quarta-feira, 15 de março de 2017

O cabo de guerra

No meio os filhos, de um lado os pais e de outro lado o mundo. Esta é a configuração que a modernidade urbana imposta pelo mundo coloca para o enfrentamento das famílias. E o mundo joga sujo e de forma desleal tentando colocar nas mentes das crianças, jovens e adolescentes que Deus e toda a sua parafernália religiosa, onde aí se inclui os pais, trata-se de uma escolha, uma imposição da igreja católica que insiste em escravizar a população e se manter com suas regras medievais, ostentando uma posição de autoritária e soberana, fazendo frente ao paraíso que o bondoso mundo quer oferecer, mas que a maldosa igreja quer atrapalhar. Pois bem, o que fazer, o que fazer, o que fazer? Existem pais que dizem assim: “fazer o quê? – eu falo, falo, falo e ele não me ouve...” Coitadinho desses pais, será que querem que fiquemos com pena deles? Puxa vida, olhem só, eles chamam a atenção, mas as crianças não escutam, não dão a mínima. Pobres desses pais, fazer o que não é mesmo. “Eu ensino, mas eles não acatam”, afinal cada um tem sua personalidade e decide por si o rumo que quer levar da vida. Pensam assim alguns pais e responsáveis. No fundo há alguma verdade nisso, na questão da personalidade, mas se uma análise mais profunda acontecer iremos enxergar que os evangelhos superam a questão pessoal, que neste caso é uma questão egoísta e concupiscente. A educação mais antiga, tradicional e familiar de décadas passadas formou pessoas que na atualidade não sofrem nenhum tipo sequela em seu caráter. Ninguém que levou umas boas palmadas, puxões de orelha, que ficou de castigo em seu quarto, que tinha hora para fazer deveres escolares, hora para comer junto à mesa com sua família, hora para ir dormir, afazeres dentro de casa enquanto membro da família e uma série de outras regras, obrigações e responsabilidades, hoje tornou-se um adulto transtornado. Muito pelo contrário, a disciplina faz bem, ela é saudável e unida a outras práticas de igual teor como a organização pessoal, o zelo pelo corpo e pelo espírito, pautados nos ensinamentos de Jesus, a obediência à palavra de Deus e um bom proceder que supere todo o egoísmo e as tentações que conduzem aos pecados capitais e veniais, sem dúvida alguma não trarão prejuízos em nenhuma instância para a vida daquele que, almeja um dia, viver na felicidade eterna do paraíso. Claro que o ser humano com pouca idade, ainda não enxerga a dimensão do que ele vive. Deus, é um detalhe que é colocado de lado. Deus se entristece com isso mas sabe que estes filhos seus ainda estão na tenra idade e por isso, os entregou para tutela material e espiritual. Cada um de nós adultos, mesmo que não tenhamos filhos não estamos isentos de evangelizar em todas as idades. Porque se fizemos a experiência de Deus em nossas vidas, nos convertemos e encontramos o sentido para tudo que vivemos, essa alegria irá afastar para longe de nós qualquer sentimento egoísta e com isso nos mover para que levemos a boa nova aos outros. Os pais sempre dizem que os filhos estão naquela fase. Que estão dando trabalho, que só querem moleza, que não querem coisa com coisa. É tudo verdade, os pais e/ou responsáveis sabem o que estão falando, só não sabem em algumas situações como devem agir. Não sabem ou esqueceram, ou ainda querem implantar uma educação que não é a educação que receberam ou implantar uma educação que receberam e claramente não está dando resultados ou ainda uma educação que tomaram conhecimento nos dias de hoje. Mas Deus é quem nos revela: Deuteronômio 6,6 – “Os mandamentos que hoje te dou serão gravados no teu coração. Tu os inculcarás a teus filhos, e deles falarás, seja sentado em tua casa, seja andando pelo caminho, ao te deitares e ao te levantares.” E ainda em Efésios 6,4 – “Pais, não exaspereis vossos filhos. Pelo contrário, criai-os na educação e doutrina do Senhor.” Como vemos é Deus quem nos fala como devemos agir. Está difícil? Ao ponto das lágrimas? Será que não é porque estais tentando educar sozinhos? Sem Jesus (João 15,5)? Santa Mônica, ao se queixar para seu pároco, por causa das tantas orações e lágrimas que rogava a Deus pela conversão do seu filho Agostinho, ouviu por inspiração divina, sem dúvida, a seguinte resposta: “Não se preocupe, o filho de tantas lágrimas não ficará desamparado por Deus”. Artigo relacionado: Salmo 126,3 fonte: Jefferson Roger

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