Todo bom católico que recebeu os sacramentos da iniciação e uma catequese sabe e consegue compreender que seu encontro com Jesus atinge dois planos. O plano corporal e o plano espiritual. Todos sabem mas deixam para depois a questão do seu juízo, onde frente a frente com Jesus Misericordioso, mas também justo juiz, terão o encontro de suas vidas, que não irá se repetir e os frutos dele terão alcance infinito na existência de cada um. Pois bem, enquanto o derradeiro olhar de Jesus não nos alcança, revelando em nossa alma como Deus vê a gravidade de nossas ofensas contra ele através dos pecados, nós, que estamos deste lado da vida, vivendo uma realidade que pode tocar a matéria, podemos viver a cada dia um encontro com o Ressuscitado. De fato, se cremos nele e no seu evangelho, sabemos que em cada igreja, na capela do santíssimo existe um sacrário onde Jesus está ali. Quase sempre abandonado e sozinho, triste por ninguém recorrer a ele em primeiro lugar, só o procurando como último recurso, com uma lista de exigências em que as pessoas insistem de chamar de oração. Pode até ser, mas a oração é um diálogo com Deus e não um falar e ouvir de uma via. Ademais também na santa missa, valiosíssima graça que recebemos de Deus podemos, além de aprender com ele, recebe-lo através da santa comunhão. Enfim, são graças e mais graças que estão aí, aos olhos e alcance de todos que queiram se aproximar e fazer essa experiência que muda vidas. Hoje, no dia em que publico este artigo pude me encontrar com ele logo pela manhã. Em meio aos afazeres do dia, no trabalho que exerço, me foi possível passar próximo a paróquia em que moro e por conta de um compromisso que assumi em fazer alguns reparos nos computadores da Igreja, resolvi dar uma paradinha para pegar alguns arquivos necessários para os consertos que estou a fazer em minha residência. Mas isso não foi o que aconteceu embora tenha acontecido. Vamos esclarecer. Cheguei ao local, peguei a chave da Igreja com o secretário, abri a igreja e... sozinho, fui tomado de uma imensa paz. A Igreja que sempre encontro em atividade, com suas missas e celebrações, agora estava fechada por conta do horário. Entrei, olhei para os bancos, as paredes, contemplei num relance a via sacra e me dirigi até o sacrário, pude me persignar, me ajoelhar, beijar e conversar com Jesus. Não sei quanto tempo durou, também não era importante pois o importante era que eu estava ali. Parece que o tempo parou, o silêncio do local foi quebrado por minha voz que precisava conversar com ele. Agradecer muitas coisas, mas muitas coisas mesmo que eu, embora pecador, pecador e pecador, incapaz de ama-lo com um coração puro, recebo de Jesus um amor misericordioso que vai até as últimas consequências. Jesus me quer no céu muito mais do que eu mesmo, porque nem me esforço tanto o quanto deveria e por isso preciso de conversão constante. Os minutos foram passando e eu não queria sair dali, vim com meu “pendrive” resgatar do computador alguns arquivos, mas quem me resgatou do mundo naquele momento e se fez ouvido para mim, me abençoando e me dando forças para seguir em frente foi Jesus. Os que me conhecem e que por ventura estão a ler este artigo, já sabem que eu abri o berreiro a chorar. Exatamente como Padre Pio, que não entendia como as pessoas não conseguiam se emocionar e derramar lágrimas perante essa grandeza imensurável que é a misericórdia de Jesus e seu amor por cada um de nós. Me despedi dele e fui falar com Nossa Senhora. Só depois fui tratar do assunto que me levou a Igreja. Mas, é assim que deve ser. “Buscai primeiro o Reino dos Céus e a sua justiça e tudo mais vos será acrescentado” – Mateus 6,33. Poderia eu ter feito uma genuflexão ao entrar e ao sair e me persignar, mas fui arrastado para um contato mais íntimo com o meu salvador. Fui até a Igreja porque me faltava alguns arquivos do computador, mas Deus me mostrou que eu saí de lá com muito mais do que isso. Amém! fonte: Jefferson Roger
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