Em Mateus 24,44 e Lucas 12,40 encontramos o ensinamento de Jesus para “estarmos preparados” porque ele nos diz que não sabemos a que hora ele virá. Aqui o ensino que deve ser absorvido é, inicialmente, particular. Como Jesus nos ensinou que só Deus sabe o dia e a hora do juízo final, a questão de nossa passagem para a próxima etapa de nossas vidas consiste num acontecimento marcado pela transformadora morte que inevitavelmente irá, ou nos pegar preparados ou nos pegar despreparados. Em cima disso trabalha incansavelmente o diabo. De forma bastante sutil ele investe nas pessoas com a tentação do amanhã. Instigando cada um a deixar suas obrigações acéticas religiosas para amanhã e enquanto isso ocupar-se com as propostas do mundo. Putz, morri, acabou o meu tempo, deixei de fazer o necessário para salvar a minha alma e ao contrário não ajuntei meus tesouros onde a traça e o ladrão não destroem (Lucas 12,33). Já pensou caro leitor, sair uma frase dessas de nossa boca quando estivermos sendo levados à presença de Jesus, mortinhos da silva? Que dureza hein, pararmos na sua frente e recebermos dele um olhar que primeiramente é de tristeza, sim, porque tantos navios passaram em nossa frente enquanto estávamos ilhados em nossas vidas sem pedir ajuda e não os enxergamos. Em segundo lugar, um olhar misericordioso, porque como católicos, não podemos deixar de acreditar que Jesus, aquele a quem Deus confiou todos os filhos porque não quer que nenhum se perca, não derrame sobre nós a sua verdade e sua misericórdia libertadora e salvadora. Porém, eis que seu olhar, em terceiro lugar, e acreditamos nisso porque em todas as missas dominicais assim rezamos, será um olhar do justo juiz, que está sentado a direita do pai donde a de vir à julgar os vivos e os mortos. Podemos fazer uma analogia com um aluno que será submetido a uma prova oral. O aluno se preparou recebendo as aulas, as matérias, teve tempo para recorrer ao seu professor e tirar todas as dúvidas, pode pedir auxílio aos seus amigos, familiares, pessoas mais próximas. Pode ainda por conta própria ir atrás de mais informações para melhor compreender seu aprendizado e pode dentro desse tempo que lhe coube, estar preparado para qualquer arguição surpresa que seu mestre pudesse anunciar. Pois em tempos antigos era assim, não se avisava quando iria ter avaliação, o aluno precisava estar sempre pronto para uma eventual prova, fosse ela escrita ou oral. Mas, o aluno levado, aquele que em pouco tempo se juntava em amizades nada produtivas e com direções diferentes que a sua, esse se via em maus lençóis quando o inesperado compromisso da avaliação batia a sua porta. O católico não pode ser assim. A mala sempre deve estar pronta para a viagem de ida rumo à pátria celeste. Diante de Jesus no dia do juízo não será possível pedir alguma prorrogação de prazo ou alguma chance extra. Neste dia nos cabe prestar contas e ouvir a sentença que justamente iremos receber. No cotidiano da vida estamos sempre a nos prepararmos para muitas coisas. Para irmos bem na prova nos preparamos, para passarmos num concurso nos preparamos, para nos encontrarmos com a namorada ou namorado nos preparamos, para irmos ao trabalho nos preparamos, para viajar de férias nos preparamos e por aí vai. Jesus quando nos disse para buscarmos primeiro o reino de Deus e a sua justiça, dizia nas entrelinhas e de forma direta, para bom entendedor, que era preciso nos prepararmos. Não houve rodeios, não sabemos quanto tempo temos então o que importa é o que fazemos com o tempo que nos é dado. Ou ouvimos o mundo ou ouvimos Jesus, temos uma decisão. Estamos com Jesus ou nos tornamos inimigos de Deus se nos tornarmos amigos do mundo – Tiago 4,4. Artigo relacionado: A incerteza da hora da morte fonte: Jefferson Roger
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