Normalmente a cultura do mundo rotula a questão das férias do trabalho como uma oportunidade de viagem, descanso prolongado e desligamento, pelo menos é o que se sugere, das obrigações e local de labuta, local do ganha pão, sustento para as famílias. No entanto, como qualquer um bem pode exemplificar, de certas coisas não podemos tirar férias. E podemos ainda afirmar que nunca poderemos. Se pensarmos com calma iremos perceber que podemos montar uma lista muito grande. De fato, seja no campo do corpo ou no campo da alma, nem tudo podemos deixar de lado. Se a pessoa tirar trinta dias de férias, ela com certeza não irá ficar trinta dias sem se alimentar. Muitos podem pensar que é até ridículo pensar assim, porque afinal, o saco vazio não para em pé, já diz o ditado popular. Se podemos concordar caro leitor nesta linha de raciocínio é porque entendemos que algumas coisas são essenciais para a vida e não podem ser deixadas de lado, jamais, sob pena de uma catástrofe das boas em nosso corpo humano. Mas, eis aí o detalhe que o mundo insiste em esconder, mesmo que com uma peneira, aos olhos embotados da humanidade, perante suas ofertas terrenas. Nós, que somos um composto de corpo e alma temos este princípio aplicado para o conjunto. Ora, o pecado é uma realidade espiritual, mas o corpo contribui em menor ou maior grau de participação. Desta forma, também existe aquilo que é essencial para a alma; vamos lembrar, somos corpo e alma, que após a vinda gloriosa de Cristo e seu julgamento no dia do juízo, irá transformar nosso corpo num corpo glorioso, se nossa recompensa for a coroa da vida eterna. Ou irá, conforme nos relatam os evangelhos, atirar-nos no inferno, local da segunda morte, a morte do corpo e da alma. Pois bem, a reflexão, seguindo deste ponto é muito útil para voltarmos o olhar, que a propósito deveria ser um olhar sobrenatural em nossas vidas, para dentro do nosso cotidiano. Será que quando as coisas vão bem, nosso fervor é o mesmo de quando as coisas vão mal? Vale lembrar que a oração vale mais na tribulação do que na consolação. Não podemos tirar férias dela, da oração, durante a semana e domingo irmos a santa missa e rezarmos o pai-nosso. Se Jesus disse vigiai e orai sem cessar, pra todos o sem cessar diz tudo. Nada de férias. Se quero uma graça corro a me ajoelhar na frente do santíssimo, até conseguir. Se recebo a graça, me lembro de correr ao santíssimo para agradecer a graça? Os dez leprosos foram curados por Jesus, mas só um retornou para agradecer e Jesus perguntou onde estavam os outros nove. Que nós não sejamos como os nove leprosos, que após recebermos uma graça, fiquemos achando que Jesus, fez sua obrigação. Nada disso, não deve o salvador e redentor da humanidade ser tratado como alguém que nos deve uma cura, um favor, um presente, ou um empurrãozinho em alguma situação que desejamos benefício próprio. Esse desejo e comportamento passa muito longe da túnica que o católico precisa alvejar no sangue do cordeiro. Se existe alguma coisa que devemos tirar férias e não só de trinta dias, mas uma verdadeira licença sem vencimento, são nossas más ações e atitudes e de tudo aquilo que nos afasta do caminho da porta estreita. O processo de conversão, que deve ser diário não admite espaço para férias. Artigo relacionado: Aproveitamos os feriados? fonte: Jefferson Roger
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