sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Os presentes e o Natal

Uma das datas muito lembradas e comemoradas pela humanidade, seja ela, cristã, pagã ou de outra denominação sem dúvida, para muitos, é o natal. Envolto por uma atmosfera que também é sentimental a data, que está fixada em 25 de dezembro marca para os católicos um dia muito especial. Recorda-se e comemora-se o nascimento de Jesus, prefigurado no antigo testamento e confirmado pelo último dos profetas, João Batista: "eis o Cordeiro de Deus", diz aquele que precisava diminuir para que o Cristo aparecesse. Jesus, cujo evangelho nos conta que existe antes da criação, veio fazer a vontade do Pai Eterno e nos redimir da culpa que nossa natureza humana não seria jamais capaz de quitar. Predestinado por Deus e de comum acordo para o bem de todos nós, aceitou passar pelo que passou e nos deu um "grande presente": a eternidade na glória dos céus, a salvação objetiva para aqueles que querem abraçar o plano de amor estabelecido para todos os que se movimentam na direção do amar de volta.

Nos conta o evangelho, que por ocasião deste acontecimento, grande acontecimento, os intitulados reis magos Melchior, Gaspar e Baltazar, ao perceberem nos céus uma mudança que denunciava a chegada do Cristo, de diferentes partes se uniram em caminhada até o local onde se encontrava a sagrada família. Ao chegarem, encontraram o menino e sua mãe, adoraram-no e lhe ofereceram presentes. Observemos bem o detalhe da questão. Em atitude de extrema felicidade e reconhecimento pela pessoa de Jesus os presentes foram oferecidos. Em reconhecimento a realeza do Cristo, ouro. Em reconhecimento a comunhão plena de Jesus com o pai e sua missão aqui na terra, Jesus, pessoa de constante oração e união com Deus, o incenso, que representa a fé, pois o incenso é usado nos templos para simbolizar a oração que chega a Deus assim como a fumaça sobe ao céu (Salmos 141). Em reconhecimento ao profetizado para Jesus dentro de sua missão, a mirra, uma resina utilizada para embalsamar os corpos desde o antigo Egito, nos apontando para o martírio de Jesus. Também citada em João 19,39-40 por ocasião do embalsamamento de Jesus e sendo mais tarde comprovada a sua utilização através de estudos realizados no Sudário de Turim. Então como vemos, a tradição da troca de presentes no natal se dá para relembrar que os três reis magos ofereceram presentes ao menino Jesus após o seu nascimento.

E o papai noel, como fica no meio disso tudo? Vamos esclarecer mas antes vale também recordar que a oficialização desta data, que não se sabe ao certo quando começou foi feita pelo papa Libério, no ano de 354 dC. Pouco tempo hein, caro leitor! Pois bem, dizia eu que iria falar um pouco do chamado bom velhinho, que no início dos tempos era representado na cor verde e que a empresa Coca-Cola tratou de "avermelhar" o sujeito. Papai Noel, tem sua origem na pessoa do bispo romano do século V, chamado São Nicolau, que no dia 06 de dezembro, às escondidas, praticava sua caridade, a oferta de donativos para as filhas de um homem muito pobre. Em virtude deste acontecimento aos poucos essa atitude do bispo, relembrada no seu dia, foi se misturando dentro do período natalino. Por aqui também, surgiu o amigo secreto que é uma forma de se presentear alguém escondendo a identidade de quem presenteia. E também nasceu o costume de se colocar presentes em baixo da árvore de natal escondido das pessoas para que ninguém soubesse quem os colocou. Que bonito não é mesmo caro leitor, percebermos que a tradição é sempre algo muito forte e presente na vida das pessoas, vencendo facilmente a barreira de séculos. Por isso é importante sabermos o porquê das coisas para podermos suportar qualquer como em nossas vidas.

Eis os porquês dos presentes mas o mais importante que o costume de se dar presentes, que hoje está muito misturado ao protocolo natalino do comércio e seu apelo enganosamente sentimental, é a razão pela qual se celebra esta data. Se o aniversário de alguém é comemorado, se canta parabéns para ele, o presenteia e se confraterniza no dia de sua comemoração numa reunião com bebidas e comidas. Já no aniversário que se comemora em 25 de dezembro, o nascimento daquele que veio pela primeira vez e que virá pela segunda vez, a data é abafada, o princípio é posto de lado e Jesus é apenas recordado por algumas pessoas que vão na missa do dia 24 e no dia 25 de dezembro, quando não vão apenas numa delas ou quem sabe em nenhuma, embora tentem aliviar suas consciências rezando um pai-nosso e uma ave-maria em agradecimento por tudo que receberam e assim fazem um ato incompleto porque Jesus disse que nossa oração não pode ser egoísta. Se assim o for, que recompensa teremos? Palavras do Redentor. Continuemos. Famílias estas que praticam a ceia natalina com um esbanjar de alimentos, trocam os seus presentes e ainda se cumprimentam "desejando um feliz natal" que equivale a dizer "boas festas", "tudo de bom" já num ensaio para o próximo cumprimento que bate às portas que é o de "feliz ano novo". Muitos nem sabem o que devem desejar ao seu próximo quando apertam em sua mão e dizem "feliz natal".

Não se está aqui a denegrir a troca de presentes ou o jantar das véspera e o almoço do dia seguinte, nada disso. O que se faz aqui neste artigo é apontar para a essência da celebração. Como disse Jesus é preciso fazer isso sem deixar aquilo de lado. Que todos nós nos esforcemos para levar adiante todos os porquês desta comemoração. Que ao desejarmos a alguém um feliz natal, estejamos desejando que a pessoa encontre dentro de si o verdadeiro motivo que lhe faz viver esta vida, o verdadeiro motivo que lhe faz suportar todas as dificuldades da vida, o verdadeiro motivo que veio ao mundo para que cada um de nós um dia possa passar deste mundo, nascendo da água e do espírito como homens novos, para a eternidade do céu. Temos que pensar que "sou" "feliz" porque o "natal" de Jesus aconteceu por minha causa, amém"


fonte: Jefferson Roger

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