terça-feira, 8 de novembro de 2016

Não matar é mais que "matar"

A observância aos mandamentos da lei de Deus, que são acatados pelo católico por estarem na nova aliança, no novo testamento, confirmado por aquele que faz novas todas as coisas (Apocalipse 21,5), comumente é reduzido pelos fiéis a uma interpretação um tanto simplista. Para muitos, obedecer ao quinto mandamento: não matar, simplesmente significa não tirar a vida de alguém com intenção de se praticar este ato.

Mas, a exigência que o amor de Deus nos apresenta pede muito mais. O padrão com que seremos julgados é altíssimo. Não nos é possível conceber uma ideia de que Jesus Misericordioso irá passar a mão na cabeça do cristão, como o vovô faz com o netinho, querendo conforta-lo porque o pai ou a mãe o corrigiu por alguma malcriação. Muitos esquecem que o tempo da graça é agora. Agora, como nos disse Jesus, através da mensageira da misericórdia Santa Maria Faustina Kowalska, é o tempo da misericórdia onde as comportas do seu coração derramam abundantes rios de graças aos que o pedem e se deixam conduzir pela sua mão.

Após, será o tempo da justiça, onde o seu pesado braço irá nos julgar conforme nossas obras (Apocalipse 22,12). O pecado grave que o quinto mandamento aponta, envolve muitas questões, assim como todos os mandamentos de Deus e toda a sua doutrina. Dessa forma é preciso se entender, que a entrada pela porta estreita não será “arranjada” ou “facilitada”. Ninguém será admitido a gloria eterna sendo disfarçado de bonzinho. Em suas aparições Nossa Senhora nos recorda que todos os pecados serão colocados na balança da justiça de seu filho. Afinal, se assim não o fosse, Jesus não seria o justo juiz.

Para Deus “Quem tira de um homem o pão de seu trabalho, é como o assassino do seu próximo (Eclesiástico 34,26).” E “Quem odeia seu irmão é assassino. E sabeis que a vida eterna não permanece em nenhum assassino (1ª João 3,15).”

Por isso é que Jesus em seu sermão da montanha nos ensina que: Mateus 5,44-48 – “amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos [maltratam e] perseguem. Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos. Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicanos? Se saudais apenas vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem isto também os pagãos? Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito.”

É preciso, portanto, um esforço diário e uma constante violência contra o mal, contra o pecado, pois assim se chegará ao Reino dos Céus (Mateus 11,12). A inteligência que recebemos de Deus precisa ser utilizada para um aprendizado sadio de tudo que nos é essencial para bem vivermos o evangelho. Já sabemos que é muito difícil e que sozinhos não conseguimos (João 15,5). Precisamos então pedirmos como fazia São Francisco de Assis em suas orações:

“Jesus Cristo desfigurado, configura-me”. Ele que também recitava: “Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver ódio que eu leve o amor...” Vê-se assim, com este pequeno exemplo, como deve ser a vida do cristão, uma vida que procura imitar o Ressuscitado (1ª Coríntios 11,1)


fonte: Jefferson Roger

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