Os evangélicos acusam os católicos de adorar Maria Santíssima, os católicos dizem que não. Qual a diferença? O católico ajoelha na frente da estátua de Maria, pede pra ela, diz pra ela todos os louvores que na Bíblia se diz que pertencem somente a Deus e que Deus não divide a sua glória com ninguém, conforme vemos em Isaías 42,8. Como é que fica? Caros leitores, vamos com calma, o Catecismo da Igreja Católica nos ensina que “a idolatria não diz respeito apenas aos falsos cultos do paganismo. Continua a ser uma tentação constante para a fé. Ela consiste em divinizar o que não é Deus. Há idolatria desde o momento em que o homem honra e reverencia uma criatura em lugar de Deus.” A Santíssima Virgem é, com razão, venerada pelos cristãos com culto especial, de um modo ou de outro, desde que existiu Igreja, e não haveria como ser diferente. Tanto é assim que a Igreja distingue três tipos de culto: o de latria, que significa adoração; o de dulia, que quer dizer honra, veneração; o de hiperdulia, que significa acima, mais alto. Todas, de origem grega. O culto latria (adoração) é prestado única e exclusivamente a Deus. Só Deus pode ser adorado e só Cristo –, Deus feito homem –, é nosso Salvador. O próprio Cristo disse, reafirmando o Mandamento divino imutável, de forma categórica: “Adorarás o Senhor teu Deus e somente a Ele servirás” (Mateus 4, 10). O culto de dulia é de honra e de veneração, semelhante ao respeito e reverência que, também por Mandamento divino, temos de prestar a nossos pais terrenos. É este o culto que prestamos aos santos e anjos do Céu. O culto chamado hiperdulia, prestado exclusivamente à Virgem Maria, é também um culto de honra e de veneração, idêntico ao que prestamos aos santos e santos anjos, porém tem um caráter especial, destacado, mais elevado, pela dignidade incomparável da santíssima Virgem, de quem o Senhor tomou sua carne. Sobre ela, já falamos muito por aqui. Sendo assim, há diferença entre o culto prestado a Deus e aquele prestado à Maria santíssima? Claro e evidente que sim. É necessário dizer que o culto de hiperdulia, que pode ser corretamente traduzido por "grande veneração", não se equipara absolutamente ao culto de adoração. Se houver dúvida sobre isto, basta observar a essência do principal e maior ato de adoração da Igreja Católica: a santa Missa. O Centro e Auge da Missa não é Maria, e sim Jesus Cristo. Já a Procissão de entrada é realizada com a Cruz de Cristo à frente (e não alguma imagem de Maria). Depois, temos o Ato Penitencial, que é o momento em que a assembleia reunida suplica perdão a Deus-Trindade (e não a Maria). A seguir, no Glória, não é Maria a ser glorificada, mas o mesmo Deus Criador e Salvador. A Liturgia da Palavra também não é a récita do saltério ou de algum louvor mariano, e sim as leituras do Velho e do Novo Testamento, culminando com o Evangelho de Nosso Senhor, precedido de um Salmo de louvor ou ação de graças a Deus (não a Maria). Durante a santa Missa, como parte do rito, é obrigatória a oração do Pai-Nosso, porque ensinada pelo Cristo, mas não se reza a Ave-Maria (a não ser, facultativamente, ao final da missa). Antes da Comunhão, reza-se o Cordeiro de Deus, e então vem a Consagração do Pão do Céu, a própria Eucaristia, que para a nossa fé é "o Centro da vida da Igreja" (CIC 1343): este, que é o momento máximo da Missa e da vida de piedade e devoção do cristão, é um momento de adoração ao Senhor, e somente a Ele. Por fim, na benção apostólica que conclui os ritos, roga o sacerdote: "O Senhor esteja convosco!" (O Senhor, e não Maria) e a seguir: "Abençoe-vos o Deus todo-poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo", com a seguinte conclusão: "Ide em paz e que o Senhor sempre vos acompanhe!". fonte: adaptado de ofielcatolico
Nenhum comentário:
Postar um comentário