E disse Jesus em João 8,43-47 – “Por que não compreendeis a minha linguagem? É porque não podeis ouvir a minha palavra. Vós tendes como pai o demônio e quereis fazer os desejos de vosso pai. Ele era homicida desde o princípio e não permaneceu na verdade, porque a verdade não está nele. Quando diz a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira. Mas eu, porque vos digo a verdade, não me credes. Quem de vós me acusará de pecado? Se vos falo a verdade, por que me não credes? Quem é de Deus ouve as palavras de Deus, e se vós não as ouvis é porque não sois de Deus.” Caros leitores, os ditados populares, que são as parábolas do povo, dizem assim: “quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece”, “eu rezo, rezo, rezo e nada melhora”, “porque Deus não me atende, eu que procuro fazer tudo direito? – para aquele outro, que leva uma vida sem Deus, tudo lhe é mais fácil e a vida é melhor”. E assim, facilmente tantas pessoas poderiam aqui incluir uma série de expressões que muito bem ilustram o descontentamento que o ser humano tem em relação ao seu criador. Em verdade, se colocarmos um melhor olhar sobre a questão, que em suma deve ser o olhar que coloca por toda a vida, e falo aqui de um olhar sobrenatural em tudo, como bem se diz em outro dito popular, a coisa muda de figura. A partir deste ponto, aquele que imagina estar Deus de “cara virada” com seu filho, pois parece em sua concepção estar recebendo dele um silêncio mortal, começa a entender que as coisas do espírito são uma, e as coisas da carne são outra. Vejamos: Gálatas 5,16-17 – “Digo, pois: deixai-vos conduzir pelo Espírito, e não satisfareis os apetites da carne. Porque os desejos da carne se opõem aos do Espírito, e estes aos da carne; pois são contrários uns aos outros.” E por conseguinte em Gálatas 5,25 – “Se vivemos pelo Espírito, andemos também de acordo com o Espírito.” E é preciso sim, permitirmos que o Espírito Santo, o dom de Deus, nos remeta a tudo que Jesus nos ensinou sem o deixarmos tristes (Efésios 4,30) pois o Paráclito pede por nós com gemidos inefáveis (Romanos 8,26), já que nem sabemos como pedir as coisas. Pois bem, o fato é que Deus fala conosco e sempre nos ouve. De sua parte, o Pai que é misericordioso se inclina para ouvir nossa oração, mesmo quando elas não passam de uma lista de pedidos. Deus nos mostra cotidianos da vida, sinais em nosso trabalho, pela rua quando andamos, no ônibus, quando estamos na santa missa, quando estamos a recitar o santo rosário e nos vem um pensamento a respeito de algo, quando nos passa uma pessoa caminhando ao nosso lado com alguma camiseta com estampa religiosa, quando vemos alguém com seu crucifixo no pescoço procurando fazer algo bom, quando nos corrige com seus castigos e tribulações e de tantas outras formas. Como diz no livro do Eclesiastes existe o tempo para tudo e sobretudo para nós, existe o tempo de Deus. Se um pai sabe que não deve sair correndo ao shopping porque seu filho viu um brinquedo numa propaganda na TV, pois sabe que isso não irá acrescentar em nada na formação de caráter e na educação de seu filho e, ao contrário sabe que esse presente negado fora de época e sem justificativa irá, ao contrário do que pensa a criança, contribuir e muito para a sua vida, quem dirá Deus Pai, nosso pai e criador, que não irá nos mimar pois ele nos quer no céu e não que nos percamos ao inferno. Se nos concentramos na frequência somente daquilo que queremos ouvir, não iremos sem dúvida alguma ouvir a frequência em que Deus está a nos falar, a nos ensinar e a nos amar. Como nos disse Jesus em Lucas 5,32, precisamos de conversão. fonte: Jefferson Roger
Nenhum comentário:
Postar um comentário