quarta-feira, 23 de novembro de 2016

O teste da Fé

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Como bem sabemos não nos é possível compreendermos todo o alcance dos desígnios de Deus para com suas criaturas. Não nos é possível atingir a plena compreensão do querer divino e sobre isso já nos atesta Nossa Senhora em suas aparições quando diz que “no céu tudo vos será revelado”. E também sobre isso, nos confortam as sagradas escrituras em Deuteronômio 29,29 onde se lê que “o que está oculto pertence ao Senhor, nosso Deus; o que foi revelado é para nós e para nossos filhos, para sempre, a fim de que ponhamos em prática todas as palavras desta lei”. Como vemos caros leitores, já nos foi ensinado que é em vão o esforço para entendermos o criador porque nós, as criaturas, fomos criados de forma limitada por ele. Ainda bem, diga-se de passagem, porque olhando para como anda o mundo e o relacionamento humano, imaginemos só, se ao homem lhe fosse dado mais capacidade intelectual. Com certeza o estrago seria maior. Ou será que não? Bom, já sabemos que não há como saber.

É preciso, como sempre costumo comparar, jogar o jogo observando-se as regras. Mas eis aí outra grande questão: quais são as regras? Existe a lei de Deus? Existe o pode ou não pode? Se somos criados a sua imagem e semelhança porque tanta disparidade entre os homens? Porque tanto mal no mundo? Tanta desigualdade? Não parece que Deus assiste tudo lá de cima e quer ver o circo pegar fogo? Que se danem os homens, ninguém mandou a raça humana e dos anjos me desobedecerem, agora que paguem o pato! Não ocorrem estas questões e tantas outras na cabeça de tantas pessoas? Em nossas cabeças? Com certeza devem ocorrer e a nossa limitação na busca dos porquês ou das respostas aos anseios e desejos de cada um, muitas vezes esbarra na fraqueza humana e o resultado quase sempre é o erro que se comete ao tentar acertar. Em outras palavras, erramos o alvo tentando ser felizes, buscando a felicidade onde ela não se encontra (falo aqui da felicidade eterna, que nos aguarda no paraíso) e como não a encontramos, erramos, e errando pecamos. São João da Cruz numa de suas reflexões sobre os desígnios divinos comenta mui poeticamente o episódio onde Deus quis servir-se de Maria Santíssima para a salvação dos homens. Diz o santo: “a mãe se assombrava com a troca que ali havia, o pranto do homem em deus e no homem a alegria”.

Essa breve frase exprime sem dúvida uma atitude que vai de encontro a todo o mau pensamento que podemos ter de Deus. Vejam só, o Deus tido como castigador e vingador se coloca na natureza humana, em triste choro, vindo ao mundo como uma indefesa criança, para a redenção dos homens, fato este que é visto pela humanidade e nas palavras do santo pela mãe de Deus, com imensa alegria. Como diz a frase, é um assombro. Não se poderia cogitar que o todo-poderoso faria isso pelas suas criaturas. Mas assim aconteceu, nos garante a verdadeira e autêntica fé, toda a tradição e as santas palavras da bíblia. Isso nos mostra que o Deus do antigo testamento, que é o mesmo do novo testamento e que na história da humanidade parece deixar os ventos dos acontecimentos soprarem sobre a história da humanidade para que cada um “se vire” como puder, é muito mais do que podemos compreender.

Ele poderia ter varrido por definitivo sua criação para debaixo do tapete, ou jogado tudo no latão de lixo e deixado para lá. Mas não, ao modo como não entendemos agora ele conserta tudo, mesmo quando as coisas não nos parecem justas, assim o são. Nós temos critérios humanos para analisar os fatos, não critérios divinos. Basta-nos a fé e os frutos do Espírito santo para caminharmos alinhados ao evangelho e seguindo o exemplo de tantos que já alcançaram o céu. Um sinal não nos será dado, assim afirma Jesus. É preciso um olhar para a eternidade, não para o amanhã, pois Deus nos espera lá no céu, não no amanhã, que pertence somente a ele.

Fonte: Jefferson Roger

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