João 6,54,56 – “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.” Olá caros leitores, cumprimento os assíduos e os eventuais, todos sejam sempre benvindos. Vamos lá, para muitos, quem sabe a grande maioria, esta afirmação de Jesus pode passar despercebida e sufocada pelo cotidiano apressadíssimo que o mundo impõe para a vida das pessoas. Nem param para pensar que Jesus está dizendo literalmente que precisamos comer da sua carne e beber do seu sangue. Vamos entender um pouco a teologia por trás desta verdade para afastarmos para bem longe qualquer tentativa de diminuir a questão para patamares puramente materiais e até com um tom que beira alguma semelhança com rituais pagãos. Vejamos. Todos sabemos que em nosso sistema cardiovascular, responsável por irrigar todas as células do corpo, inclusive as presentes na estrutura ósseo muscular, recebe de outros sistemas o que é necessário para bem prover o corpo e dessa forma pode então levar a “vida” para todos os cantos do corpo humano. Ora, bem sabemos também que se uma pessoa sofrer algum acidente e for acometida por um ferimento que lhe cause grande perda de sangue, se o problema não for solucionado, sem sangue o corpo definha e perde suas funções, morre. Já a estrutura muscular que possuímos, bem alimentada pelos nutrientes que o sangue leva, além de outros componentes pode se manter saudável e sustentar todo o conjunto, nos mantendo em pé, nos protegendo de machucarmos nossos ossos, tendões e órgãos internos, sustentando com eficiência e equilíbrio de esforço nos mantendo num estado de bom funcionamento. Uma musculatura fraca e frágil e uma composição sanguínea comprometida não operam adequadamente e promovem, por conta disso, deficiências, falências e consequências mais sérias para todo o conjunto. E qualquer um de nós sabemos onde isso vai dar. Pois bem, Jesus Cristo a segunda pessoa da Santíssima Trindade, cheio de poder e glória, veio ao mundo assumindo um corpo humano. Após sua passagem por aqui, ressuscitou e subiu aos céus num corpo glorioso, que passou pelo que passou e mostrou do que é capaz um Deus que nos ama. Pensemos no âmago da questão. Este corpo de Jesus vivo, rei dos reis, misericordioso e justo juiz, do qual aqui na terra muitos queriam apenas tocar em suas roupas porque sabiam que ficariam curados. É o corpo que nos foi deixado a partir da santa ceia. Pensemos na imensidão da graça, recebermos fisicamente e espiritualmente esse diviníssimo corpo, que pode tudo em nossas vidas e é capaz de nos tornar um homem novo. É o seu sangue que se mistura ao nosso, é sua carne que se mistura à nossa. Penetra-nos e vai se alastrando pelo nosso corpo, alma e coração, nos renovando, nos preservando, nos mantendo na direção certa e nos curando. Por isso é importante recebermos o hóspede de nossa alma da melhor maneira que nos é possível. Quando vamos receber uma visita em nossa casa e nos preparamos deixando o ambiente limpo, preparamos uma recepção com um belo almoço e depois deixamos a tv de lado para darmos atenção para a visita, com certeza ela irá se sentir muito bem acolhida e irá perceber o quanto a queremos bem, e não só para uma visita. Se, ao contrário, “jogarmos” a visita num sofá e dedicarmos a ela a atenção que sobrar no meio de tantas coisas que não queremos abrir mão por ela, que veio nos ver, não pode sendo assim as coisas, resultar em alguma alegria. Quem nos visitar e for recebido desta segunda forma irá sem dúvida entristecer e desgostar. O corpo de Cristo não é um biscoito, não é um comprimido para dor de cabeça, não é um pão abençoado, ele faz de nós um sacrário vivo quando o recebemos de forma frutuosa. Nada de mastigar o pão dos fortes, nada de comunga-lo de forma sacrílega. “Ah, vou comungar porque faz bem” – nada disso. Isso não é brincadeira e não vai ficar de graça. Como diz a escritura – Gálatas 6,7 – “Não vos enganeis: de Deus não se zomba. O que o homem semeia, isso mesmo colherá.” Que façamos nós sempre um esforço para que a nossa comunhão com o Cristo Ressuscitado seja frutuosa pois do contrário ela não atingirá o coração, onde nascem todas as coisas e mudança alguma irá acontecer. Pois onde está o nosso tesouro, lá está o nosso coração (Mateus 6,21) e é no coração que nascem todas as coisas (Mateus 15,18-19), sejam más ou boas. Afastar-se da santa comunhão por comodidade, fraqueza, descrença ou seja lá qual for o motivo que o inimigo lhe encucou, ou tentar lhe encucar, nunca será um motivo suficiente para abandonarmos Jesus e troca-lo por qualquer outra coisa. Comungar uma vez na vida não tem preço. Santos choravam quando alguma enfermidade lhes impedia de participar da missa e comungar. Nos esforcemos, se não estamos em condições de comungar, tomemos vergonha em nossas caras e partamos para a briga. Com uma decisão firme e propósitos de conversão brotados do coração, essa disposição será amparada por quem mais nos quer no céu, ao autor da graça e ele não se deixará vencer pela sua ovelha perdida, se alegrará pelo retorno do filho pródigo. Artigo relacionado: Acreditar na Eucaristia? fonte: Jefferson Roger
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