Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração – essa frase foi dita por Jesus Cristo. Ela está ligada diretamente com a necessidade que temos de ser como ele, de ser seus imitadores (1ª Coríntios 11,1). Se precisamos ser seus imitadores, se precisamos ser um reflexo do Cristo no mundo, precisamos, com toda a certeza, aprender com ele como são as coisas, aprender com ele como agir, aprender com ele o que fazer e o que não fazer, aprender com ele como nos comportar. Eu fico pensando no momento que Jesus disse essa frase, o aprendei de mim; que alívio deve ter sido para quem ouviu e acreditava em sua palavra e em sua pessoa, saber que o salvador da humanidade, ali, a poucos metros, o qual queriam até tocar, estava afirmando que ele compraria por cada um, qualquer “briga”, qualquer “bronca”, qualquer “angustia, qualquer “coisa”. Pois nos disse, que nos aliviará se o procurarmos. Então fica sempre a pergunta: por que é que as pessoas não procuram em primeiro lugar Jesus? Tentam resolver a vida e seus problemas por meios e recursos próprios e quando todas as tentativas se esgotam, não enxergam outra alternativa a não ser chorar suplicantes aos pés dele?
Porque não foram em primeiro lugar até ele? Vamos responder porque essa é bem fácil! O amor de Jesus e o seu cuidado para conosco possui duas verdades: ele é exigente e de nós exige conversão e renúncia, e ele é doloroso porque nos entrega seus frutos através de nossas cruzes. Como a dor é filha do amor, e ninguém gosta muito dessa tal de dor porque ela está anexada aos sofrimentos, então primeiro as pessoas buscam alternativas que sejam analgésicas, fáceis e que deem pouco ou nenhum trabalho, além de apresentarem resultados imediatos. Se aproximam de Jesus como se ele fosse um curandeiro, um bancário, um latifundiário, um empresário ou, como bem estamos percebendo, aproximam-se de Jesus com uma lista de pedidos e exigências achando que religião é um mecanismo que existe para Deus nos servir. Mas notem, essa aproximação é quando sobrou só ele para socorrer, ou mesmo que não se vá até ele por último, a lista de pedidos e exigências continua na mão. Pois bem, nada disso, através da religião nos ligamos a Deus e nos conformamos à sua vontade. Do contrário ela será um fardo pesado e cheia de proibições que nos ceifam a liberdade para viver livremente mundo afora. Certos disso precisamos de um esforço violento, se almejamos o céu (Mateus 11,12). Muito está em jogo e não só a salvação pessoal. Pois se precisamos ser como o Cristo é porque sendo como ele, teremos que ser exemplo e dar testemunho com nosso comportamento e atitudes, além daquilo que de nossa boca é proferido. Porque dessa maneira não iremos ser como os fariseus, tão criticados por Jesus; eles que falavam e não faziam eram os hipócritas do evangelho. A nós, não nos cabe sermos assim, pois para as pessoas que nos conhecem ou nem tanto assim, precisamos ser para elas como que um espelho. Elas precisam ver em nós o que elas precisam ser. Precisam ouvir de nós, o que elas precisam dizer. Precisam agir, como elas nos veem agindo. E não é justamente assim no seio familiar? Os pais não são um exemplo para seus filhos? Eles vão crescendo e convivendo com o modo dos pais levarem a vida, em vários campos dela. Crescem aprendendo com o que se fala, o que se faz e o que se pensa e como se comporta. Para muitos filhos é inimaginável pensar sequer, que um pai ou uma mãe, faça isso ou aquilo de errado, aja dessa ou daquela maneira que é errado. Eles vão aprendendo com os pais e vão os conhecendo. Na prática, a sociedade resumidamente diz que um filho vê seu pai ou sua mãe como um herói. É uma forma lúdica e um tanto fantasiosa de tentar descrever o que pensa e como o filho vê os pais. Por isso é preciso sempre buscar as razões e os motivos certos na vida porque pensar na possibilidade de dar desgosto a alguém é algo muito triste. Ferir o coração de alguém, magoar, desgostar e toda essa gama de coisas ruins não deve fazer parte do cerne católico. A fila de pessoas que podemos desgostar sempre é grande, não nos enganemos. Ela começa por Deus. Não esqueçamos: “seus imitadores”. Artigo relacionado: Partir o Coração de Alguém fonte: Jefferson Roger
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