Na história da humanidade bem sabemos que vários acontecimentos e atividades desempenhadas pelas pessoas, por terem seu caráter de continuidade, tornavam-se e ainda tornam, um hábito no cotidiano das pessoas. Este hábito vira costume e vira costume porque as pessoas ficam acostumadas, habituadas com determinada situação, acontecimento ou o que quer que o valha. Pois bem, o costume também pode nos remeter a rotina. Aquilo que costumeiramente acontece em nossas vidas acaba por se tornar uma rotina. Rotina também nos remete a uma sequência de bons procederes que precisamos fazer para que alguma coisa saia conforme a necessidade exige. Mas, o que acontece quando nos deixamos dominar pelos desejos do corpo? O ser humano, que é um campo de batalha, um composto de corpo e alma, luta diariamente para manter o espírito ligado as coisas do espírito e afastado das coisas do mundo (do corpo). O corpo, um dos três inimigos de nossa alma (o diabo, o mundo, o corpo), luta para nos manter apegados aos prazeres terrenos de todas as naturezas. Como estamos a perceber então, caro leitor, se não nos colocarmos numa posição de, no mínimo, mediador, não acontecerá um equilíbrio e nossos costumes irão nos soterrar nos latões de lixo do mundo. Se dermos ouvido, dermos asas aos nossos pensamentos mundanos e ao nosso corpo, facilmente sabemos e percebemos que assim nos comportando corremos o risco de nos afastarmos das coisas do espírito. Ainda no mesmo lado da moeda, nesta situação quem se mete é o diabo. Ele, sabe muito bem as armas que possui e sabe que nosso corpo é neutro para colaborar com o lado que mais subjugá-lo. Por isso, nosso inimigo cruel investe em sua avalanche de pecados disfarçados de prazeres, apresentando-nos em pratos saborosíssimos e deliciosos, para que, sutilmente e aos poucos, cada um de nós vá aceitando essas ofertas, praticando-as e o que é mais grave de tudo: acostumando com elas. E a sutileza do inimigo é tanta que acabamos por nos convencer de que alguma coisa já não é pecado, era pecado, deixou de ser pecado por isso, por esse, por aquele e por tantos outros motivos. Assim, justificando nosso intelecto envenenado, de servos nos transformamos em justo juiz, donos da verdade e plenamente conscientes de que nossas atitudes estão acima dos erros. Pobres de nós, quando agimos assim, quanta desgraça atraímos para nossas vidas. Nos acostumando a pecar e por não receber já nesta etapa da vida a recompensa pelas escolhas feitas, seguimos no desleixo da vida que se curte de forma adoidada sem medir as consequências que estamos a plantar para nossas almas. Deixando o equilíbrio de lado e abraçando as coisas que passam, entregamos ao diabo, no mesmo prato que ele nos ofereceu suas tentações, um aval para nos reservar um lindo e acalorado cantinho ao lado dos seus onde o fogo não se extingue. No dia do juízo, olhar para trás e ver quanta besteira fizemos será como qualquer um sabe, tarde demais. Com o pesar e o arrependimento tardio, não existirá mais tempo para consertar as obras más, as omissões e toda a ofensa que fizemos contra Deus e o próximo, conscientes da gravidade da matéria. Passou o tempo da graça, então já mortos e diante do cordeiro, nos caberá a sentença (Apocalipse 22,12). Não será melhor então, nos acostumarmos e aceitarmos nossa condição dada por Deus e procurar sermos seus imitadores (1ªCoríntios 11,1)? Trocar a vida eterna na glória dos céus, pela condenação ao inferno por conta de prazeres terrenos parece não ter sentido algum. Pensar que temos que aproveitar a vida porque ela e curta é verdade. Mas o mundo foi criado para o homem servir-se dele e não para ser escravizado por ele. O que nos cabe sim, é aproveitarmos cada momento para trabalharmos pela nossa santificação e salvação já aqui na terra e também de nosso irmão. É preciso nos libertarmos das ofertas e sabermos usufruir dos bens que existem para nos servir e não nos tornarmos seus escravos pois a escravidão em sua natureza, tende a se alastrar por todos os cantos e mais cedo, mais tarde, irá nos escravizar junto ao pecado, fazendo com que nos acostumemos a ele, tornando-nos inimigos de Deus (Tiago 4,4). fonte: Jefferson Roger
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