclamar deles e defraudá-los, procurem em tudo testemunhar-lhes incondicional fidelidade, para que por todos seja respeitada a doutrina de Deus, nosso Salvador”. Pois bem, já que nos familiarizamos um pouquinho com esse negócio de reclamar, vamos refletir a respeito dessa atitude em nossas vidas. Aos olhos pouco atentos não é percebido a fina linha que separa o exigir do queixar-se que o ato de reclamar propõe. Se o marido não age para com sua esposa conforme é do desejo dela, esta põe-se a reclamar para ele ou dele. Reclama porque exige do marido outro comportamento. Até aqui não vemos nada de errado porque a reclamação é uma correção, é um puxão de orelha, um alerta para o esposo de que ele está saindo do caminho correto, segundo o pensamento dela. O mesmo vale para o marido; se a mulher não se comporta segundo seus conceitos ele reclama para ela ou dela. Quem está com a razão? Provavelmente os dois... e isso se resolve com uma palavrinha mágica chamada diálogo e outra chamada doação. Se não existirem essa duas, outras tomam os seus lugares, a intolerância e a indiferença e daí por diante é só uma questão de tempo para a ladeira dos desentendimentos, brigas, discussões e todo tipo de perigos matrimoniais se instalarem na vida do casal. E o diabo que promove tudo isso vibra de alegria porque vê que seu intento vai se realizar e mais uma família ira se desmanchar. Por outro lado, como é bonito quando um pai e uma mãe exigentes que são com seus filhos na educação de valores, éticos, morais e religiosos, recebem de alguém um elogio com relação aos seus filhos. Fruto daqueles momentos em que os pais reclamavam, exigiam dos filhos um proceder que era para o bem deles e que tantas vezes, caras fechadas, rebuscadas, beiços caídos e outros comportamentos dos filhos, denunciavam a insatisfação em ter que obedecer. Como dizem os antigos, cuidemos para não dizermos “agora eu dou valor para o que meu pai e minha mãe me ensinavam”. Pior seria ainda se disséssemos: “se eu tivesse ouvido o que eles diziam”... Se nós que somos maus sabemos dar coisas boas aos nossos filhos quem dirá Deus (Mateus 7,11). Por isso a natureza humana dos pais imita a natureza divina. Mas, a todos nós, é preciso sim reclamar e reclamar, porém, pelos motivos justos. Reclamar quando algo não vai bem, como um profeta que denuncia o erro e apresenta a verdade. Reclamar como alguém que mostra a verdade e porque ela deve ser aceita e vivida. Nunca, no entanto, reclamar com um tom egoísta. Eu reclamo porque não fazem como quero, eu reclamo porque não gosto disso, eu reclamo disso, daquilo e daquele outro... Não pode ser assim, reclamar dessa forma somatiza em nosso corpo sentimentos ruins e ele pode responder com alguma doença. Reclamar assim denota uma falta de paciência, virtude tão importante e atestada em toda a bíblia. Por isso sempre peça a “Deus para que vos conceda pleno conhecimento da sua vontade, perfeita sabedoria e penetração espiritual, para que vos comporteis de maneira digna do Senhor, procurando agradar-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus. Para que, confortados em tudo pelo seu glorioso poder, tenhais a paciência de tudo suportar com longanimidade (Colossenses 1, 9-11)”. fonte: Jefferson Roger
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