Já vai muito tempo em que, quem vos escreve, se tornou catequista. Como aprendemos que o Espírito Santo distribui os diferentes dons como quer e a quem quer para proveito comum, pois sabemos que as coisas são assim porque somos membros do corpo de Cristo, o dom concedido não vem só e não vem para ser somente um adorno, como um colar. Lemos na bíblia que os dons e os chamados de Deus são irrevogáveis. O que isso quer dizer? Quer dizer que não adianta ficarmos dando murro em ponta de faca quando as ordens e os mandatos são celestes. De nada vai adiantar bater o pé e dizer a Deus de que não queremos e pronto. Ou vai? Claro que não, basta lembrar do livro do profeta Jonas. Pois bem, em Romanos 12,7 está escrito que “quem tem o dom de ensinar, que ensine.” Sem saída nos coloca o Deus de amor. Assim como na parábola que Jesus nos conta sobre o servo mau que não fez render o talento por medo do seu patrão, assim não devemos nos comportar em relação ao que espera de nós, nosso criador. Não fomos criados por Deus como uma sonda espacial foi criada pelo homem. A sonda após projetada é lançada numa direção e não retorna mais; nós não. Saímos do pai e a sementinha plantada em nosso coração nos informa que precisamos retornar para a pátria celeste, se quisermos preencher esse vazio que só em Deus pode ser restaurado. Tentar remar contra a maré (os desígnios de Deus) não vai dar certo e o remo vai acabar quebrando. Sendo assim, eis me aqui, como disse Maria Santíssima. Um servo inútil, como disse Jesus em sua parábola, que procura servir a Deus através do ministério da catequese com uma catequese que hoje digo ser uma catequese em 5D. 1 – “D” de Doutrinal: uma catequese completamente embasada nas sagradas escrituras, magistério da igreja e Santa Tradição. 2 – “D” de Dinâmica: uma catequese que não se assemelhe a uma aula de ensino religioso ministrada nas instituições de ensino acadêmico, no formato professor aluno, quadro negro e carteiras, copiar lições, passar tarefas e dar provas. Ao invés disso, um formato mais híbrido que reúna o melhor das diversas formas de se ensinar para que, assim como fazia Jesus, o que se precise ensinar de fato se ensine não se tornando apenas uma transmissão de informações. 3 – “D” de Divertida: uma catequese que transmita o brilho nos olhos relacionado ao que se ensina, de modo que possam compreender que mesmo dentro de temas tão sérios o bom humor e a alegria possam fazer parte dos encontros. Precisa ser motivo de felicidade estarmos reunidos em volta dos conteúdos da catequese. 4 – “D” de Dedicada: uma catequese que não seja feita pela metade. O serviço é voluntário e nem por isso pode ser feito de qualquer jeito. Se não houver esforço e entrega e se viver aquilo que se ensina, como convencer os outros da verdade? 5 – “D” de Decisiva: uma catequese que segue o lema contido na primeira carta de São Pedro 3,15 onde está escrito: “estais sempre prontos para responder em vossa defesa a todo aquele que vos pedir a razão da vossa esperança”. Esse é o propósito da catequese, fazer com que a pessoa depois que concluir a iniciação cristã e chegar a vida a adulta não deixe de ser um cristão católico e membro do corpo de Cristo. Assim como o cinema em seus primórdios era sem som e se filmava com equipamentos de corda, depois tornaram-se equipamentos elétricos, depois vieram as cores e o sistema digital, mais tarde surgiram as filmagens em 3d, da mesma maneira o processo evolutivo e interior do ser humano se desenvolve. Através das experiências de vida e de nossa vivência e relações interpessoais e com Deus, vamos nos desenvolvendo, crescendo no amor e na santidade e conseguindo, estando mais próximos de Deus, sermos purificados pelo seu fogo e transmitir cada vez mais e melhor o evangelho a toda a criatura, como nos ordenou Jesus. Se olhamos para nós hoje e não conseguimos perceber nenhuma melhora, ou ainda se as pessoas olham para nós e não conseguem perceber nenhuma melhora e, mais grave ainda, se Deus não consegue olhar para nós e perceber alguma melhora, o que é que nós estamos fazendo? Ovelhas não chafurdam! E assim por onde quer que passemos, se aceitamos ser catequistas que o façamos como nos pede Jesus. E na verdade nem temos opção, porque todos, como pais, somos os primeiros catequistas de nossos filhos. Depois, na vida social e de comunidade, evangelizamos com nossos exemplos de vida e testemunhos. Se como crismados nos engajamos na catequese na paróquia que moramos ou em que paróquia Deus nos colocar, que o façamos conforme a vontade do Pai lembrando sempre que nunca se trata da nossa vontade (Mateus 6,10) e sim da sua. Artigos relacionados: Como o profeta Jonas Catequista não tira férias fonte: Jefferson Roger
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