Caros leitores, sem dúvida muitos de nós já ouvimos a expressão que encabeça o título deste artigo. Seja nos noticiários, na fantasia cinematográfica, nos contos poéticos, nas histórias alheias e verídicas que nos chegam aos ouvidos e de tantas outras formas. Porém, uma coisa é tomar conhecimento de um fato que está externo a nossa vida e outra, completamente diferente, é fazer parte desta realidade, seja como aquele que faz ou aquele que recebe. Pois bem, ditados populares nos recordam que quem sofre a ofensa não se esquece facilmente ao passo que quem ofende, logo esquece. Ainda mais se tem uma natureza que faça a pessoa emitir um parecer de que suas atitudes estão certas e seu comportamento é normal. Assim sendo, o agressor sempre continuará agindo de uma maneira que ofende ao próximo. Eis o perigo das relações. Aquele que está mais próximo de nós é quem mais irá nos ofender. Seja por suas intenções ou por suas fraquezas e defeitos. Aqui, já é possível inserir, dentro de um contexto cristão católico, duas obras de misericórdia brilhantemente ensinadas por Jesus. Sofrer com paciência as fraquezas do próximo e perdoar as injúrias por amor a Deus. Comportamento bem diferente da lei do talião – olho por olho, dente por dente. Não se pode, segundo o discipulado que Jesus espera de cada um, que almeja passar pela porta estreita, agir movidos por impulsos completamente contrários aos princípios evangélicos. E quando falamos que não se pode, é porque não se pode mesmo. Os insistentes pecadores que ficam arrumando um jeito para criar exceções. Atitudes assim, que são contrárias ferem os desígnios e o amor de Deus para conosco, dão desgosto ao criador e a muitas pessoas. A fila é imensa de pessoas que não esperam de nós uma ofensa. Quanto mais nos amam, menos esperam de nós que a ofendamos. Seja de que forma for. Seja uma ofensa aberta ou uma ofensa que é escondida, menos aos olhos de Deus. Ofensas assim, escondidas, trazem como resultado a decepção, o desgosto e o coração partido. Ninguém aprecia dedicar sua vida, sua atenção e seu amor para uma pessoa para depois receber como recompensa e gratidão uma espada que transpasse a alma e o coração. A dor é muito grande porque dentro daquele coração que acabamos de partir, esquecemos que morávamos dentro dele. Chega a ser burrice e estupidez, é o próprio tiro no pé. Uma pessoa que sabe que tomar veneno irá lhe fazer mal com certeza não irá ingerir nenhum tipo de substância dessa natureza. Afinal, se faz mal a mim, porque beber? Pois é, usando uma analogia se passa algo muito semelhante quando machucamos, magoamos, ofendemos e desgostamos alguma pessoa que gosta de nós. Sim, porque o resultado não irá ser bom, também a nós mesmos. Física e espiritualmente falando. Se em alguma parte do coração do outro existe um pedaço de nós, ferir esse coração irá também ferir uma parte do agressor. E quanto maior a entrega que fazemos por alguém, as flechas da ingratidão, desavenças, desgostos e pecados que cometemos transpassam e permitem escorrer tudo que plantamos. É atitude gravíssima e vergonhosa e se não enxergamos a altura de nossas atitudes que não coincidem com o que nos pede Jesus, é porque estamos com a mente, coração e alma embotadas pelo pecado e pelo mundo. Nossa Senhora disse em suas aparições que embora seu filho seja misericordioso ele também é o justo juiz e, portanto, irá querer a prestação de contas de todos os nossos erros, pecados e atitudes. É muito salutar e confortante lermos nos evangelhos quando Jesus diz que nem um copo de água que for dado a alguém, por ser seu discípulo, ficará sem recompensa, mas é de se atentar para o fato que o tempo da graça irá passar, ele antecede a prestação de contas do juízo e a proclamação da sentença, segundo nossas obras – Apocalipse 22,12. É preciso lembrar que Jesus também disse que tudo que fazemos a alguém é a ele que fazemos. Então não esqueçamos que partir o coração de alguém é algo mais sério do que se pensa porque é ao próprio Cristo que estamos ofendendo. Somos corpos de Cristo na unidade do Espírito Santo. Partir o coração de alguém é desgosto para uma fila muito grande. Ofendemos a pessoa, os que a conhecem, os santos e santas, Maria Santíssima, a Santíssima Trindade e os anjos de Deus. Se assim não for, Jesus seria um mentiroso e essa história de membros do corpo de Cristo não valeria. Mas, e o que já foi feito de mal a alguém? Uma cicatriz irá ficar, nunca é hora para se arrepender e pedir perdão para com Deus e para com o próximo. Afinal, sempre estamos a ser perdoados na mesma medida com que perdoamos, assim aprendemos de Jesus na oração do Pai Nosso. Portanto, precisamos pedir a graça de não sermos capazes de partir o coração de ninguém assim como não queremos que partam os nossos corações. Não devemos, se queremos ser santos e salvos, deixarmos de ser imitadores de Cristo – 1ª Coríntios 11,1. Artigo relacionado: Não vale mais a pena fonte: Jefferson Roger
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