quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

A ciência do pecado

Os estudos científicos, graça divina concedida para que seja colocada a serviço da humanidade, foi capaz de explicar como funciona nosso corpo, quimicamente falando, em relação ao pecado. Como funciona o mecanismo que atua no contexto das tentações, que como já sabemos, são uma realidade permitida por Deus para que nessa batalha cresçamos no amor.

Dentro do cérebro existe uma substância que é injetada quando existe uma satisfação pela busca de um objetivo alcançado. É uma espécie de sistema de recompensa. Após saciarmos o nosso desejo pela busca empreendida, o seu êxito é recompensado com a agradável e prazerosa sensação de saciedade. Essa substância é conhecida pelo nome de “Dopamina”. Até aqui, a explicação não abrange o comportamento frente ao pecado, pois estamos vendo que esse sistema de recompensas atua de uma forma geral na psique humana. Ora, se estudamos para um concurso público e mais tarde quando recebemos a notícia que fomos aprovados, muito felizes ficarmos, sem dúvida estaremos sob o êxtase desse prazer químico. Ou quando vencemos uma competição esportiva para a qual nos preparamos também iremos experimentar o prazer da recompensa promovido pela dopamina.

A sensação é boa e não há nada de errado em querer experimenta-la de novo. Muitas vezes ouvimos alguém perguntar: “o que você gosta de fazer?” – também poderíamos perguntar, “o que te dá prazer fazer?” – as duas perguntas se direcionadas para um propósito sadio se encaixam perfeitamente na questão mas, aqui começam os problemas.

A ciência nos ensina que no cérebro existe um fenômeno chamado de plasticidade neural. Significa que quando se busca a mesma forma de prazer, esta via vai sendo memorizada pelo cérebro e a cada nova busca desse prazer uma dose maior de estímulo será necessária para que se receba os efeitos da dopamina E porquê? Porque o cérebro, ao perceber algo de errado bloqueia as vias neurais e impede a grande passagem da substância por esta plasticidade neural, numa tentativa de corrigir o problema. O cérebro está tentando evitar o colapso da overdose. E vamos abrir um parêntese, essa plasticidade neural pode ser revertida. Do contrário ninguém abandonaria a vida de pecado. Continuemos. Então o que faz a pessoa, que nesse ponto já está com um comportamento descontrolado e com características de um viciado? Ela procura cada vez mais, doses maiores do estímulo para que possa receber a recompensa. Assim são com os drogados, com os alcoólatras e com os viciados de todas as espécies. E aí, onde mora o perigo, que ronda satanás. Assim como o usuário de droga alega que pode sair do vício quando quiser, o pecador dá a mesma desculpa. Mas é tarde, porque está ligado ao comportamento que leva ao pecado e sobretudo aos pecados que trazem uma recompensa prazerosa, na carne.

Pecado atrai mais pecado e pecado e, como todo o pecado, acarreta a uma sensação de prazer, de satisfação na mente e no corpo, este mesmo corpo, que colabora na conduta que leva ao pecado, escraviza a alma e submete a pessoa a não sair mais desse corredor. Por isso muito se ensina que é preciso fugir das ocasiões de pecado que conduzem aos primeiros pecados e também conduzem para as recaídas. Já dizia Santo Antonio Maria Claret que quem quer se salvar tenha Deus no coração, o mundo debaixo dos seus pés e o paraíso na mente. Deus no coração porque, segundo Jesus, é onde brotam todas as coisas. O mundo debaixo dos pés para que não deixemos de lado as coisas que não passam em detrimento das que passam. E o paraíso na mente para que ela não se distraia com propósitos que não irão contribuir para a salvação da alma.


fonte: Jefferson Roger

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